Por uma Arquitectura com sentido(s)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Vânia Filipa Martins
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12997
Resumo: O presente trabalho para a obtenção do grau de Mestre propõe uma reflexão teórica sobre a forma como vivemos o espaço construído. De forma a considerar a Arquitetura multissensorial como base para o nosso discurso, Juhani Pallasmaa defende que (…) “toda a experiência comovente com a Arquitectura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente pelos nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A Arquitectura reforça a experiência existencial, a nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço de identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a Arquitectura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si.”1 Assim, esta reflexão, centra-se e analisa o impacto das sensações que o espaço arquitetónico exerce sobre a perceção do indivíduo. É assente neste princípio que desenvolveremos as principais premissas do nosso enquadramento teórico. O estudo desenvolve-se em dois momentos, o primeiro, considera uma bibliografia selecionada, que fundamenta a base do discurso teórico, e pretende abordar a dimensão sensorial na Arquitetura e compreender como o Homem vivencia o espaço; o segundo, desenvolve uma interpretação e reflexão autónoma de obras selecionadas do Arquiteto suíço Peter Zumthor, através da análise de duas obras da sua autoria, escolhidas pela leitura analítica que permitem ao tema em debate. A leitura da bibliografia selecionada permitiu perceber o pensamento dos autores referenciados que são a base do nosso discurso. Como defende Pallasmaa: “É evidente que uma Arquitetura que intensifique a vida deve provocar todos os sentidos simultaneamente e fundir a nossa imagem de indivíduos com a nossa experiência do mundo.” 2 Assim, não obstante o objeto estético ou funcional, a Arquitetura deve ser sentida de forma a estimular todos os sentidos em simultâneo nos seus usuários. Cabe aos Arquitetos, incentivar o envolvimento sensorial na prática da Arquitetura, tendo em conta que, a Arquitetura do espaço, é algo que se concebe e que se cria, tendo a capacidade de provocar emoções e perceções sensoriais que marcam a identidade de determinado espaço e lugar. A Arquitetura deve, assim, refletir a sensibilidade do ser humano que a habita e estabelecer uma relação entre o construído e o Homem no espaço, de forma a aprofundar a íntima relação das sensações com o objeto arquitetónico.
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Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a Arquitectura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si.”1 Assim, esta reflexão, centra-se e analisa o impacto das sensações que o espaço arquitetónico exerce sobre a perceção do indivíduo. É assente neste princípio que desenvolveremos as principais premissas do nosso enquadramento teórico. O estudo desenvolve-se em dois momentos, o primeiro, considera uma bibliografia selecionada, que fundamenta a base do discurso teórico, e pretende abordar a dimensão sensorial na Arquitetura e compreender como o Homem vivencia o espaço; o segundo, desenvolve uma interpretação e reflexão autónoma de obras selecionadas do Arquiteto suíço Peter Zumthor, através da análise de duas obras da sua autoria, escolhidas pela leitura analítica que permitem ao tema em debate. A leitura da bibliografia selecionada permitiu perceber o pensamento dos autores referenciados que são a base do nosso discurso. Como defende Pallasmaa: “É evidente que uma Arquitetura que intensifique a vida deve provocar todos os sentidos simultaneamente e fundir a nossa imagem de indivíduos com a nossa experiência do mundo.” 2 Assim, não obstante o objeto estético ou funcional, a Arquitetura deve ser sentida de forma a estimular todos os sentidos em simultâneo nos seus usuários. Cabe aos Arquitetos, incentivar o envolvimento sensorial na prática da Arquitetura, tendo em conta que, a Arquitetura do espaço, é algo que se concebe e que se cria, tendo a capacidade de provocar emoções e perceções sensoriais que marcam a identidade de determinado espaço e lugar. A Arquitetura deve, assim, refletir a sensibilidade do ser humano que a habita e estabelecer uma relação entre o construído e o Homem no espaço, de forma a aprofundar a íntima relação das sensações com o objeto arquitetónico.The present work for obtaining the Master’s degree proposes a theoretical reflection on the way we live the builtspace. In order to consider multisensory Architecture as the basis for our discourse, Juhani Pallasmaa argues that “Every moving experience with architecture is multisensory; the characteristics of space, matter and scale are measured equally by our eyes, ears, nose, skin, tongue, skeleton and muscles. Architecture reinforces the existential experience, our sense of belonging to the world, and this is essentially an experience of reinforcing personal identity. Instead of mere vision, or the classic five senses, Architecture involves different spheres of sensory experience that interact and merge with each other.”3 Thus, this reflection focuses on and analyzes the impact of the sensations that the Architectural space exerts on the individual’s perception. It is bases on this principle that we will develop the main premises of our theoretical framework. The study is developed in two moments, the first one, considering a selected bibliography, which supports the basis of the theoretical discourse, and intends to approach the sensorial dimension in Architecture and understand how man experiences space; the second, develops an autonomous interpretation and reflection of selected works by the Swiss Architect Peter Zumthor, through the analysis of two projects oh his authorship, chosen for the analytical reading that allow the topic under discussion. The reading of the selected bibliography allowed us to understand the thoughts of the referenced authors that are the basis of our discourse. As Pallasmaa defends: “It is evident that an Architecture that intensifies life must provoke all the senses simultaneously and merge our image of individuals with our experience of the world.”4 Thus, regardless of the aesthetic or functional object, Architecture must be felt in order to stimulate all the senses simultaneously in its users. It is up to Architects to encourage sensory involvement in the practice of Architecture, considering that the Architecture of the space is something that is conceived and created, having the ability to provoke emotions and sensory perceptions that mark the identity of a given space and place. Architecture must, therefore, reflect the sensitivity of the human being who inhabits it and establish a relationship between what is built and the man in space, in order to deepen the intimate relationship of sensations with the Architectural object.Garcia, Andreia Sofia OliveirauBibliorumCosta, Vânia Filipa Martins2023-02-17T16:19:21Z2022-07-252022-06-242022-07-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12997TID:203224574porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:25Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12997Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:31.304465Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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