Vivências do Enfermeiro ao Cuidar do Doente Crítico durante o Transporte Marítimo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Lisete Maria de Medeiros
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=gqZj2yW6
Resumo: É sabido que o transporte do doente crítico se reveste de um período de grande vulnerabilidade. Por conseguinte, a actuação do enfermeiro é essencial na prevenção de possíveis complicações e na manutenção da estabilidade da pessoa doente. A necessidade de cuidados diferenciados e da realização de exames complementares de diagnóstico obriga a que entre as ilhas do Pico e Faial, se proceda ao transporte secundário do doente em estado crítico, por via marítima. Deste modo, o presente estudo nasce da inquietação em entender as vivências dos enfermeiros, da Unidade de Saúde de Ilha do Pico, ao cuidar do doente crítico, durante o transporte marítimo. É um estudo de natureza qualitativa e abordagem fenomenológica. A informação foi colhida através da entrevista semi-estruturada, tendo sido seleccionados de forma intencional e com base no princípio da saturação oito enfermeiros. A análise decorreu de acordo com as etapas de interpretação metodológica de Colaizzi, que preconizam a validação das descrições, através do recurso aos participantes. Dos achados emerge um tema central, a Categoria da Responsabilidade Profissional, evidenciada na sua dimensão técnica, humana e ética. Outra das categorias é a Emocional da qual constam predominantemente sentimentos desagradáveis, a aflição, a angústia, a ansiedade, o nervosismo, a insegurança, a impotência, a preocupação, o stress e o medo. Porém, também são expressos sentimentos agradáveis, a segurança, a confiança, a satisfação, o alívio e a motivação. Os elementos facilitadores ou geradores de dificuldades no transporte, originam a Categoria dos Factores Mediadores, que consiste no planeamento, acompanhamento, formação, condições atmosféricas, enjoo, apoio dos marinheiros e factores inerentes ao meio de transporte. Após a efectivação do transporte surge a reflexão sobre a acção, a aprendizagem e a busca de mais formação, que integramos na Categoria de Retroacção, pois potencia mudanças e influencia futuras vivências do fenómeno. Fundadas nos achados, apresentamos algumas sugestões, no âmbito da prática, da formação, da investigação e da gestão, que acreditamos possam ser um incentivo à reflexão e um contributo para a melhoria da prestação de cuidados de enfermagem.
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