Factores associados ao teste do virus da imunodeficiência humana numa amostra de homens que têm sexo com homens em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BETTENCOURT, Joana
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/52957
Resumo: Com o advento da terapêutica antirretrovírica, os indivíduos podem aceder a esquemas terapêuticos eficazes se acederem efectivamente aos serviços de diagnóstico e tiverem conheciconhecimento do seu estatuto serológico positivo para o Vírus da Imunodeficiência Humana. No entanto, muitas pessoas mantêm-se sem diagnóstico ou são testados numa fase tardia da infecção. O grupo de Homens que têm Sexo com Homens (HSH) é um dos mais afectados pelo VIH, apresentando, globalmente, elevadas taxas de incidência e prevalência da infecção. Este estudo teve como objectivo caracterizar a proporção do teste VIH numa amostra de Homens que têm Sexo com Homens portugueses e identificar os factores associados ao teste VIH neste grupo. Uma amostra de 1046 homens com idades superiores aos 18 anos que declararam ter sexo com homens seleccionados através do método Snowball em quatro regiões do país (Grande Porto, Grande Lisboa, Centro e Sul) respondeu de forma anónima e confidencial a um questionário construído para o efeito, integrando indicadores da UNGASS, ECDC e OMS. Procedeu-se à comparação de proporções utilizando o teste de Qui-Quadrado (α=0,05). Para a avaliação da magnitude das associações entre as categorias de variáveis foram calculados odds ratios com intervalos de confiança de 95%, usando a regressão logística. Cerca de 88% dos participantes referiu ter feito o teste VIH pelo menos uma vez na vida e 70% no último ano. Os HSH que mais frequentemente reportaram terem feito o teste situam-se na faixa etária entre os 26 e 35 anos. A maioria dos inquiridos (95%) referiu ter conhecimento de que o teste VIH pode ser gratuito e confidencial, 60,6% fez o teste tradicional e 31,5% realizou-o num Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce (CAD). Os mais jovens (18-25 anos), que nunca recorreram a serviços para obter informação sobre o VIH/sida nem por suspeita de estar infectado, que não foram abrangidos nem fizeram parte de nenhuma campanha nos últimos 12 meses e aqueles que não vivem com um parceiro reportaram mais frequentemente que nunca fizeram o teste. A procura de informação sobre VIH/sida nos serviços de saúde, ter sido abrangido por uma campanha no último ano e viver com um parceiro estavam significativamente associados à realização do teste VIH no último ano. A baixa percepção do risco de infecção foi uma das barreiras mais citadas, seguida do medo de saber o resultado e o receio da quebra do anonimato e da confidencialidade. Estes resultados sugerem importantes contributos para o desenvolvimento de programas culturalmente adaptados, dirigidos à promoção do teste VIH entre os Homens que têm Sexo com Homens em Portugal.
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Uma amostra de 1046 homens com idades superiores aos 18 anos que declararam ter sexo com homens seleccionados através do método Snowball em quatro regiões do país (Grande Porto, Grande Lisboa, Centro e Sul) respondeu de forma anónima e confidencial a um questionário construído para o efeito, integrando indicadores da UNGASS, ECDC e OMS. Procedeu-se à comparação de proporções utilizando o teste de Qui-Quadrado (α=0,05). Para a avaliação da magnitude das associações entre as categorias de variáveis foram calculados odds ratios com intervalos de confiança de 95%, usando a regressão logística. Cerca de 88% dos participantes referiu ter feito o teste VIH pelo menos uma vez na vida e 70% no último ano. Os HSH que mais frequentemente reportaram terem feito o teste situam-se na faixa etária entre os 26 e 35 anos. A maioria dos inquiridos (95%) referiu ter conhecimento de que o teste VIH pode ser gratuito e confidencial, 60,6% fez o teste tradicional e 31,5% realizou-o num Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce (CAD). Os mais jovens (18-25 anos), que nunca recorreram a serviços para obter informação sobre o VIH/sida nem por suspeita de estar infectado, que não foram abrangidos nem fizeram parte de nenhuma campanha nos últimos 12 meses e aqueles que não vivem com um parceiro reportaram mais frequentemente que nunca fizeram o teste. A procura de informação sobre VIH/sida nos serviços de saúde, ter sido abrangido por uma campanha no último ano e viver com um parceiro estavam significativamente associados à realização do teste VIH no último ano. A baixa percepção do risco de infecção foi uma das barreiras mais citadas, seguida do medo de saber o resultado e o receio da quebra do anonimato e da confidencialidade. Estes resultados sugerem importantes contributos para o desenvolvimento de programas culturalmente adaptados, dirigidos à promoção do teste VIH entre os Homens que têm Sexo com Homens em Portugal.With the advent of antiretroviral therapy, people can access effective treatment if they are effectively accessing early testing services and are aware of their Human Immunodeficiency Virus positive status. However, many persons remain undiagnosed or are tested relatively late in the course of their infection. Men who have Sex with Men (MSM) are one of the most HIV affected group, experience the highest HIV incidence and prevalence rates, worldwide. This study aimed to characterize the proportion of HIV testing among a Portuguese Men who have Sex with Men sample and identify the factors that may be associated to HIV testing.A questionnaire, integrating UNGASS, ECDC and WHO indicators, was completed anonymously by 1,046 men aged between 18-78 years old, declared have had sex with men selected by snowball method in four different regions from Portugal (Grande Porto, Grande Lisboa, Centro e Sul). Proportions were compared using chi-square test (α=0,05). The magnitude of the associations between HIV testing and the different categories of variables was estimated by means of odds ratio (OR) and 95% confidence intervals, using logistic regression. Around 88% of participants reported having ever been HIV tested and 70% in the last year. HIV testing was more frequently among those who were 26-35 years old. The great majority of participants (95%) reported to know that HIV testing can be free for charge and confidential, 60,6% reported to having been tested with a standard test and 31,5% reported to have had the test at the HIV Early Detection and Counselling Centres. Differences were observed between those have been tested and those not: being younger, never used health services to search for information about HIV or for HIV infection suspicion, not have been part of HIV campaign in the last year and not living with a partner reporting more frequently never been tested. Searching for HIV information at health services, have been part of HIV campaign in the last year and living with a partner were significantly associated with HIV testing. Low perception risk was the most frequently cited as HIV testing obstacle, followed by fear of finding out the result and concern about anonymity and confidentiality. These results suggest important contributions for the development of tailored programs focused on the promotion of HIV testing among men who have sex with men in Portugal.Instituto de Higiene e Medicina TropicalDIAS, Sónia FerreiraMARTINS, Maria do Rosário OliveiraRUNBETTENCOURT, Joana2018-11-27T15:44:15Z201120112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/52957porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:25:26Zoai:run.unl.pt:10362/52957Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:32:18.899562Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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