Linguagem e Comunicação: Elementos linguísticos e paralinguísticos, proxémicos e cinésicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Rui Dias
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/1889
Resumo: A importância atribuída por estudiosos da linguagem à comunicação é vasta. Podemos começar por referir «Linguistique et théorie de la communication» em Essais de Linguistique Générale (Roman Jakobson:1963) ele mesmo autor de um modelo de comunicação, e mais recentemente a importância atribuída à «Competência Comunicativa» em Nuevos Caminos en la Linguística (Guttiérrez Ordoñez, S. :2008). De facto, na era do EMEREC (Cloutier, J.:1975) ou do emissor/receptor, a comunicação audio-scripto-visual na hora dos self-media, a linguagem e a comunicação ganham grande relevo. Guttiérrez Ordoñez chega mesmo a distinguir três paradigmas da linguística, desde o tradicional, ao estrutural-generativista à linguística da comunicação que engloba vários aspectos, desde a pragmática, a sociolinguística, a psicolinguística, a análise da conversação, a semiótica, a linguística do texto, a linguística aplicada (lexicografia, teoria da tradução, fonética experimental, patologias da linguagem, planificação linguística e linguística computacional). Na perspectiva linguística, os factores extra-linguísticos ganham relevo e importância, se atendermos ao contexto sócio-cultural, dialectal e individual, constatamos que o falante poderá encontrar-se exposto ao contacto de diversas línguas, diversas variedades e diversos estilos (Coseriu, E.: 1973). Para além destas condicionantes da comunicação, sobretudo na interacção face a face, interferem e ganham relevo outros factores designados por elementos paralinguísticos (Baktin: 1999) aspectos prosódicos ou pausas preenchidas presentes em qualquer situação de fala. Estabelece-se, então uma relação ou contacto entre elementos linguísticos e paralinguísticos que podem interferir na comunicação, segundo estudos recentes, entre 50 a 60% (Campos & Cruz.: 2008). O uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico foi designado, numa perspectiva antropológica, por proxémica (Edward T. Hall: 1963, 1966) definindo quatro tipos de distâncias, em sintonia com os investigadores da retórica que definiram quatro distâncias do discurso (Alfonso Ortega: 1994). Começa a ganhar relevo a relação do estudo da comunicação verbal e os aspectos cinésicos da semiótica (Birdwistell, R.L.:1950, 1970) ou a comunicação não verbal, o corpo e o seu entorno (Knapp, Mark. L: 1980). Deste modo, concorrem factores linguísticos, extra-linguísticos, paralinguísticos, cinésicos da semiótica e proxémicos da antropologia na relação da linguagem e comunicação. ABSTRACT The importance given to communication by language experts is great. We can begin by referring to «Linguistique et théorie de la communication» in Essais de Linguistique Générale (Roman Jakobson:1963), Jakobson himself being the author of a model of communication, and more recently to the importance given to the «Competência Comunicativa» em Nuevos Caminos en la Linguística (Guttiérrez Ordoñez, S. :2008). In fact, in the era of the EMEREC (Cloutier, J.:1975) or the sender/receiver, the audio-scripto-visual communication at the time of the self-media, linguistic studies which open their perspectives to dialogue with other approaches of the communicative phenomenon. Guttiérrez Ordoñez goes as far as distinguishing three paradigms of linguistics, from the traditional, through the structural-generative to the linguistics of communication which encompasses various aspects, from pragmatics, sociolinguistics, psycholinguistics, analysis of conversation, semiotics, linguistics of the text, applied linguistics (lexicography, theory of translation, experimental phonetics, language pathologies, to linguistic planning and computer linguistics). In the linguistic perspective, extra-linguistic factors acquire prominence and importance and, in dealing with the socio-cultural, dialectal and individual contexts, we notice that the speaker can become exposed to contact with different languages, different varieties and different styles (Coseriu, E.: 1973). Beyond these communication conditionings, especially in face-to-face interaction, other factors, the so-called paralinguistic elements (Baktin: 1999), prosodic aspects or filled-out pauses which are present in any speech situation, interfere and gain importance. Thus, a relationship or contact is established between linguistic and paralinguistic elements which can interfere in communication by between 50 to 60%, according to recent studies (Campos & Cruz.: 2008). The use that man makes of space as a specific cultural product was termed, in an anthropological perspective, as proxemics (Edward T. Hall: 1963, 1966), defining four types of distance, in harmony with rhetorics researchers who defined four distances of discourse (Alfonso Ortega: 1994). This begins to give prominence to the relation between the study of verbal communication and the kinesic aspects of semiotics (Birdwistell, R.L.:1950, 1970), or non-verbal communication, the body and its environs (Knapp, Mark. L: 1980). In this way, linguistic, extralinguistic and paralinguistic factors, as well as kinesic factors of semiotics and the proxemic factors of anthropology get into play in the relation of language and communication. KEY WORDS Linguistic behaviour, phonemes and phones, situational context, proxemics, paralinguistic elements,
