Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Ana Catarina Paulo Saraiva Ferreira do
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/5577
Resumo: A compressão da medula espinhal, secundária a uma extrusão ou protrusão do disco intervertebral é uma das causas mais comuns de défices neurológicos em animais de companhia. As hérnias discais dividem-se em duas categorias distintas: Hansen tipo I, que resultam da herniação do núcleo pulposo através do anel fibroso e extrusão para o canal vertebral e Hansen tipo II que resultam duma protrusão do anel fibroso. As manifestações clínicas da doença do disco intervertebral podem variar desde a hiperestesia paraespinhal até à tetraplegia e em casos muito graves pode haver perda de sensibilidade à dor profunda. As hérnias discais são mais comuns a nível cervical (C2-C3) e na transição toracolombar (T11-L3). Neste estudo observaram-se 18 cães, cujo diagnóstico foi feito pela anamnese e exame neurológico seguidos de RX, mielografia e RM efetuados à área de lesão suspeita. Como a RM não utiliza radiação ionizante tem vindo a ser cada vez mais utilizada em Medicina Veterinária. Neste estudo 15 (83,3%) dos animais realizaram RX 12 (66,6%) realizaram mielografia e 16 (88,8%) fizeram RM. Apenas dois animais não fizeram RM devido a recusa dos proprietários. Todas as suspeitas diagnósticas de extrusão/protrusão indicadas pelo RX e mielografia foram confirmadas pela RM. A hérnia discal Hansen tipo I (50%) foi mais comum que a hérnia discal Hansen tipo II (11,1%) assim como as hérnias discais toracolombares foram mais frequentes (72,2%) que as hérnias discais cervicais (27,8%). O segmento cervical mais afetado foi C4-C5 (22,2%) e o lombar foi L2-L4 (16,7%). Nos nossos dados a compressão ventral foi a mais frequente (33,3%). Na faixa etária os dados obtidos vão de encontro ao referido na revisão bibliográfica pois o aparecimento de hérnias nas raças condrodistróficas, acontece mais entre os 3 e os 9 anos de idade e nas raças não condrodistróficas entre os 3 e 14 anos. Nos dados que obtivemos da distribuição por raças houve maior incidência nas raças não condrodistróficas (72,2%) do que nas raças condrodistróficas (27,8%). Este estudo permitiu concluir que com a realização dos exames imagiológicos adequados foi possível a deteção e confirmação precoce da localização da hérnia discal para decisão e planeamento posterior do tratamento a ser efetuado.
id RCAP_9e267d470646ea5042bf87a82dc2b5d8
oai_identifier_str oai:repositorio.utad.pt:10348/5577
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicosCãesDeslocamento do disco intervertebralExame neurológicoEspectroscopia de ressonância magnéticaExames complementares de diagnósticoA compressão da medula espinhal, secundária a uma extrusão ou protrusão do disco intervertebral é uma das causas mais comuns de défices neurológicos em animais de companhia. As hérnias discais dividem-se em duas categorias distintas: Hansen tipo I, que resultam da herniação do núcleo pulposo através do anel fibroso e extrusão para o canal vertebral e Hansen tipo II que resultam duma protrusão do anel fibroso. As manifestações clínicas da doença do disco intervertebral podem variar desde a hiperestesia paraespinhal até à tetraplegia e em casos muito graves pode haver perda de sensibilidade à dor profunda. As hérnias discais são mais comuns a nível cervical (C2-C3) e na transição toracolombar (T11-L3). Neste estudo observaram-se 18 cães, cujo diagnóstico foi feito pela anamnese e exame neurológico seguidos de RX, mielografia e RM efetuados à área de lesão suspeita. Como a RM não utiliza radiação ionizante tem vindo a ser cada vez mais utilizada em Medicina Veterinária. Neste estudo 15 (83,3%) dos animais realizaram RX 12 (66,6%) realizaram mielografia e 16 (88,8%) fizeram RM. Apenas dois animais não fizeram RM devido a recusa dos proprietários. Todas as suspeitas diagnósticas de extrusão/protrusão indicadas pelo RX e mielografia foram confirmadas pela RM. A hérnia discal Hansen tipo I (50%) foi mais comum que a hérnia discal Hansen tipo II (11,1%) assim como as hérnias discais toracolombares foram mais frequentes (72,2%) que as hérnias discais cervicais (27,8%). O segmento cervical mais afetado foi C4-C5 (22,2%) e o lombar foi L2-L4 (16,7%). Nos nossos dados a compressão ventral foi a mais frequente (33,3%). Na faixa etária os dados obtidos vão de encontro ao referido na revisão bibliográfica pois o aparecimento de hérnias nas raças condrodistróficas, acontece mais entre os 3 e os 9 anos de idade e nas raças não condrodistróficas entre os 3 e 14 anos. Nos dados que obtivemos da distribuição por raças houve maior incidência nas raças não condrodistróficas (72,2%) do que nas raças condrodistróficas (27,8%). Este estudo permitiu concluir que com a realização dos exames imagiológicos adequados foi possível a deteção e confirmação precoce da localização da hérnia discal para decisão e planeamento posterior do tratamento a ser efetuado.The spinal cord compression, secondary to an extrusion or protrusion of the intervertebral disc is one of the most common causes of neurological deficits in pet animals. The intervertebral disc hernias are divided in two distinct categories: Hansen type I, resulting from herniated nucleus pulposus through the fibrous ring and extrusion to the vertebral canal and Hansen type II, resulting from a protrusion of the fibrous ring. The clinical manifestations of intervertebral disc disease may vary from paraspinal hyperesthesia to tetraplegia and loss of sensitivity to deep pain can occur in many severe cases. Degenerative changes can occur in any intervertebral disc, being more