Fatores associados a ansiedade e depressão em doentes com diabetes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ROQUE, Maria Filomena Cardoso dos Santos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/37848
Resumo: Introdução: A depressão e a ansiedade estão mais frequentemente presentes nos indivíduos com DM do que na população em geral. Objetivos: Foi nosso objetivo comparar a distribuição de sintomas de depressão e de ansiedade e de alguns fatores associados nos indivíduos diabéticos seguidos na consulta hospitalar de diabetes no Hospital de Santarém EPE. Material e métodos: Estudo observacional, transversal e analítico de abordagem quantitativa, realizado na consulta de diabetologia do HDS no período de 01/10/2016 a 31/12/2016. Foram excluídos deste estudo os indivíduos com défice cognitivo, menores de 18 anos e os que recusaram participar no estudo após solicitação. Foram englobados no estudo 162 doentes aos quais foram aplicados dois questionários; um de caracterização sociodemográfica, clínica e de estilo de vida, desenvolvido especificamente para este estudo. A depressão e a ansiedade foram avaliadas pela escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) na sua versão validada para a população portuguesa. A análise dos dados foi realizada utilizando-se o programa informático SPSS para Windows versão 23.0. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Cinquenta e três vírgula sete indivíduos eram do género feminino. A idade média foi de 63,3 anos, 95% eram naturais de Portugal e 98,1% professavam a religião católica. Sessenta e oito vírgula cinco dos indivíduos eram casados, 62,3% viviam com o cônjuge e 98,6% dos indivíduos residiam em casa familiar. A maioria tinha um nível de escolaridade correspondente ao 1º ciclo e 46,9% auferiam menos de 500 euros. A grande maioria era portadora de DM2 (92,6%), com uma longa evolução da doença (média 14,1 anos), com complicações macro e microvasculares, hipertensão arterial, dislipidemia e depressão, com um controle glicémico globalmente aceitável (HgA1c:7,8%), com obesidade grau I e excesso de peso e com um perfil lipídico adequado. Efetuavam maioritariamente terapêutica com insulina quer de forma isolada quer em associação com fármacos hipoglicemiantes orais. A prevalência de depressão foi de 56,6%; a de ansiedade de 48,8% e a de ansiedade e depressão de 33,3%. Verificou-se existir relação entre depressão e as variáveis IMC, retinopatia e HTA. A ansiedade associou-se ao género feminino e à terapêutica com insulina. Não se observou relação entre co prevalência de ansiedade e depressão e qualquer das variáveis estudadas. Conclusões: Encontrámos uma prevalência elevada de depressão e ansiedade na nossa população. Algumas variáveis sociodemográficas e clinicas correlacionaram-se de forma significativa com ansiedade e depressão nos doentes diabéticos. Idade, IMC, retinopatia e hipertensão associaram-se à depressão. Género feminino, e terapêutica com insulina associaram-se significativamente com ansiedade. Nenhuma das variáveis se associou significativamente com a simultaneidade de depressão e ansiedade. O reconhecimento dos fatores vulneráveis associados a depressão e ansiedade em pessoas com diabetes é fundamental pois, se as intervenções psicológicas forem aplicadas em tempo oportuno e de modo eficaz, conseguirão reduzir os níveis de ansiedade e depressão e também prevenir a morbilidade psicológica associada a esta doença.
