Enclaves segregacionistas na República da África do Sul: Comunidades fechadas como espaços propagadores de ideologias racistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Afonso, Marta Gingeira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/24807
Resumo: A seguinte dissertação tem como alvo de estudo as comunidades fechadas de africânderes localizadas na República da África do Sul (RAS), com especial atenção à comunidade de Orania. Através de uma pesquisa exclusivamente qualitativa, procura-se a ligação entre o passado colonialista da RAS e as novas formas de produzir ideologias racistas através do planeamento urbanístico. O território sul-africano ainda vive sobre profundas marcas deixadas pelo Apartheid, antigo regime segregacionista e racista planeado e executado pelo partido político National Party (NP). A história demonstra em como o objetivo do NP era afastar os cidadãos negros da vida social, oferecendo proteção, bem como, soberania aos cidadãos brancos de etnia africânder. Porém, através de pressão internacional, o regime chegou ao fim, trazendo consigo uma vaga de insatisfação nos cidadãos africânderes. De modo a prosseguirem com as suas ideologias, alguns africânderes utilizaram a Constituição e um traço cultural a seu favor para dar início à construção de espaços que apresentassem um registo de exclusão e homogeneidade étnica. Esta investigação, fazendo uso do passado histórico como componente de enquadramento às novas formas de racismo, pretende demonstrar a influência do Apartheid na atual sociedade sul-africana, assim como apresentar a explicação, retida no fenómeno social que é a supremacia branca, para a autodeterminação conseguida pelos africânderes. O estudo não deu profundidade às situações de terror provocadas durante o regime segregacionista e racista à população anti-Apartheid e a grupos usuários de violência.
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