Bronquiolite aguda: poucas indicações para a utilização de exames complementares de diagnóstico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gouveia, Raquel
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Saianda, Ana, Vieira, Marisa, Mendes, Leonor, Nunes, Teresa, Lobo, Luísa, Bandeira, Teresa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2010.4413
Resumo: Introdução: A bronquiolite aguda (BA) é a infecção do aparelho respiratório inferior mais frequente abaixo dos 2 anos de idade, sendo o diagnóstico clínico. Com o objectivo de determinar o papel dos exames laboratoriais e radiológicos no tratamento e antecipação da evolução clínica das crianças internadas com BA, efectuámos revisão dos processos clínicos dos doentes internados entre Outubro de 2001 e Abril de 2004. Resultados: Não se verificou associação entre a gravidade da doença e a contagem leucocitária, valor de proteína C reactiva, identificação de vírus sincicial respiratório ou isolamento bacteriano nas secreções nasofaríngeas. A prescrição de antibióticos foi maior no grupo com proteína C reactiva mais elevada e a identificação de vírus sincicial respiratório relacionou-se com menor prescrição de antibióticos. Não se encontraram associações entre o isolamento bacteriano nas secreções nasofaríngeas ou valor de leucócitos e a terapêutica efectuada. Em análise de subgrupo, a radiografia de tórax não contribuiu para a actuação clínica ou terapêutica porque foi normal ou confirmou o diagnóstico clínico em 66% dos casos. Em 12% dos casos mostrou achados diferentes dos esperados, que poderiam ter justificado atitudes diagnósticas ou terapêuticas relevantes. Discussão: Os resultados deste estudo estão de acordo com as recomendações internacionais que sugerem que as avaliações laboratorial e radiológica não deverão ser realizadas por rotina, mas reservadas para crianças com doença grave, deterioração súbita ou doença cardiorrespiratória prévia. Dadas as discrepâncias actuais no modo de actuação, seria desejável a criação de consensos e grupos de trabalho a nível nacional que estabelecessem critérios de diagnóstico uniformes, escalas clínicas estandardizadas e protocolos de tratamento.
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