A reclusão como experiência familiar: Estudo sobre a rede familiar de apoio de reclusos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Beatriz Fontinha
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/32206
Resumo: Ao longo do desenvolvimento histórico, os estudos no âmbito penal têm sido predominantemente centrados nos indivíduos privados de liberdade, relegando a compreensão das consequências sociais e ramificações imprevistas da “ação da prisão fora de seus limites físicos” (Godoi, 2011, p. 139) a segundo plano. Esta lacuna evidencia a necessidade de conferir voz aos familiares de reclusos, cujo papel assume uma relevância fundamental durante o cumprimento da pena. A presente dissertação tem como principal objetivo analisar a rede de apoio de reclusos e o estigma auto-percebido dos familiares, através dos conceitos de rede de apoio social e de estigma, baseando-se nas dimensões estrutural, relacional-contextual e funcional da rede de apoio social e nas dimensões estrutural, social e individual do estigma (Guadalupe, 2017; Moore et al., 2013; Touraut, 2019). Foi aplicada uma metodologia qualitativa de modo a responder aos objetivos de estudo, realizando onze entrevistas a familiares de reclusos apoiados pela APAR, Associação Diálogo e Ação e a Associação Open Heart. Através do ênfase nas experiências, sentidos e significados construídos pela rede de apoio informal, este trabalho apresenta reflexões sobre as implicações sociofamiliares associadas à reclusão, as reconfigurações dos laços familiares que advém da separação imposta pelo contexto, os apoios prestados pela rede ao seu familiar recluso, o confronto com a realidade prisional para a manutenção de laços e o estigma auto- percebido dos entrevistados.
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