Desenvolvimento sustentável e ecoturismo no concelho da Vidigueira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/15406 |
Resumo: | Introdução - A investigação efectuada, consiste em analisar a problemática do Ecoturismo, numa perspectiva da Ecologia Humana e, contextualiza-se numa unidade espacial concreta – o concelho da Vidigueira. A motivação subjacente a este trabalho emerge naturalmente de uma vivência e de uma respiração pessoal e a ordem que lhe advém resulta de uma pesquisa científica. Inserindo-se a temática na área de um novo conceito turístico – O Ecoturismo, vai estar no centro das atenções e é apontado pela Organização Mundial de Turismo, como uma das mais fortes tendências para o sector a nível mundial. Num momento em que é incontestável, que o Alentejo deve preservar o seu património natural, construído e humano, deve também saber cativar as suas populações para uma estratégia de desenvolvimento turístico sustentável, em que estas populações serão as primeiras e principais beneficiárias. É pois, perante este cenário, de lugares vivos e pessoas concretas que o concelho da Vidigueira é perspectivado e é aqui que nos propomos realizar a presente investigação. É um lugar ao sol e ao Sul. Barro, sol, água e gente, são as matérias-primas desta terra. A Vidigueira tem em seu redor vinhas, oliveiras, laranjeiras, searas e montados. A Norte, tem os cabeços da Serra do Mendro, com javalis, urzes e rosmaninhos. A Sul, tem terras de trigo, com searas nas planícies. Os campos têm uma coreografia de cores. Existem vestígios romanos já estudados, como a ponte de Selmes, o Monte da Cegonha e S. Cucufate. Esta terra farta, rica, generosa e linda, só podia ter nomes ilustres ligados a ela e citamos os mais emblemáticos: Vasco da Gama, e Fialho de Almeida. Teima em manter linhas da arquitectura tradicional e a cal nas paredes. O rio Guadiana insinua-se no flanco Sul do concelho, em Pedrágão. Os moinhos existentes no rio, são locais com histórias de lavradores, ceifeiros, almocreves, moleiros e pescadores. Estes locais brevemente vão ficar submersos pelo Empreendimento do Alqueva, e irão dar lugar a uma das "aldeias de água" de Portugal.. Queremos perspectivar um turismo de qualidade, de rosto humano, respeitador do ambiente e que não desliga o homem das teias culturais que o prendem à terra de pertença. Oferecemos a diversidade de recursos cinegéticos, o património edificado e o silêncio dos campos, pois é trunfo de ouro para a região. Os campos são generosos e fartos, mas nada valiam sem as gentes que moldam a paisagem. A vinha, no tempo da vindima, enche as ruas de cheiro a mosto e mobiliza pessoas e recursos, dando origem aos bons vinhos da Vidigueira, que são conhecidos além-fronteiras. O Ecoturismo passa para problemática da Ecologia Humana enquanto campo de análise, pois esta ciência estende-se a todas as áreas da actividade humana como condição primordial para a manutenção do equilíbrio entre sistemas humanos e ecossistemas. O Ecoturismo surge com a valorização do binómio "turismo" e "ambiente". No que nos diz respeito iremos utilizar indiscriminadamente os três vocábulos: Ecoturismo, Turismo de Natureza e Turismo Cultural, considerando-os formas de exprimir a mesma mensagem, a conceptualização das relações entre turismo e ambiente. O estudo centra-se na importância do Ecoturismo como conceito chave e estrutural para o equilíbrio entre património natural, construído e humano e actividade complementar de outras de base económica, para o desenvolvimento local. Constata-se facilmente e é aceite pela generalidade das pessoas que "o Alentejo está na moda". Uma parte significativa dos actuais motivos de atracção turística são "naturais", e deste modo, há que os preservar para manter tal atracção. Simultaneamente a natureza das relações que se estabelecem entre turismo e ambiente são complexas, e as suas trajectórias de evolução são ainda, relativamente desconhecidas. Por último, o carácter transversal do domínio designado por "ambiente" não é compatível com análises de recorte estritamente disciplinar, apelando a abordagens mais abertas do ponto de vista das tradicionais partições do saber. A necessidade de uma visão contextualizada, processual e sistémica das relações turismo/ambiente é hoje uma evidência. Contudo, não abundam estudos, nomeadamente sobre a realidade alentejana que contemplem a interacção turismo/ambiente na óptica que se acaba de salientar. Foi o reconhecimento desta situação, que despoletou a presente investigação sobre o concelho da Vidigueira, com as características do estudo que aqui se efectua. |
