Depressão resistente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, Teresa Fernandes
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/42594
Resumo: Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2018
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spelling Depressão resistenteDepressão majorDepressão resistente ao tratamentoPseudoresistênciaModelos de estadiamentoFarmacoterapiaNeuromodulaçãoDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTrabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2018A depressão major é uma das perturbações psiquiátricas mais comuns, com uma prevalência de 4,4% a nível mundial e uma prevalência de 7,9% em Portugal. Esta patologia tem-se tornado cada vez mais frequente e apesar dos avanços terapêuticos dos últimos tempos, estima-se que apenas cerca de 30-40% dos doentes atingem a remissão completa. Na realidade, a depressão resistente ao tratamento é um problema comum e merece especial atenção. De acordo com dados estatísticos, há uma grande probabilidade da sua prevalência ser superior a 1/3 dos doentes com depressão. Na abordagem da depressão resistente, em primeiro lugar é fundamental assegurar que se faz um diagnóstico correcto e que não se está perante um caso de “pseudoresistência”. Deve ser feita uma avaliação cuidada do doente, averiguando a existência de comorbilidades psiquiátricas (bastante frequentes na depressão major) e de eventos psicossociais causadores de stress, já que ambos podem estar relacionados com a ausência de remissão da sintomatologia depressiva. Deve-se confirmar também que não se trata de um caso de doença bipolar e que os sintomas não são explicados por doenças médicas ou fármacos, e por último avaliar se não há má adesão à terapêutica, se a dose e duração da mesma é adequada e se o doente não é um metabolizador rápido. Um dos grandes problemas nesta temática é o facto de não existir uma definição universal de resistência ou de depressão resistente. Existem vários modelos que definem graus de resistência como o Antidepressant Treatment History Form (ATHF), o Modelo de Thase e Rush (TRSM), o Modelo Europeu (ESM)/ Critérios de Souery et al., o Modelo do Hospital Geral de Massachusetts (MGH-s) e o Modelo de Maudsley (MSM). De uma forma geral, considera-se resistência ao tratamento quando 2 antidepressivos diferentes falham em obter uma resposta adequada. A etiologia da depressão tem sido amplamente estudada, com várias teorias e abordagens propostas, mas como muitas destas teorias se aplicam à resposta ao tratamento é ainda pouco claro. Têm sido associados à depressão resistente vários factores que podem ser divididos em factores biológicos, factores genéticos e factores clínicos e da personalidade. São exemplos a activação do sistema imunitário, alterações na actividade neuronal, disfunção de neurotransmissores, características melancólicas dos episódios depressivos ou maior carga de eventos traumáticos ou causadores de stress. As perturbações depressivas têm um grande peso tanto no que diz respeito a consequências para a saúde e qualidade de vida como impacto económico. Mas quando se fala em depressão resistente estes impactos são ainda maiores. As estatísticas mostram que as perturbações depressivas estão em 1º lugar do ranking de maiores contribuintes para a perda de saúde não fatal e que os scores de qualidade de vida são ainda mais baixos na depressão resistente. Nos Estados Unidos, a depressão major está em 2º lugar na lista de doenças com maiores encargos económicos, sendo mais de 40% destes devidos à depressão resistente. Quando um doente com depressão não responde/responde parcialmente ao primeiro antidepressivo, podem optar-se por várias estratégias farmacológicas como a optimização da dose e duração desse mesmo antidepressivo, a potenciação ou combinação com outro fármaco ou mesmo a substituição por outro antidepressivo da mesma classe ou de uma classe distinta. A alteração dos estilos de vida também pode trazer benefícios. A psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental ou terapia interpessoal) quando combinada com a farmacoterapia apresenta ainda melhores resultados do que qualquer uma das duas isoladamente. Quando mesmo assim as abordagens anteriores falham, recorrem-se às técnicas de neuromodulação, que podem ser não invasivas ou invasivas. Das técnicas não invasivas destaca-se a Electroconvulsivoterapia como a abordagem aguda mais eficaz no tratamento da depressão major, superior à farmacoterapia. Já as técnicas invasivas são usadas apenas em último recurso nos casos resistentes mais graves.Major depressive disorder is one of the most common psychiatric disorders, with a world prevalence of 4,4% and a prevalence reaching 7,9% in Portugal. This disorder is becoming more frequent and besides the therapeutic advances of the past times, it´s estimated that only about 30-40% of patients achieve complete remission. Actually, treatment-resistant depression is an usual problem and deserves special attention. According to statistics, there’s a great probability that its prevalence is more than 1/3 of patients with depression. In the approach of resistant depression, first of all it’s crucial to ensure that a correct diagnosis is made and that it’s not a case of pseudoresistance. It should be made a careful evaluation of the patient, looking for psychiatric comorbidities (very frequent in major depression) and for psychosocial stressful events, because both can be related to no remission of depressive symptoms. It should also be confirmed that’s not a case of bipolar disorder and that depressive features are not better explained by medical conditions or nonpsychiatric medications, and at last review if lack of compliance to treatment is present, dose and duration of antidepressive therapy are adequate and if the patient is a faster metabolizer. One of the great problems in this subject matter is the fact that a standardized definition of resistance or resistant depression doesn’t exist. There are several models that define levels of resistance like the Antidepressant Treatment History Form (ATHF), the Thase and Rush Staging Model (TRSM), the European Staging Model (ESM)/ Souery et al. Criteria, the Massachusetts General Hospital Staging Model (MGH-s) and the Maudsley Staging Model (MSM). In general, resistance to treatment is considered when 2 different antidepressants fail to induce an acceptable response. The aetiology of depression has been widely studied, with various theories and approaches proposed, but how many of these concepts actually apply to treatment response is even less clear. Resistant depression has been associated with numerous correlates, which can be divided into biological, genetic, clinical and personality-related factors. Some examples are inflammatory system activation, abnormal neural activity, neurotransmitter dysfunction, melancholic features during depressive episodes, bipolarity and a higher traumatic or stressful load. Depressive disorders have a high burden on health, quality of life and on economic costs. However, when talking about resistant depression these impacts are even bigger. According to the last statistics, depressive disorders are ranked in first place as the largest contributor to non-fatal health loss and quality of life scores are even lower in resistant depression. In the United States, major depression is the 2nd most costly disorder, with up to 40% of these costs attributed to resistant patients. When a patient with depression doesn’t respond/ partially responds to the first antidepressant, a number of further strategies can be taken, such as optimization with a higher dose and increased duration, augmentation or combination with a second compound or even switching to another antidepressant within the same class or to another class of antidepressants. Lifestyle changes could also have some benefits. Psychotherapy (cognitive behavioural therapy or interpersonal therapy) when combined with antidepressant medication shows better results than any of the two alone. When all previous approaches fail, neuromodulation techniques are the next step. They can be separated into noninvasive interventions, such as Electroconvulsive therapy that is the most efficacious acute approach for major depression (superior to pharmacotherapy), and invasive interventions that are only used as a last resource in the most severe resistant cases.Santos, JenniferRepositório da Universidade de LisboaCardoso, Teresa Fernandes2020-03-24T16:47:36Z20182018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/42594TID:202431878porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:42:34Zoai:repositorio.ul.pt:10451/42594Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:55:33.472334Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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