Influência do Ambiente de Prática na Individualização dos Cuidados e nos Cuidados Omissos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Filipe Manuel Paiva dos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=jfBVdpoh
Resumo: ENQUADRAMENTO: O ambiente de prática de enfermagem (APE) influencia os resultados, quer para os recetores dos cuidados como para os prestadores. A qualidade dos cuidados prestados passa, além de outros aspetos, por prestar cuidados seguros (sem cuidados omissos (CO)) e individualizados (com cuidados centrados na pessoa). OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo avaliar o APE, verificar se ficaram CO no último turno devido a falta de tempo, avaliar a perceção das pessoas internadas acerca da individualização dos cuidados recebidos e verificar de que forma o APE influencia os CO e a individualização dos cuidados. METODOLOGIA: Estudo do tipo quantitativo com desenho descritivo-correlacional. Este estudo foi realizado com base na aplicação de questionários às equipas de enfermagem de 3 serviços de especialidades médicas de um hospital de oncologia, assim como às pessoas internadas nos respetivos serviços. Aos enfermeiros foi aplicado um questionário de autopreenchimento com a Practice Environment Scale of the Nursing Work Index (PES-NWI) e uma lista predefinida de CO. Às pessoas internadas foi aplicado um questionário com a Individualized Care Scale ? patient (ICSP). Foi obtido consentimento informado dos participantes e autorização da comissão de ética do hospital. Os dados foram tratados com recurso a médias, desvios padrão, mínimos, máximos, frequências, e a utilização de testes paramétricos e não paramétricos, consoante a normalidade das distribuições. RESULTADOS: A amostra foi constituída por 66 enfermeiros e 40 pessoas internadas. Os valores médios da PES-NWI revelaram que o APE é desfavorável (PES-NWI < 2,5) em 2 serviços e favorável (PES-NWI > 2,5) num serviço. No global o APE é desfavorável (? = 2,48 e DP = 0,24), e não se observaram diferenças significativas nas médias dos 3 serviços (p = 0,26). Os CO mais frequentes foram ?confortar/falar com os doentes? (40,91%), ?elaborar ou atualizar planos de cuidados? (39,39%), ?educar doentes e familiares? (37,88%), ?documentar os cuidados de enfermagem de forma adequada? (33,33%), ?higiene oral? (33,33%) e ?vigilância adequada dos doentes? (28,79%). De todos os enfermeiros, 80,3% reportaram pelo menos 1 CO. O serviço com APE favorável reportou menos CO (? = 1,67 e DP = 1,90) do que os serviços com APE desfavorável (? = 3,40 e DP = 2,23), sendo que esta diferença foi estatisticamente significativa (p = 0,002). Os valores médios da ICSP revelaram que as pessoas internadas têm a perceção que os enfermeiros se preocupam com a individualização dos cuidados (? = 3,81 e DP = 0,73) como têm a perceção que os cuidados recebidos são individualizados (? = 4,40 e DP = 0,50). Não se verificaram diferenças significativas nas duas dimensões da ICSP consoante o APE (p = 0,775 e p = 0,516, respetivamente). CONCLUSÕES: O APE é desfavorável e os CO reportados por falta de tempo podem colocar em causa a segurança das pessoas internadas e, por isso, devem ser objeto de reflexão. Mesmo com APE desfavorável, as pessoas internadas estão satisfeitas no que respeita à individualização dos cuidados. Os resultados devem ser objetivo de reflexão pelos enfermeiros gestores, para que se adotem medidas que melhorem o APE, com o objetivo de reduzir os CO e tornar os cuidados mais seguros.
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