Estudo do risco de diabetes mellitus do tipo 2 na comunidade do Instituto Politécnico de Bragança

• Autor(a) principal: Duarte, Carlos Manuel Teixeira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10198/26343
• topic: Diabetes mellitus 2; Prevalência IPB; FINDRISC; Saúde pública; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências da Educação

A doença da Diabetes Mellitus do tipo 2 (DM2) é considerada uma das doenças mais prevalentes a nível mundial, afetando aproximadamente 422 milhões de pessoas em todo mundo. A DM2 possui uma tendência exponencial tornando o diagnóstico precoce importante e fundamental para controlar a doença, evitar o aumento da mortalidade que lhe está associada, assim como estancar os custos cada vez maiores associados às complicações tardias e morbilidades associadas. Objetivos: 1) Quantificar o risco de desenvolver DM2 na comunidade do Instituto Politécnico de Bragança (IPB); 2) Perceber quais os fatores de risco da DM2 com maior peso dentro da população do IPB; 3) Sensibilizar a população do IPB, através do rastreio, para o risco de cada um de desenvolver DM2; Métodos: Realizou-se uma análise observacional, transversal e prospetiva com base na aplicação do questionário Finnish Diabetes Risk Test (FINDRISC), na comunidade do IPB. Foram avaliados 3021 indivíduos com idades compreendidas entre os 17 e os 68 anos, dos quais 2716 estudantes (21,4±4,2 anos) e 305 funcionários (44,0±11,7 anos). Os resultados foram analisados através da realização de um teste de Qui-quadrado, a fim de analisar a associação entre as diferentes variáveis de risco associadas à DM2, assim como o risco de desenvolver a doença. Foram ainda, adicionalmente, analisados os valores dos resíduos ajustados e os valores do teste Cramers’ V. Resultados: A prevalência do risco de desenvolver DM2 na população do IPB foi de aproximadamente 10%, sendo esta maior no grupo dos funcionários em comparação com o grupo dos estudantes. O valor do score referente ao risco médio obtido no presente estudo foi de 5 pontos ±3,4 pontos, sendo o valor médio do score de risco do grupo dos funcionários ligeiramente superior (7,3 pontos ±4,2 pontos). Dentro das variáveis sociodemográficas do presente estudo, as que registaram uma associação significativa com o risco de desenvolver DM2 (p < 0,05) foram o “estado civil”, “nível de escolaridade” e a “prática de exercício físico”. Dentro das variáveis contempladas no questionário FINDRISC as variáveis “IMC” e “perímetro da cintura” foram as variáveis, dentro desta população, que registaram uma associação mais forte através da análise dos valores do teste Cramers’ V (“0,585” e “0,492”) dentro das variáveis que registaram uma associação significativa com o risco de desenvolver DM2 (p < 0,001). A variável “consumo de frutas/vegetais” diverge das demais variáveis, uma vez que não registou uma associação significativa com o risco de desenvolver DM2 (p < 0,05). Conclusões: O presente estudo observou que o risco de desenvolver DM2 no seio da comunidade do IPB foi reduzido, em especial no grupo dos estudantes. Os fatores de risco com maior impacto no risco de desenvolver DM2 na população do IPB foram o perímetro da cintura e o IMC. O questionário FINDRISC demostrou-se assim uma ferramenta fundamental para a realização de um rastreio em larga escala e com um importante papel na sensibilização de uma população perante a doença de DM2 que se encontra num aumento exponencial.