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Num momento em que é incontestável, que o Alentejo deve preservar o seu património natural, construído e humano, deve também saber cativar as suas populações para uma estratégia de desenvolvimento turístico sustentável, em que estas populações serão as primeiras e principais beneficiárias. É pois, perante este cenário, de lugares vivos e pessoas concretas que o concelho da Vidigueira é perspectivado e é aqui que nos propomos realizar a presente investigação. É um lugar ao sol e ao Sul. Barro, sol, água e gente, são as matérias-primas desta terra. A Vidigueira tem em seu redor vinhas, oliveiras, laranjeiras, searas e montados. A Norte, tem os cabeços da Serra do Mendro, com javalis, urzes e rosmaninhos. A Sul, tem terras de trigo, com searas nas planícies. Os campos têm uma coreografia de cores. Existem vestígios romanos já estudados, como a ponte de Selmes, o Monte da Cegonha e S. Cucufate. Esta terra farta, rica, generosa e linda, só podia ter nomes ilustres ligados a ela e citamos os mais emblemáticos: Vasco da Gama, e Fialho de Almeida. Teima em manter linhas da arquitectura tradicional e a cal nas paredes. O rio Guadiana insinua-se no flanco Sul do concelho, em Pedrágão. Os moinhos existentes no rio, são locais com histórias de lavradores, ceifeiros, almocreves, moleiros e pescadores. Estes locais brevemente vão ficar submersos pelo Empreendimento do Alqueva, e irão dar lugar a uma das "aldeias de água" de Portugal.. Queremos perspectivar um turismo de qualidade, de rosto humano, respeitador do ambiente e que não desliga o homem das teias culturais que o prendem à terra de pertença. Oferecemos a diversidade de recursos cinegéticos, o património edificado e o silêncio dos campos, pois é trunfo de ouro para a região. Os campos são generosos e fartos, mas nada valiam sem as gentes que moldam a paisagem. A vinha, no tempo da vindima, enche as ruas de cheiro a mosto e mobiliza pessoas e recursos, dando origem aos bons vinhos da Vidigueira, que são conhecidos além-fronteiras. O Ecoturismo passa para problemática da Ecologia Humana enquanto campo de análise, pois esta ciência estende-se a todas as áreas da actividade humana como condição primordial para a manutenção do equilíbrio entre sistemas humanos e ecossistemas. O Ecoturismo surge com a valorização do binómio "turismo" e "ambiente". No que nos diz respeito iremos utilizar indiscriminadamente os três vocábulos: Ecoturismo, Turismo de Natureza e Turismo Cultural, considerando-os formas de exprimir a mesma mensagem, a conceptualização das relações entre turismo e ambiente. O estudo centra-se na importância do Ecoturismo como conceito chave e estrutural para o equilíbrio entre património natural, construído e humano e actividade complementar de outras de base económica, para o desenvolvimento local. Constata-se facilmente e é aceite pela generalidade das pessoas que "o Alentejo está na moda". Uma parte significativa dos actuais motivos de atracção turística são "naturais", e deste modo, há que os preservar para manter tal atracção. Simultaneamente a natureza das relações que se estabelecem entre turismo e ambiente são complexas, e as suas trajectórias de evolução são ainda, relativamente desconhecidas. Por último, o carácter transversal do domínio designado por "ambiente" não é compatível com análises de recorte estritamente disciplinar, apelando a abordagens mais abertas do ponto de vista das tradicionais partições do saber. A necessidade de uma visão contextualizada, processual e sistémica das relações turismo/ambiente é hoje uma evidência. Contudo, não abundam estudos, nomeadamente sobre a realidade alentejana que contemplem a interacção turismo/ambiente na óptica que se acaba de salientar. 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