Problemas sexuais na mulher com cancro da mama e cancro ginecológico: revisão narrativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morgado,Maria Beatriz
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000400314
Resumo: Resumo Objetivos: Estima-se que mais de metade das mulheres com cancro da mama ou cancro ginecológico apresenta problemas sexuais. Contudo, apenas uma minoria recebe aconselhamento médico nesse âmbito. A presente revisão narrativa tem como objetivo descrever os principais problemas sexuais das mulheres com esta tipologia de neoplasias, bem como identificar estratégias de abordagem e tratamento dos mesmos. Métodos: Foi efetuada uma pesquisa da literatura na base de dados PubMed, utilizando os termos MeSH: Sexuality, Neoplasms, Female e Women. Foram utilizados livros e artigos datados entre 1998 e 2020. Resultados: O cancro da mama afeta a vida sexual desde o diagnóstico, associando-se a intenso sofrimento psicológico. A este acresce o impacto do tratamento. A cirurgia altera a autoimagem, sensibilidade mamária e mobilidade. A radioterapia condiciona alterações tecidulares. A quimioterapia apresenta efeitos psicológicos e físicos com impacto direto e indireto na sexualidade. A hormonoterapia condiciona atrofia urogenital e sintomas vasomotores. Por outro lado, também a maioria das mulheres com cancro ginecológico apresenta vários níveis de disfunção sexual secundários à terapêutica. Tratamentos mais recentes como a braquiterapia, técnicas de nerve-sparing modificadas e cirurgia reconstrutiva têm contribuído para uma diminuição da morbilidade associada ao tratamento. Verifica-se uma consciencialização crescente da importância da saúde sexual dos doentes oncológicos. Neste contexto, cabe ao médico abordar esta temática, informando as doentes acerca do possível impacto da doença e do respetivo tratamento na sexualidade. Existem questionários validados e modelos estruturados facilitadores de comunicação neste sentido. Cabe também aos clínicos o controlo dos sintomas de disfunção sexual associados à terapêutica oncológica, privilegiando sempre que possivel fármacos com impacto neutro ou positivo na sexualidade. Conclusão: Qualquer médico deve estar sensibilizado para a disfunção sexual associada à patologia oncológica e ao seu tratamento, sendo capaz de a rastrear e adaptar o plano terapêutico em conformidade, colocando em prática o cancer care continuum.
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