Reutilização de lentes de contacto incorporadas com fármaco por oclusão no tratamento de doenças oculares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pascoal, Alexandra Daniela da Silva Matos Rodrigues
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/12355
Resumo: Com este trabalho pretendeu-se avaliar a possibilidade de reconhecimento molecular de lentes de contacto compostas por hidrogéis do tipo HEMA|MAA e HEMA|MMA relativamente ao maleato de timolol. A existência de reconhecimento molecular permitiria a eventual reutilização de lentes esgotadas, incorporando de novo o fármaco por absorção de uma solução concentrada onde permaneceriam mergulhadas durante um período de tempo razoável. Após o fármaco contido nas lentes de contacto por oclusão ter sido esgotado durante um processo de libertação, foi novamente incorporado maleato de timolol nas lentes. Para isso, as lentes foram imersas numa solução concentrada em fármaco de forma a absorver o maleato de timolol. Posteriormente, a cinética de libertação do fármaco absorvido foi acompanhada durante um segundo processo de libertação. Dos ensaios realizados verificou-se que nas lentes do tipo HEMA|MAA existe um aumento de 12% do poder de absorção do fármaco das lentes esgotadas do fármaco ocluso em relação a lentes brancas do mesmo tipo, indicando uma ligeira capacidade de reconhecimento molecular relativamente ao maleato de timolol. Já nas lentes do tipo HEMA|MMA, este valor não foi além dos 1,4%. A percentagem da massa de maleato de timolol que é libertada a partir de ambos os tipos de lente quando o fármaco é adicionado por absorção, após esgotamento do fármaco ocluso das lentes, é de cerca de 30% para as lentes HEMA|MAA e de cerca de 21% para as lentes HEMA|MMA. Estas percentagens de libertação são muito menores do que as verificadas para a libertação do fármaco quando este se encontrava ocluso, que foi cerca de 93% para os dois tipos de lentes. Esta observação indica que o maleato de timolol apresenta uma maior afinidade para com a lente quando é incorporado por absorção, o que dificulta a sua libertação. Este resultado está de acordo com o sugerido por Fonseca (2003). Foi também conduzido um estudo de simulação numérico para a previsão da cinética de libertação do fármaco a partir de lentes de contacto, recorrendo à segunda lei de Fick. Admitiu-se que a libertação do fármaco seguia um comportamento Fickiano, que permitiu desenvolver quatro modelos distintos, onde as com condições fronteira foram sucessivamente alteradas de modo a serem mais realistas. Verificou-se que o perfil de libertação obtido numericamente que melhor se adequa ao perfil de libertação experimental, pertence ao Modelo I-C, onde se aplicou uma condição fronteira que teve em conta a influência da variação da concentração de fármaco no meio de libertação ao longo do processo de libertação. A diferença máxima encontrada entre o perfil de libertação experimental e o previsto é de 0,04359 miligramas de fármaco, o que corresponde a 6,92% da massa inicial de maleato de timolol na lente.
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