A oncoproteína mutante p53 como factor de apoio à decisão terapêutica no carcinoma gástrico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fradique, Caldeira
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: da Silva, Guedes, Quaresma, Luisa, Silva, Gualdino, Pupo, Alexandra, Oliveira, Mário, Costa, Lígia, Esteves, Jorge, Marques, Mateus, Fernandez, Gonçalo, Cabrita, Fernanda, Pina, Filomena
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/540
Resumo: Introdução – O carcinoma gástrico constitui a terceira causa oncológica de morte em Portugal. A metastização ganglionar, em particular a relação entre o número de gânglios ressecados e o número de gânglios metastizados, constitui o mais importante factor de prognóstico independente no carcinoma gástrico. A metastização das cadeias ganglionares distais assume um significado prognóstico pejorativo e condiciona as opções terapêuticas cirúrgicas e não cirúrgicas. Assim, na programação da terapêutica, torna-se importante encontrar marcadores da metastização ganglionar em geral e, em particular, da metastização das cadeias ganglionares distais. A proteína p53, produto do gene supressor tumoral TP53, funciona normalmente como um travão à replicação do ADN, como supressor da angiogénese e como factor desencadeante da apoptose. As mutações do gene TP53 constituem uma das alterações moleculares mais frequentes no carcinoma gástrico, levando à formação da proteína mutante p53. A sobre-expressão de p53 tem sido considerada factor de mau prognóstico e associada à metastização ganglionar. Objectivos – O presente estudo procura determinar a relação entre a expressão de p53 e a metastização das cadeias ganglionares distais. Material e Métodos – Foram estudados 50 doentes com carcinoma gástrico submetidos a cirurgia radical de intenção curativa, com linfadenectomia alargada. Foram estudados 1786 gânglios ressecados. Este número representa uma média de 35,7 gânglios ressecados por doente, uma das maiores a nível internacional. Correlacionou-se a expressão de p53 com a localização, dimensão, tipo histológico, invasão em profundidade, número de gânglios metastizados, metastização das cadeias ganglionares distais e estádio TNM. Resultados – Em todos os parâmetros estudados, a proteína mutante p53 relacionou-se com indicadores de mau prognóstico. Em particular, demonstrou relação com significado estatístico (p = 0.019) com a metastização das cadeias ganglionares distais, ou seja, cadeias da segunda estação ganglionar ou mais distais.Conclusão  – A proteína mutante p53 é um bom indicador de prognóstico no adenocarcinoma gástrico. Ao identificar os tumores em risco de metastização das cadeias ganglionares distais é um elemento de apoio à decisão terapêutica, em particular no que respeita à extensão da linfadenectomia e à terapêutica neo-adjuvante e adjuvante.
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