OPINIÕES, EXPETATIVAS E SATISFAÇÃO COM A AUTONOMIA NOS PROCESSOS DE TRANSIÇÃO SAÚDE-DOENÇA: ESTUDO OBSERVACIONAL COM DOENTES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tavares, Ana de Jesus Nunes
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=z3hkuRMj
Resumo: O doente tem o direito à sua autonomia no processo de cuidados. Tem o direito a tomar as suas decisões, de forma livre e consciente, sobre as intervenções que lhe são prestadas durante os processos de transição saúde-doença. Contudo, o respeito por este direito não é uma constante na atualidade, parecendo haver ainda algumas barreiras, que têm sido descritas ao longo da evolução do conceito de autonomia como o paternalismo dos profissionais, a escassez de informação e a posição vulnerável do doente face à situação de saúde. Este estudo tem como objetivos descrever as opiniões, expetativas e satisfação dos doentes com o exercício da autonomia nos processos de transição saúde-doença e descrever a perceção dos profissionais de saúde em relação às mesmas opiniões, expetativas e satisfação dos doentes com o exercício da autonomia. É um estudo quantitativo, transversal, do tipo observacional, descritivo-analítico, de nível I. Entre outubro e dezembro de 2014, nos serviços de internamento do departamento de medicina e cirurgia de um hospital da zona centro, foram colhidos dados por questionário junto de 81 doentes e 143 profissionais de saúde (enfermeiros e médicos), recrutados de forma não probabilística. De acordo com os objetivos traçados, destacamos os principais resultados: - A maioria dos doentes expressa níveis elevados de importância e satisfação em relação aos direitos inerentes ao exercício da autonomia: direito à informação e ao consentimento informado. Já os profissionais de saúde percecionam que os doentes atribuiriam níveis menos elevados. As diferenças encontradas são estatisticamente significativas (p<.05) na sua maioria; - Tanto os doentes como os profissionais de saúde referem que aspetos inerentes às características dos interlocutores, ao modo de comunicar e ao contexto podem melhorar o processo de comunicação e informação ao doente. Permanecem em concordância quando referem mais vezes o contexto da comunicação como aspeto a ser melhorado; - Algumas terapias médicas e de enfermagem não foram objeto de consentimento por parte dos doentes; a maioria dos doentes refere não ter recusado nenhum tratamento com base na informação recebida. Os profissionais de saúde percecionam de forma semelhante esta situação; - Os doentes não conhecem as diretivas antecipadas de vontade; 65% dos doentes permitiriam medidas invasivas em caso de agravamento da situação de saúde e 40% não têm opinião formada. Os profissionais de saúde conhecem as diretivas antecipadas de vontade, na sua globalidade, mas ainda não estão enraizadas nesta comunidade; desconhecem os desejos dos doentes a quem prestaram cuidados no que concerne ao recurso a medidas invasivas caso o estado de saúde se agravasse. Ambas as amostras delegariam no cônjuge a tomada de decisão. No final fica a perceção de que muito trabalho há ainda a fazer no sentido de maior autonomia dos doentes, assim como espaço para mais e mais profundas investigações.
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