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Foram englobados no estudo 162 doentes aos quais foram aplicados dois questionários; um de caracterização sociodemográfica, clínica e de estilo de vida, desenvolvido especificamente para este estudo. A depressão e a ansiedade foram avaliadas pela escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) na sua versão validada para a população portuguesa. A análise dos dados foi realizada utilizando-se o programa informático SPSS para Windows versão 23.0. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Cinquenta e três vírgula sete indivíduos eram do género feminino. A idade média foi de 63,3 anos, 95% eram naturais de Portugal e 98,1% professavam a religião católica. Sessenta e oito vírgula cinco dos indivíduos eram casados, 62,3% viviam com o cônjuge e 98,6% dos indivíduos residiam em casa familiar. A maioria tinha um nível de escolaridade correspondente ao 1º ciclo e 46,9% auferiam menos de 500 euros. A grande maioria era portadora de DM2 (92,6%), com uma longa evolução da doença (média 14,1 anos), com complicações macro e microvasculares, hipertensão arterial, dislipidemia e depressão, com um controle glicémico globalmente aceitável (HgA1c:7,8%), com obesidade grau I e excesso de peso e com um perfil lipídico adequado. Efetuavam maioritariamente terapêutica com insulina quer de forma isolada quer em associação com fármacos hipoglicemiantes orais. A prevalência de depressão foi de 56,6%; a de ansiedade de 48,8% e a de ansiedade e depressão de 33,3%. Verificou-se existir relação entre depressão e as variáveis IMC, retinopatia e HTA. A ansiedade associou-se ao género feminino e à terapêutica com insulina. Não se observou relação entre co prevalência de ansiedade e depressão e qualquer das variáveis estudadas. Conclusões: Encontrámos uma prevalência elevada de depressão e ansiedade na nossa população. Algumas variáveis sociodemográficas e clinicas correlacionaram-se de forma significativa com ansiedade e depressão nos doentes diabéticos. Idade, IMC, retinopatia e hipertensão associaram-se à depressão. Género feminino, e terapêutica com insulina associaram-se significativamente com ansiedade. Nenhuma das variáveis se associou significativamente com a simultaneidade de depressão e ansiedade. O reconhecimento dos fatores vulneráveis associados a depressão e ansiedade em pessoas com diabetes é fundamental pois, se as intervenções psicológicas forem aplicadas em tempo oportuno e de modo eficaz, conseguirão reduzir os níveis de ansiedade e depressão e também prevenir a morbilidade psicológica associada a esta doença.Introduction: Depression and anxiety are more often present in individuals with DM than in the general population. Aim: Our aim was to compare the distribution of depression and anxiety symptoms, and some associated factors in diabetic individuals followed in the out diabetes clinic at Hospital de Santarém EPE. Methods: A cross-sectional study was carried out in the out diabetic clinic of the HDS from 01/10/2016 to 31/12/2016. Two questionnaires were applied to these patients, one of sociodemographic, clinical and lifestyle characterization developed specifically for this study. Depression and anxiety were evaluated using the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) in its validated version for the Portuguese population. Data analysis was performed using SPSS software for Windows version 23.0. Values of p <0.05 were considered significant. Results: Fifty-three point seven individuals were female. The mean age was 63.3 years, 95% of them were native from Portugal and 98.1% professed catholic religion. Sixty-eight were married, living with their spouse 62.3% and 98.6% of the individuals lived in the family home, most had a level of education corresponding to the first degree and 46.9% had less than 500 euros of income. The majority of patients had type 2 diabetes (92.6%), with a long evolution of the disease (mean 14.1 years), with macro and microvascular complications, hypertension, dyslipidemia and depression, with a globally acceptable glycemic control (HgA1c: 7.8%), with obesity grade I and overweight and with an adequate lipid profile. They used mostly insulin therapy either alone or in combination with oral hypoglycaemic drugs. The prevalence of depression was 56.6%; the anxiety prevalence was 48.8%, and the co prevalence of anxiety and depression was 33.3%. In individuals with depression there was an association with BMI, retinopathy and hypertension. In subjects with anxiety, there was an association with, the female gender and insulin therapy. For those individuals who had both anxiety and depression, no statistically associated variables were found. Conclusions: We found a high prevalence of depression and anxiety in our population. Some sociodemographic and clinical variables correlated significantly with anxiety and depression in diabetic patients. Age, BMI, retinopathy and hypertension were associated with depression. Female gender, and insulin therapy were significantly associated with anxiety. None of the variables were significantly associated with the simultaneity of depression and anxiety. Recognition of the vulnerable factors associated with depression and anxiety in people with diabetes is critical because if the psychological interventions are applied in a timely and effective way, they will reduce anxiety and depression levels and also prevent the psychological morbidity associated with this disease.Instituto de Higiene e Medicina TropicalDIAS, SóniaFRONTEIRA, InêsRUNROQUE, Maria Filomena Cardoso dos Santos2019-11-03T01:30:42Z201720172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/37848TID:201856611porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:21:04Zoai:run.unl.pt:10362/37848Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:30:57.268391Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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