Tarefas de desenvolvimento de Havighurst em quatro casos de Perturbação do Espectro do Autismo

• Autor(a) principal: Gomes, Laura Ferreira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/7567
• topic: Perturbação do Espectro do Autismo (PEA); tarefas de desenvolvimento; Havighurst; histórias de vida; jovens; adultos; Autism Spectrum Disorder (ASD); developmental tasks; Havighurst; life stories; young people; adults

A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento, definida por défices persistentes na comunicação e interação social, e por padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades. Normalmente, identificada na infância, existem casos de maior funcionalidade em que é diagnosticada muito tardiamente. O modelo teórico de desenvolvimento humano, proposto por Havighurst, identifica tarefas fundamentais ao longo do ciclo de vida. Os estudos sobre o impacto da PEA no desenvolvimento e sucesso destas tarefas são praticamente inexistentes. Nesse sentido, procurou compreender-se, com base nas auto perceções, o processo de desenvolvimento de três adultos e um jovem com diagnóstico de PEA, em diferentes fases de vida, à luz daquele modelo. Pretendeu-se, através da análise de conteúdo de entrevistas, identificar as tarefas com maior e menor sucesso e compreender como é perspetivado o diagnóstico. Apesar dos distintos trajetos de vida, existiu, nos quatro casos, algum sucesso no desenvolvimento. Possivelmente, chegar-se-ia a maior insucesso em casos de PEA de maior gravidade. Os resultados apontam para limitações esperadas (e.g.: relação com os pares), mas também para indicadores positivos menos expectáveis (e.g.: desenvolvimento da consciência). As maiores dificuldades foram auto percecionadas pela participante com diagnóstico já na vida adulta. Apesar do reconhecimento geral da importância da deteção e intervenções, o impacto parece superior em diagnósticos tardios, havendo concordância que deveriam ter ocorrido mais cedo, evitando adversidades escolares e de saúde mental. Poderá ser profícuo desenvolver outros estudos sustentados neste modelo de desenvolvimento e continuar a pesquisa sobre os fatores interferentes no diagnóstico.