Neurodesenvolvimento em pré-termos sem patologia major

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Roque, André Gomes
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Resende, Maria Cristina, Gonçalves Oliveira, Guiomar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2019.13771
Resumo: A grande prematuridade e muito baixo peso ao nascer estão associadas à existência de diversos fatores adversos perinatais, como sejam patologias major relacionadas com a prematuridade e a alterações no neurodesenvolvimento. Pretendemos estudar a relação entre essas patologias major e a existência de alterações do neurodesenvolvimento. Materiais e Métodos: Estudo unicêntrico retrospetivo, com crianças de idade gestacional inferior a 32 semanas ou peso ao nascimento inferior a 1500 gramas, nascidas entre 2006 e 2014. Procedeu-se à avaliação do neurodesenvolvimento/desenvolvimento psicomotor através das escalas Schedule of Growing Skills II ou Griffiths Developmental Scale. Comparámos a existência de patologia major relacionada com a prematuridade e outras variáveis clínicas e sociodemográficas, com as alterações do neurodesenvolvimento. Resultados: Avaliámos o desenvolvimento psicomotor em 429 crianças: 5,8% apresentava paralisia cerebral, 1,2% surdez e 0,2% cegueira. Dos 18 aos 36 meses 5% apresentava atraso global do desenvolvimento psicomotor. A patologia major relacionada com a prematuridade está associada a alterações do neurodesenvolvimento no seu global (p<0,001), à paralisia cerebral (p=0,001) e à surdez (p=0,043). Identificámos como fatores de risco para alterações no neurodesenvolvimento a inexistência de família nuclear (OR=6,94); o perímetro cefálico aos 24 meses inferior ao percentil três (OR=6,07), a patologia major relacionada com a prematuridade (OR=4,80), a escolaridade materna básica (OR=3,98) e gémeos monocoriónicos (OR=3,37). Discussão: A patologia major relacionada com a prematuridade aumenta o risco de alterações do neurodesenvolvimento no seu global, paralisia cerebral e surdez. Famílias biologicamente instáveis (inexistência de família nuclear, e com baixo nível de literacia materna) associaram-se a maior risco de défices no neurodesenvolvimento.
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