Optimizing the dietary protein: lipid ratio on meagre (Argyrosomus regius): effects on growth and lipid deposition

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, João Paulo Cardoso Lopes, 1985-
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/10356
Resumo: Tese de mestrado. Biologia (Ecologia Marinha). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2013
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spelling Optimizing the dietary protein: lipid ratio on meagre (Argyrosomus regius): effects on growth and lipid depositionAquaculturaDieta alimentarCorvinaTeses de mestrado - 2013Tese de mestrado. Biologia (Ecologia Marinha). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2013A aquicultura é um dos tipos mais modernos de agricultura praticada no Mundo, sendo uma das respostas para a crescente demanda por produtos de origem animal e seus derivados. Devido à baixa diversidade de espécies produzidas na Europa, surgiu a necessidade de diversificar os produtos atualmente produzidos, com a implementação de novas espécies passíveis de serem criadas a um nível industrial. Nesse contexto, foi proposta a implementação da criação e produção de corvina (Argyrosomus regius), por apresentar características necessárias a uma produção sustentável: requisitos biológicos facilmente atingíveis (crescimento, fecundidade e criação em cativeiro), requisitos tecnológicos (índice de conversão apropriado, ciclo de vida bem conhecido) e requisitos de mercado (penetração de mercado, alto valor comercial e disponibilidade anual), que, em conjunto com um custo de produção reduzido, podem competir com as espécies já cultivadas. A corvina faz parte da família Sciaenidae, sendo uma das maiores famílias de peixes roncadores, incluindo 270 espécies dentro de 70 géneros. São peixes roncadores, porque emitem sons durante a época de desova. Possuem uma ampla distribuição entre as regiões temperadas e tropicais do Mundo, incluindo Portugal, de Norte a Sul. Atualmente já existem sete espécies cultivadas a nível comercial e/ou experimental, das quais a corvina faz parte. A corvina é um peixe teleósteo, sendo um dos maiores membros da família Sciaenidae. Pode crescer mais de 180 cm de comprimento total e peso superior a 50 kg. Tem uma ampla distribuição, estando presente nos mares Mediterrâneo e Negro, na costa Atlântica da Europa e costa oeste africana, onde vivem em estuários e águas costeiras, próximo do fundo ou perto da superfície (profundidades variam de 15 a 200 m). A qualidade da carne é de alto valor nutricional, dando origem ao seu nome latino regius, para qualidade “real” da sua carne. O ciclo de vida já está fechado, com muitas “hatcheries” espalhadas por toda a Europa, sendo a engorda feita com sucesso em jaulas ou tanques (prática realizada nos países do Mediterrâneo, como Grécia, França, Itália, Espanha e Egito). Apesar das técnicas para as diferentes fases de criação estarem bem estabelecidas, a produção ainda não atingiu o seu potencial pleno, principalmente devido aos protocolos alimentares, uma vez que estes são os mesmos utilizados em outras espécies, com requisitos bem conhecidos em termos de nutrientes. É um peixe carnívoro, que, com a alimentação apropriada, consegue atingir 1 kg em menos de um ano (cultivo em jaulas), pelo que um rácio proteína:lípido apropriado será a resposta para esse elevado crescimento. Relativamente à formulação de uma dieta apropriada, o valor de proteína alimentar deverá ser superior a 45%, e o valor de lípidos não superior a 17%, em termos de ração total. Os aminoácidos e os ácidos gordos essenciais fornecidos nas rações permitem criar balanços energéticos que irão sustentar o rápido crescimento da corvina. Os ácidos gordos são colocados nas rações através de óleos de peixe, que contêm ácidos gordos saturados, monoinsaturados e polinsaturados, sendo estes últimos aqueles que possuem efeitos benéficos para o ser humano – ómega-3. Os ácidos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) são os principais ácidos gordos fornecidos pelos óleos de peixe, e essenciais a todos os peixes. Hidratos de carbono são utilizados na