Características psicológicas associadas à saúde: a importância do auto-conceito

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Albuquerque, Carlos
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Oliveira, Cristina Paula Ferreira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/625
Resumo: Para compreensão do processo do desenvolvimento humano, torna-se imprescindível o recurso ao auto-conceito (Gecas,1982). Devido à sua importância, tal constructo tem sido estudado nas diversas áreas da Psicologia, das quais salientamos a Psicologia da Educação (Burns,1979; Crook,1984, Veiga, 1988, 1989), Psicologia Clínica (Vaz Serra,1986; Vaz Serra e Firmino,1986; Vaz Serra et al.,1986) e Psicologia Social (Gecas,1982; Neto,1986). Segundo Burns (1986), o auto-conceito é composto por imagens acerca do que nós próprios pensamos que somos, o que pensamos que conseguimos realizar e o que pensamos que os outros pensam de nós e também de como gostaríamos de ser. Para este autor, o auto-conceito consiste em todas as maneiras de como uma pessoa pensa que é nos seus julgamentos, nas avaliações e tendências de comportamento. Isto leva a que o auto-conceito seja analisado como um conjunto de várias atitudes do eu e únicas de cada pessoa. O auto-conceito tem um papel extremamente importante na medida em que tenta explicar o comportamento, ou seja, porque consegue manter uma certa consistência nesse mesmo comportamento, explicita a interpretação da experiência e fornece um certo grau de previsão (Burns,1986). Epstein (1973) afirma mesmo que "para os fenomenologistas, o auto-conceito é o constructo central da Psicologia, proporcionando a única perspectiva através da qual o comportamento humano pode ser compreendido" (p.404). Assim, é nosso propósito abordar, neste artigo, o papel que o auto-conceito desempenha no comportamento do indivíduo, tendo em conta que a interacção dos diferentes factores contribui, de forma salutar, para a sua formação e desenvolvimento e, consequentemente, para todo o desenvolvimento e comportamento pessoal e social. Começaremos por traçar uma pequena resenha histórica sobre as origens do interesse pelo auto-conceito e tentaremos clarificar alguns aspectos relevantes para a sua definição, para a sua estrutura e para o seu conteúdo. Finalmente, concluiremos esta análise destacando alguns resultados de investigações que se têm efectuado no âmbito do estudo do auto-conceito.
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