Arthur & George por Julian Barnes: na Pista de um Crime sem Castigo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/139 |
Resumo: | Julian Barnes recria em Arthur & George o caso que aconteceu nos finais do século XIX e ficou conhecido no Reino Unido como “Os Ultrajes de Great Wyrley”1. Seguindo os eventos, o romance aproxima-se dos percursos vivenciais das duas personagens, Arthur e George, ao mesmo tempo que explora as suas particularidades psicológicas. O intimismo e a auto-reflexão são recursos constantes na recriação das circunstâncias que levaram à condenação injusta de George Edalji a uma pena de prisão e à intervenção em seu favor por parte do famoso escritor, Sir Arthur Conan Dolye. Traços pós-modernistas dominam no romance, onde não existem respostas definitivas nem verdades absolutas. Um pormenor que parece irrefutável é a atitude preconceituosa e incompetente de um sistema judicial que se esperava justo e eficaz, numa sociedade civilizada como a da Inglaterra de então. A ideologia predominante do romance policial, um subgénero onde a lógica prevalece, também é questionada em Arthur & George. A objectividade do conhecimento e a unidade do sujeito são substituídas pela noção de indeterminação, pela aceitação dos limites do conhecimento humano, no que respeita à leitura e interpretação dos factos. Em consequência, o leitor é levado a colaborar na demanda de Doyle, se não pela verdade, ao menos pela justiça. |
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Arthur & George por Julian Barnes: na Pista de um Crime sem CastigoBarnes, Julian, 1946-Estudo críticoSéc.20Literatura InglesaJulian Barnes recria em Arthur & George o caso que aconteceu nos finais do século XIX e ficou conhecido no Reino Unido como “Os Ultrajes de Great Wyrley”1. Seguindo os eventos, o romance aproxima-se dos percursos vivenciais das duas personagens, Arthur e George, ao mesmo tempo que explora as suas particularidades psicológicas. O intimismo e a auto-reflexão são recursos constantes na recriação das circunstâncias que levaram à condenação injusta de George Edalji a uma pena de prisão e à intervenção em seu favor por parte do famoso escritor, Sir Arthur Conan Dolye. Traços pós-modernistas dominam no romance, onde não existem respostas definitivas nem verdades absolutas. Um pormenor que parece irrefutável é a atitude preconceituosa e incompetente de um sistema judicial que se esperava justo e eficaz, numa sociedade civilizada como a da Inglaterra de então. A ideologia predominante do romance policial, um subgénero onde a lógica prevalece, também é questionada em Arthur & George. A objectividade do conhecimento e a unidade do sujeito são substituídas pela noção de indeterminação, pela aceitação dos limites do conhecimento humano, no que respeita à leitura e interpretação dos factos. Em consequência, o leitor é levado a colaborar na demanda de Doyle, se não pela verdade, ao menos pela justiça.Julian Barnes recreates in Arthur & George a case which took place in late 19th century and became known in the United Kingdom as “The Great Wyrley Outrages”. By following the events Barnes´s novel appears to be true to life while exploring the psychological peculiarities of the two mains characters, Arthur and George. Intimism and self-reflexion are used in the recreation of the situation which led to the unfair condemnation of George Edalji, and the intervention of the famous author, Sir Arthur Conan Doyle, who acted as a solicitor on Edalji’s behalf. Postmodernist traits dominate this novel, where there are not definite answers or absolute truths. What seems to be irrefutable is the prejudice and the incompetence of a judicial system which should be just and efficient in a civilized society such as the English society of those times. The dominating ideology of the detective story, a sub-genre where logic prevails, is also questioned in Arthur & George. The objectivity of knowledge leads to indetermination and, at the end, what stands out is the acceptance of the limits of human knowledge, regarding the interpretation of facts. As a consequence, the reader feels compelled to join Doyle’s quest, if not for the truth, at least for justice.2010-08-16T09:59:59Z2008-01-01T00:00:00Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/139pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessPereira, Anabela Cristina Antunesreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:43:51Zoai:repositorio.utad.pt:10348/139Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:03:31.940133Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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