Monitorização da transferência de imunidade passiva em vitelos

• Autor(a) principal: Toscano, Mariana Reininho Araújo
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9800
• topic: Vitelos; colostro

Os vitelos nascem agamaglobulinémicos, o que os torna dependentes da ingestão de colostro para aquisição de imunoglobulinas (Igs) necessárias para combater os agentes infeciosos ambientais. Este fenómeno é designado por transferência de imunidade passiva (TIP) e é fortemente reconhecido como um dos principais fatores que afeta a saúde e a sobrevivência dos vitelos. Este trabalho teve como objetivo monitorizar a TIP em vitelos e estimar a sua influência na morbilidade e mortalidade dos mesmos. O estudo foi efetuado em 146 vitelos de três raças diferentes de uma exploração leiteira, em Espanha, durante os meses de fevereiro e março de 2019. Procedeu-se à monitorização da concentração de proteínas totais do soro (PTS) durante os primeiros 14 dias de vida e a mortalidade e morbilidade foram registadas durante esse período. As amostras de sangue foram recolhidas antes da ingestão de colostro, 48 horas após o nascimento, aos 7 dias e aos 14 dias de vida. A medição das PTS foi efetuada através de um refratómetro ótico e de um refratómetro digital Brix, tendo-se considerado como cutoff os valores de 5,2g/dL e 7,8%, respetivamente, para aceder à falha na transferência de imunidade passiva (FTIP). A incidência de FTIP foi de 6,29% com o refratómetro digital, enquanto com o ótico não se verificou FTIP. A qualidade do colostro fornecido também foi monitorizada através do refratómetro digital, de forma a aferir a quantidade de Igs ingerida pelos vitelos quando bebem o colostro. Considerou-se o cutoff de 22% para aceder à qualidade do colostro, sendo que houve 37,7% de amostras de colostro de má qualidade. Porém, este estudo demonstrou que mesmo os vitelos que beberam o colostro de pior qualidade obtiveram bons níveis de PTS (98,1%, n=52), apesar da diferença não ser estatisticamente significativa (p≥0,05) e que, em média, os animais ingeriram uma quantidade adequada de Igs (201,5g). Estes resultados permitiram concluir que este efetivo com este maneio consegue garantir que a maioria dos vitelos adquire uma TIP adequada, levando a crer que tem um bom programa de encolostramento. Outros fatores também foram monitorizados, de forma a aferir a sua influência na TIP, tendo-se concluído que as diferentes raças dos vitelos também podem influenciar a concentração de PTS após a ingestão do colostro (p mortalidade e morbilidade verificadas neste estudo (2,11% e 5,04%, respetivamente), não foi possível aferir a influência da TIP na mortalidade e morbilidade do efetivo.