Coping diádico, qualidade de vida, ansiedade e depressão: um estudo no âmbito da transição para a parentalidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Faria, Catarina Calçada
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/3898
Resumo: A gravidez e a transição para a maternidade têm um grande impacto sobre a saúde, bem-estar e papéis sociais maternos, sendo esta uma etapa que requer muitos ajustamentos nos domínios fisiológicos, familiares e ocupacionais. É nesta área que se contextualiza o nosso estudo, procurando analisar a influência do coping diádico sobre ansiedade, depressão e qualidade de vida maternas durante esta etapa e como é que outras variáveis relativas ao parto se podem relacionar com o coping diádico. Este foi um estudo de caráter misto. Na parte quantitativa verificámos que durante a gravidez o domínio físico da qualidade de vida das mães foi significativamente inferior e foram encontrados níveis mais elevados de depressão, as mães percecionaram as suas relações sociais como piores e passaram a percecionar de forma menos positiva e mais negativa o apoio do parceiro em situações de stresse. Na parte qualitativa 90% das mães tiveram alterações negativas no seu bem-estar físico ao longo deste processo e 80% das mães referiu ter sido emoções negativas ao longo deste processo. Todas as mães tiveram receios durante esta fase, sendo estes principalmente relacionados com a saúde e o bem-estar do bebé e com as competências próprias enquanto mães. Para além disso 80% das mães referiram que a experiência de transição para a parentalidade teve impacto na sua relação, tendo 50% das mães referido que este impacto foi negativo. Na amostra em estudo, a ansiedade, a depressão e a qualidade de vida relacionaram-se algumas dimensões do o coping diádico, em que formas positivas de coping diádico se encontram associadas a níveis mais elevados de ansiedade e depressão e a mais baixa qualidade de vida e o inverso ocorreu quando estudadas formas negativas de coping diádico. Na parte qualitativa do estudo 80% das mães destacaram a importância que o apoio do marido teve neste processo, quer a nível global, quer na prestação de cuidados do bebé, divisão de tarefas, durante a gravidez e o parto. Por outro lado, 70 % das mães falaram acerca do impacto da relação na experiência de maternidade, quer de forma positiva, quer de forma negativa. Estes dados parecem refletir o quanto as mulheres estão suscetíveis a alterações significativas durante esta etapa do ciclo familiar, o quanto estas podem ser negativas para as mães e que o coping diádico parece ter influência sobre estes aspetos. Assim, dada a existência de ferramentas que permitam melhorar o coping diádico esta poderá ser pertinente a existência de futuros estudos que possam utilizar o melhoramento do coping diádico como uma possível solução que possa auxiliar as mães durante a transição para a parentalidade.
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