Crime Organizado Transnacional na América Latina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Paulo
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/3316
Resumo: O crime organizado transnacional (COT), apesar de seu papel crescente nas agendas de segurança nacional e internacional dos Estados desde a década de 1990, teve pouca atenção nos estudos de relações internacionais. As referências teóricas tradicionais desta área (particularmente da subárea de segurança internacional), bem como a noção estreita de criminalidade como um assunto doméstico e essencialmente jurídico, difi cultaram a avaliação adequada deste novo papel assumido pelas atividades ilícitas transnacionais. Dado a importância deste tipo de atividade no espaço latino-americano, o objetivo do trabalho é analisar a alocação do COT na agenda de segurança regional e seus resultados, especialmente para a distinção entre as noções de segurança doméstica e internacional. Para tanto, fazemos uma análise documental e histórica, pautada no conceito de securitização da Escola de Copenhagen. O contexto histórico de liberalização política e econômica, o avanço tecnológico nas comunicações e transporte, bem como o fi m do confl ito bipolar, compôs um quadro favorável ao aumento do COT e à sua percepção como ameaça aos países e à ordem internacional nascente. No entanto, esse processo também deve ser creditado aos interesses de agências de Inteligência e aplicação da Lei de países como os Estados Unidos, que, com o fi m da Guerra Fria, buscaram redefi nir seus papéis de proteção à nação. São expressões concretas da securitização o aumento de recursos, bem como a ênfase na ação militar e na internacionalização de atividades policiais que ocorreu com os programas de combate à criminalidade transnacional na América Latina, uma região que já era foco, desde a década de 1980, de políticas de combate ao tráfi co de drogas, uma das mais importantes expressões do COT contemporâneo.
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