common in C2-C3 and in thoracolumbar transition T11-L3. In this study we observed 18 dogs and the diagnosis was confirmed by clinical history and neurological examination followed by x-ray, myelography and MR made to the area of suspected injury. As MR does not use ionizing radiation has been increasingly used in veterinary medicine. In our sample, 83,3% of the animals did x-ray, 66,6% myelography and 88,8% MR. The only two cases witch did not performed MR were due to refusal of the owners. All diagnostic suspicions off extrusion/protrusion indicated by the x-ray and myelography were confirmed by RM. Hansen type I hernia was present is 50% dogs and Hansen type II in 11,1%. The thoracolumbar hernias were more common than cervical type ones, being present in 72,2% of the cases and 27,8% respectively. The most affected segment was cervical C4-C5 (22,2%) and was the lumbar L2-L4 (16,7%). In this study the ventral compression was the most common (33,3%). Like some literature, demonstrated that the appearance of hernias in chondrodystrophic breeds happens more between 3 and 9 years of age and in non-chondrodystrophic breeds between 3 and 14 years. However, the incidence of hernias in non-chondrodystrophic breeds was 72,2% and in chondrodystrophic was 27,8%, which was not verified in other studies. This study concluded that with a realization of diagnostic imaging was possible early detection and confirmation of the location of the disc herniation for decision and subsequent treatment planning to be done.2016-02-25T12:01:47Z2016-02-25T00:00:00Z2016-02-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/5577porNascimento, Ana Catarina Paulo Saraiva Ferreira doinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:56:25Zoai:repositorio.utad.pt:10348/5577Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:22.584791Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
title Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
spellingShingle Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
Nascimento, Ana Catarina Paulo Saraiva Ferreira do
Cães
Deslocamento do disco intervertebral
Exame neurológico
Espectroscopia de ressonância magnética
Exames complementares de diagnóstico
title_short Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
title_full Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
title_fullStr Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
title_full_unstemmed Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
title_sort Hérnias discais no cão: estudo de 18 casos e importância dos meios de diagnóstico imagiológicos
author Nascimento, Ana Catarina Paulo Saraiva Ferreira do
author_facet Nascimento, Ana Catarina Paulo Saraiva Ferreira do
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Nascimento, Ana Catarina Paulo Saraiva Ferreira do
dc.subject.por.fl_str_mv Cães
Deslocamento do disco intervertebral
Exame neurológico
Espectroscopia de ressonância magnética
Exames complementares de diagnóstico
topic Cães
Deslocamento do disco intervertebral
Exame neurológico
Espectroscopia de ressonância magnética
Exames complementares de diagnóstico
description A compressão da medula espinhal, secundária a uma extrusão ou protrusão do disco intervertebral é uma das causas mais comuns de défices neurológicos em animais de companhia. As hérnias discais dividem-se em duas categorias distintas: Hansen tipo I, que resultam da herniação do núcleo pulposo através do anel fibroso e extrusão para o canal vertebral e Hansen tipo II que resultam duma protrusão do anel fibroso. As manifestações clínicas da doença do disco intervertebral podem variar desde a hiperestesia paraespinhal até à tetraplegia e em casos muito graves pode haver perda de sensibilidade à dor profunda. As hérnias discais são mais comuns a nível cervical (C2-C3) e na transição toracolombar (T11-L3). Neste estudo observaram-se 18 cães, cujo diagnóstico foi feito pela anamnese e exame neurológico seguidos de RX, mielografia e RM efetuados à área de lesão suspeita. Como a RM não utiliza radiação ionizante tem vindo a ser cada vez mais utilizada em Medicina Veterinária. Neste estudo 15 (83,3%) dos animais realizaram RX 12 (66,6%) realizaram mielografia e 16 (88,8%) fizeram RM. Apenas dois animais não fizeram RM devido a recusa dos proprietários. Todas as suspeitas diagnósticas de extrusão/protrusão indicadas pelo RX e mielografia foram confirmadas pela RM. A hérnia discal Hansen tipo I (50%) foi mais comum que a hérnia discal Hansen tipo II (11,1%) assim como as hérnias discais toracolombares foram mais frequentes (72,2%) que as hérnias discais cervicais (27,8%). O segmento cervical mais afetado foi C4-C5 (22,2%) e o lombar foi L2-L4 (16,7%). Nos nossos dados a compressão ventral foi a mais frequente (33,3%). Na faixa etária os dados obtidos vão de encontro ao referido na revisão bibliográfica pois o aparecimento de hérnias nas raças condrodistróficas, acontece mais entre os 3 e os 9 anos de idade e nas raças não condrodistróficas entre os 3 e 14 anos. Nos dados que obtivemos da distribuição por raças houve maior incidência nas raças não condrodistróficas (72,2%) do que nas raças condrodistróficas (27,8%). Este estudo permitiu concluir que com a realização dos exames imagiológicos adequados foi possível a deteção e confirmação precoce da localização da hérnia discal para decisão e planeamento posterior do tratamento a ser efetuado.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-02-25T12:01:47Z
2016-02-25T00:00:00Z
2016-02-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10348/5577
url http://hdl.handle.net/10348/5577
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137151667929088