Depressão Perinatal Paterna: fatores de risco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura Pereira, Ana Carolina
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Fonseca-Moutinho, José, Morais, Sofia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25752/psi.19812
Resumo: Introdução: A Depressão Perinatal Paterna tem uma prevalência estimada entre 8.4 e 10.4% segundo duas meta-análises recentes, sendo um fenómeno cada vez mais estudado nas últimas décadas. Atendendo ao impacto clínico e económico, esta perturbação merece a devida atenção da comunidade científica. Objetivos: Análise descritiva da atual evidência científica sobre a Depressão Perinatal Paterna, identificando a prevalência, fatores de risco e impacto no individuo, sociedade e sistemas de saúde. Métodos: Revisão não sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, UpToDate e normas de orientação da  Direção-Geral da Saúde e Organização Mundial da Saúde, sem limite temporal. Resultados: Foram identificados diversos fatores de risco para a Depressão Perinatal Paterna, que podem ser divididos em: individuais (idade inferior a 28 anos, baixo nível educacional e socioeconómico, desemprego, tabagismo, hábitos alimentares desregrados, personalidade com níveis elevados de neuroticismo ou baixa autoestima, padrão educacional do próprio pai com excessivo controlo ou ausência de modelos paternais, eventos de vida negativos); socioculturais (solteiro, separado ou divorciado, baixo apoio conjugal, familiar e laboral, e pertencente a minorias étnicas); relacionados com a gravidez (gravidez não planeada/desejada, parto instrumentado, complicações na gravidez ou na saúde da criança, e gravidez precedida por tratamentos de fertilidade); psiquiátricos (concomitância de depressão materna e antecedentes de doença psiquiátrica no homem); e hormonais (diminuição dos níveis de testosterona, estrogénio, cortisol, vasopressina e prolactina). A concomitância de depressão materna é o principal fator de risco, em que o homem apresenta risco superior, cerca de 50%, de desenvolver Depressão Perinatal Paterna. A Depressão Perinatal Paterna revela um impacto negativo, quer na ligação paterno-infantil, com efeitos deletérios na criança que podem persistir até à adolescência e idade adulta, quer ao nível económico no setor da saúde, pelo aumento da utilização dos cuidados de saúde primários e hospitalares pelos pais deprimidos. Conclusões: Para uma maior consciencialização e reconhecimento precoce desta entidade clínica devem ser adotadas medidas como a implementação de questionários de rastreio, a divulgação de informação relativa à prevalência, fatores de risco e possíveis consequências e a utilização de tecnologias para conseguir a deteção e resolução de determinados fatores de risco.
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spelling Depressão Perinatal Paterna: fatores de riscoDepressão Perinatal Paterna: fatores de riscoArtigos de RevisãoIntrodução: A Depressão Perinatal Paterna tem uma prevalência estimada entre 8.4 e 10.4% segundo duas meta-análises recentes, sendo um fenómeno cada vez mais estudado nas últimas décadas. Atendendo ao impacto clínico e económico, esta perturbação merece a devida atenção da comunidade científica. Objetivos: Análise descritiva da atual evidência científica sobre a Depressão Perinatal Paterna, identificando a prevalência, fatores de risco e impacto no individuo, sociedade e sistemas de saúde. Métodos: Revisão não sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, UpToDate e normas de orientação da  Direção-Geral da Saúde e Organização Mundial da Saúde, sem limite temporal. Resultados: Foram identificados diversos fatores de risco para a Depressão Perinatal Paterna, que podem ser divididos em: individuais (idade inferior a 28 anos, baixo nível educacional e socioeconómico, desemprego, tabagismo, hábitos alimentares desregrados, personalidade com níveis elevados de neuroticismo ou baixa autoestima, padrão educacional do próprio pai com excessivo controlo ou ausência de modelos paternais, eventos de vida negativos); socioculturais (solteiro, separado ou divorciado, baixo apoio conjugal, familiar e laboral, e pertencente a minorias étnicas); relacionados com a gravidez (gravidez não planeada/desejada, parto instrumentado, complicações na gravidez ou na saúde da criança, e gravidez precedida por tratamentos de fertilidade); psiquiátricos (concomitância de depressão materna e antecedentes de doença psiquiátrica no homem); e hormonais (diminuição dos níveis de testosterona, estrogénio, cortisol, vasopressina e prolactina). A concomitância de depressão materna é o principal fator de risco, em que o homem apresenta risco superior, cerca de 50%, de desenvolver Depressão Perinatal Paterna. A Depressão Perinatal Paterna revela um impacto negativo, quer na ligação paterno-infantil, com efeitos deletérios na criança que podem persistir até à adolescência e idade adulta, quer ao nível económico no setor da saúde, pelo aumento da utilização dos cuidados de saúde primários e hospitalares pelos pais deprimidos. Conclusões: Para uma maior consciencialização e reconhecimento precoce desta entidade clínica devem ser adotadas medidas como a implementação de questionários de rastreio, a divulgação de informação relativa à prevalência, fatores de risco e possíveis consequências e a utilização de tecnologias para conseguir a deteção e resolução de determinados fatores de risco.Background: Paternal Perinatal Depression has an estimated prevalence between 8.4 and 10.4% according to two meta-analyzes, and has been increasingly studied in recent decades. In light of its clinical and economic impact, this disorder deserves due attention from the scientific community. Aims: This paper aims at a descriptive analysis of scientific evidence on Paternal Perinatal Depression, identifying the prevalence, risk factors and the impact on individuals, society and health systems. Methods: Non-systematic literature review was carried out through PubMed, UpToDate, guidelines from the Direção-Geral da Saúde and World Health Organization. Results: Several risk factors for Paternal Perinatal Depression were recognized and can be divided into: individual (age less than 28 years, low educational and socioeconomic level, unemployment, smoking, disordered eating habits, high levels of neuroticism or low self-esteem, father’s educational pattern with excessive control or absence of paternal models, negative life events); sociocultural (single, separated or divorced, low marital, family and work support, belonging to ethnic minorities), pregnancy-related (unplanned or undesired pregnancy, instrumented delivery, complications in pregnancy or in child health, pregnancy preceded by fertility treatments), psychiatric (concomitant maternal depression and history of psychiatric illness in men) and hormonal (decreased levels of testosterone, estrogen, cortisol, vasopressin and prolactin). The concomitance of maternal depression is the main risk factor, in which men are at a higher risk (approximately 50%) of developing Paternal Perinatal Depression. Paternal Perinatal Depression has a negative impact, both on the father-child connection, with deleterious effects on the child that can persist until adolescence and adulthood, as well as on the health sector, with an increase in the use of primary health care and hospital care by the depressed parents. Conclusions: In order to increase awareness and early recognition of this clinical entity it is necessary to adopt measures, such as implementation of screening questionnaires, the dissemination of information related to the prevalence, risk factors and possible consequences and the use of technologies in order to enable the detection and resolution of certain risk factors.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2023-12-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.19812por2182-31461646-091XMoura Pereira, Ana CarolinaFonseca-Moutinho, JoséMorais, Sofiainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-05T05:45:52Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/19812Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:16.668852Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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