Empowerment estrutural e civilidade como promotores de saúde mental em profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Luisa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/3893
Resumo: A qualidade do ambiente no trabalho é um fator de promoção da saúde mental dos trabalhadores, e é uma preocupação atual da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2012). Por outro lado, também é uma condição que influencia a dedicação e compromisso dos profissionais envolvidos. Estes pressupostos são a garantia de uma boa performance, que na área da saúde se revela na qualidade da prestação de cuidados de saúde e na segurança dos utentes (Smith et al., 2010). Em Portugal cerca de 2/3 dos enfermeiros apresentam níveis elevados de exaustão emocional (Jesus et al., 2014). Em 2016, um estudo da Ordem dos Médicos referia a existência de elevado nível de exaustão emocional em 66% dos médicos (Vala et al., 2016). Do nosso conhecimento, não existem dados sobre a saúde mental dos assistentes operacionais ou técnicos de diagnóstico e terapêutica. Estes factos revelam a necessidade de conhecer os fatores que poderão promover uma melhor saúde mental destas classes profissionais, guarantindo também a qualidade da saúde em Portugal. O empowerment estrutural representa um ambiente de trabalho com acesso a estruturas importantes (recursos, apoio, informação e oportunidades) que permite um bom desempenho e o desenvolvimento do trabalhador (Laschinger et al., 2001), e está associado a uma diminuição da ocorrência de incivilidade, com efeitos positivos sobre a saúde mental dos trabalhadores (Laschinger et al., 2014). A promoção da civilidade é outra forma de promover estes resultados (Leiter et al., 2011, 2012; Osatuke et al., 2009). O presente estudo pretende verificar se o empowerment estrutural pode contribuir positivamente para a saúde mental no trabalho dos profissionais de saúde, tendo a civilidade um papel de mediação. Para tal aplicámos os instrumentos WCS (Osatuke et al., 2009), na versão portuguesa ECT (Nitzsche, 2015), a CWEQ -II (Laschinger et al., 2011) na versão portuguesa de Orgambidéz-Ramos et al. (2015) e da escala de saúde mental do MOS SF-36v2 (Ware et al., 1993), na versão validada para a população portuguesa (Ferreira, 2000a, 2000b; Ferreira, Ferreira, & Pereira, 2012) a uma amostra de 303 participantes, profissionais (enfermeiros, médicos, técnicos de diagnóstico e terapêutica e assistentes operacionais) de um hospital público-privado da região de Lisboa. Os resultados do nosso estudo revelam que o empowerment estrutural tem um efeito direto positivo sobre a saúde mental dos trabalhadores e sobre a civilidade no trabalho. No entanto, o efeito indireto do empowerment estrutural na saúde mental através da civilidade apenas se verifica para níveis elevados de civilidade e para profissionais de saúde com mais anos de serviço na organização.
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