A leitura heideggeriana da filosofia do mito de Cassirer: sinal de antecipação do pensamento pós-Kehre?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sylla, Bernhard
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/47283
Resumo: Em 1928, foi publicada a recensão heideggeriana do segundo volume da Filosofia das formas simbólicas sobre O pensamento mítico de Cassirer. O texto de Cassirer data de 1925, daí que seja possível que Heidegger o tenha lido já antes da publicação de Ser e Tempo. O que torna o texto de Cassirer tal como a receção heideggeriana dignos de uma análise mais atenta é o facto de que vários motivos centrais da filosofia tardia de Heidegger já se encontram presentes nestes dois textos. Heidegger concentra-se nomeadamente nas reflexões de Cassirer sobre a representação do mana (Mana-Vorstellung) no pensamento mítico. Esta representação envolve não só a distinção entre o familiar e o não familiar enquanto inquietante que sobrevém poderosamente ao Dasein, como também a distinção entre o sagrado e o profano e aquela das quatro regiões do mundo (Weltgegenden) e a sua organização em forma de cruz. Embora nem tudo que se anuncia tematicamente na receção heideggeriana seja interpretável como anúncio consciente de traços da filosofia tardia, seria de admirar se a densidade com a qual se avisam filosofemas tardios fosse mero acaso. Daí que o artigo contribua para o debate da questão da viragem no pensamento heideggeriano e das suas origens, que podem remontar até à fase da génese, ou melhor, da redação final de Ser e Tempo
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