formulação das rações, servindo como uma fonte de uso limitada para produção de energia, bem como para dar forma e estabilidade às rações. Minerais e vitaminas também são introduzidos nas rações, para suplementar deficiências a esse nível. Para averiguar quais os níveis ótimos de proteínas e lípidos a incluir nas rações de corvina, e averiguar como esses nutrientes são utilizados, foi realizado um ensaio experimental, com duração total de 12 semanas. Cinco dietas isoenergéticas (21,92±0,57 MJ/kg) (média±desvpad) foram criadas, com variações nos níveis de proteína (44% e 50%) e lípidos (12%, 15% e 18%), sendo denominadas de 44L15, 44L18, 50L12, 50L15 e 50L18. O ensaio decorreu desde Setembro/2011 a Dezembro/2011 (63 dias), com um número inicial de 945 peixes (63,66±2,78 g), distribuídos aleatoriamente por 15 tanques de fibra de vidro (volume total de 1500L), em grupos triplicados. Os peixes foram aclimatados durante uma semana, e o ensaio começou posteriormente. Os peixes eram alimentados diariamente, às 9h00 e às 16h (dias de semana) e às 9h e às 13h (fins de semana), sendo a alimentação feita à mão, ad libitum (até à saciação). Foram realizadas quatro amostragens: uma inicial, duas intermédias, e uma final. Em todas houve verificação do peso corporal e tamanho, sendo que na final foram sacrificados 12 peixes, dos quais 6 foram usados para a análise corporal proximal, e outros 6 para análise do conteúdo lipídico das amostras de músculo e fígado (lípidos totais e perfil de ácidos gordos). A análise estatística foi realizada com recurso ao software STATISTICA 11.0, onde os dados foram sujeitos à análise de variância (ANOVA), com p <0,05 e quando normalidade e homocedasticidade eram cumpridas. Caso contrário, testes não paramétricos – análise de variância Kruskal-Wallis – eram realizados para averiguar diferenças. No geral, e tendo em conta os parâmetros de crescimento calculados, a dieta 50L18 apresentou o melhor desempenho, quando comparada com as outras dietas, uma vez que possui os níveis desejados de proteína e de lípidos, com proteína > 45% e lípidos ≈ 17%. Por outro lado, a alimentação 50L12 teve o pior desempenho, principalmente por causa dos baixos níveis de lipídios na dieta. As taxas de SGR (taxa de crescimento específico) devem ser maiores do que 1% / dia, situação alcançada com as dietas 50L15 e 50L18 que possuíam os SGR mais elevados, de 0,99±0,04 e 1,21±0,00, respetivamente. Dentro do grupo com 50% de proteína, a dieta 50L18 apresentou a maior Taxa de Crescimento Diário (DGI): 1,78±0,03 %, a maior Eficiência da Ração (FE): 0,97±0,04, e o maior Rácio de Eficiência Proteica (PER): 2,33±0,09, possuindo o menor valor médio de Rácio de Conversão Alimentar (FCR): 1,04±0,04. O valor de DGI obtido é devido aos elevados valores de proteína e lípido presentes na ração, que acabaram por se refletir num peso final superior aos outros tratamentos. O valor de PER está relacionado com valores elevados de FE, bem como de peso final elevado, situação que se confirmou com esta dieta, visto que os peixes que cresceram mais foram aqueles que se alimentaram mais. O FCR ao ser mais baixo que nas outras dietas indica que, com a mesma quantidade de alimento, a conversão da dieta 50L18 em elementos bio disponíveis é feita com maior eficácia. A dieta 50L18 também foi aquela que apresentou os valores médios mais elevados para a retenção de proteína (42,24±2,50 %) e energia (26,98±0,47 %), bem como para os valores médios de ganho diário de nitrogénio (N) (334,56±8,26 mg/kg/dia) e energia (0,71±0,04 kJ/kg/dia). Com estes valores, fica confirmado que dietas com valores aproximados de 50% proteína são essenciais para o crescimento da corvina. A dieta 50L12 apresentou o pior valor de ganho diário de energia (0,51±0,16 kJ/kg/dia), o que indica que não será apropriada para o cultivo de corvina, inclusive por apresentar uma retenção de lípidos (17,65±13,01 %) bastante inferior aos outros tratamentos. Relativamente à composição proximal dos peixes alimentados com cada dieta experimental, em termos de matéria seca, a dieta 44L18 foi a que apresentou o menor valor médio de proteína (64,97±2,32 %) em oposição à dieta 50L12 (69,94±3,11 %), sendo o valor de lípidos o que mais influencia o valor de proteína presente. A dieta 50L12 apresentou o menos valor médio de lípidos (16,78±2,86 %), sendo ainda menos do que o inicial (19,63±0,14 %), o que indica a má performance desta dieta. Em termos de matéria fresca, as dietas do grupo de 50% proteína possuíram melhor performance que a dieta 44L18, sendo que esta, numa base de matéria fresca de lípidos e de energia, obteve os valores médios mais elevados (6,53±0,94 % e 6,44±0,29 % respetivamente), visto possuir uma elevada concentração de lípidos e um valor mais reduzido de proteína. Em termos de deposição lipídica, o conteúdo lipídico do fígado foi maior no tratamento 50L18 do que no 50L12 (63,11±3,98 % vs. 53,01±7,61 %), mas semelhante ao tratamento 44L18 (58,26 ± 10,05 %). Os valores de lípidos musculares não são significativamente diferentes entre os cinco tratamentos, possuindo um valor médio de 2,3 %. O perfil de ácidos gordos (AG) dos diferentes tratamentos não exibe diferenças significativas, possuindo valores médios de AG saturados ≈32%, AG monoinsaturados ≈20%, de AG polinsaturados ≈43% e a relação (n-3)/(n-6) ≈4,2, sendo valores muito bons. Estes resultados, juntamente com os baixos índices aterogénico e trombogénico, prova que a corvina é uma excelente fonte de ómega-3, essenciais param uma condição cardíaca saudável. Não obstante que a proteína é o ingrediente mais caro na formulação de rações, uma dieta apropriada para a criação de corvina a um nível comercial deverá possuir aproximadamente 50% de conteúdo proteico, e possuir entre 15 a 18% de conteúdo lipídico, sendo estes valores uma boa abordagem para uma dieta ideal que poderia maximizar o crescimento e baixar custos.This study investigates the effects of dietary lipid and protein levels in the growth, feed utilization and body composition of meagre (Argyrosomus regius). Triplicate groups of 945 juvenile fish (63,66±2,78 g average weight±SD) were fed for 63 days five isoenergetic diets (21,79±0,17 kJ) containing 44 and 50% of crude protein, and 12, 15 and 18% of crude lipids, named 44L15, 44L18, 50L12, 50L15 and 50L18. Mean values of fishes fed diet 50L18 were significantly higher than all other treatments, regarding final body weight (136,09±1,00 g), specific growth rate (1,21±0,00 %), daily growth index (1,78±0,03 %) and protein efficiency ratio (2,33±0,09), with the %crude protein in the feed to affect the last to parameters. Voluntary feed index of fish was affected by the %crude lipid in the feed, with diet 44L18 to have significantly higher values (1,28±0,11 %) than diets 44L15 and 50L12. Fish fed diet 50L18 had significantly higher values of food conversion ratio (1,04±0,04) than all diets, except diet 50L12. The retention of dry matter and protein had significant differences, with diet 50L18 to have the highest values (27,60±0,98 % and 42,24±2,50 %, respectively), and to also possess the highest daily gain of nitrogen and energy. No significant differences were found in the values of lipid and energy retention, and in the daily gain of lipid. Significant differences were found between the mean lipid deposition on liver, but not on the muscle samples. The fatty acid profile was not significantly different between treatments, and neither were the Atherogenicity and Thrombogenicity indexes. Overall, the results indicated that the best growth performance was observed in fishes fed the 50L18 diet, but with excessive mesenteric fat deposition in the abdominal wall. In conclusion, meagre feeds should have around 50% crude protein and between 15 to 18% crude lipid.Narciso, Luís, 1959-Ferreira, Pedro PousãoRepositório da Universidade de LisboaFernandes, João Paulo Cardoso Lopes, 1985-2014-01-29T16:54:24Z20132013-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/10356TID:201338700enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:55:47Zoai:repositorio.ul.pt:10451/10356Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:34:24.667011Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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