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Guttiérrez Ordoñez chega mesmo a distinguir três paradigmas da linguística, desde o tradicional, ao estrutural-generativista à linguística da comunicação que engloba vários aspectos, desde a pragmática, a sociolinguística, a psicolinguística, a análise da conversação, a semiótica, a linguística do texto, a linguística aplicada (lexicografia, teoria da tradução, fonética experimental, patologias da linguagem, planificação linguística e linguística computacional). Na perspectiva linguística, os factores extra-linguísticos ganham relevo e importância, se atendermos ao contexto sócio-cultural, dialectal e individual, constatamos que o falante poderá encontrar-se exposto ao contacto de diversas línguas, diversas variedades e diversos estilos (Coseriu, E.: 1973). Para além destas condicionantes da comunicação, sobretudo na interacção face a face, interferem e ganham relevo outros factores designados por elementos paralinguísticos (Baktin: 1999) aspectos prosódicos ou pausas preenchidas presentes em qualquer situação de fala. Estabelece-se, então uma relação ou contacto entre elementos linguísticos e paralinguísticos que podem interferir na comunicação, segundo estudos recentes, entre 50 a 60% (Campos & Cruz.: 2008). O uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico foi designado, numa perspectiva antropológica, por proxémica (Edward T. Hall: 1963, 1966) definindo quatro tipos de distâncias, em sintonia com os investigadores da retórica que definiram quatro distâncias do discurso (Alfonso Ortega: 1994). Começa a ganhar relevo a relação do estudo da comunicação verbal e os aspectos cinésicos da semiótica (Birdwistell, R.L.:1950, 1970) ou a comunicação não verbal, o corpo e o seu entorno (Knapp, Mark. L: 1980). Deste modo, concorrem factores linguísticos, extra-linguísticos, paralinguísticos, cinésicos da semiótica e proxémicos da antropologia na relação da linguagem e comunicação. ABSTRACT The importance given to communication by language experts is great. We can begin by referring to «Linguistique et théorie de la communication» in Essais de Linguistique Générale (Roman Jakobson:1963), Jakobson himself being the author of a model of communication, and more recently to the importance given to the «Competência Comunicativa» em Nuevos Caminos en la Linguística (Guttiérrez Ordoñez, S. :2008). In fact, in the era of the EMEREC (Cloutier, J.:1975) or the sender/receiver, the audio-scripto-visual communication at the time of the self-media, linguistic studies which open their perspectives to dialogue with other approaches of the communicative phenomenon. Guttiérrez Ordoñez goes as far as distinguishing three paradigms of linguistics, from the traditional, through the structural-generative to the linguistics of communication which encompasses various aspects, from pragmatics, sociolinguistics, psycholinguistics, analysis of conversation, semiotics, linguistics of the text, applied linguistics (lexicography, theory of translation, experimental phonetics, language pathologies, to linguistic planning and computer linguistics). In the linguistic perspective, extra-linguistic factors acquire prominence and importance and, in dealing with the socio-cultural, dialectal and individual contexts, we notice that the speaker can become exposed to contact with different languages, different varieties and different styles (Coseriu, E.: 1973). Beyond these communication conditionings, especially in face-to-face interaction, other factors, the so-called paralinguistic elements (Baktin: 1999), prosodic aspects or filled-out pauses which are present in any speech situation, interfere and gain importance. Thus, a relationship or contact is established between linguistic and paralinguistic elements which can interfere in communication by between 50 to 60%, according to recent studies (Campos & Cruz.: 2008). The use that man makes of space as a specific cultural product was termed, in an anthropological perspective, as proxemics (Edward T. Hall: 1963, 1966), defining four types of distance, in harmony with rhetorics researchers who defined four distances of discourse (Alfonso Ortega: 1994). This begins to give prominence to the relation between the study of verbal communication and the kinesic aspects of semiotics (Birdwistell, R.L.:1950, 1970), or non-verbal communication, the body and its environs (Knapp, Mark. L: 1980). In this way, linguistic, extralinguistic and paralinguistic factors, as well as kinesic factors of semiotics and the proxemic factors of anthropology get into play in the relation of language and communication. KEY WORDS Linguistic behaviour, phonemes and phones, situational context, proxemics, paralinguistic elements,Sector Editorial dos SDE/ Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro/Centro de Estudos em Letras2012-06-05T10:54:14Z2009-01-01T00:00:00Z2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/1889eng0874-7962Guimarães, Rui Diasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:41:45Zoai:repositorio.utad.pt:10348/1889Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:58.347045Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Guttiérrez Ordoñez chega mesmo a distinguir três paradigmas da linguística, desde o tradicional, ao estrutural-generativista à linguística da comunicação que engloba vários aspectos, desde a pragmática, a sociolinguística, a psicolinguística, a análise da conversação, a semiótica, a linguística do texto, a linguística aplicada (lexicografia, teoria da tradução, fonética experimental, patologias da linguagem, planificação linguística e linguística computacional). Na perspectiva linguística, os factores extra-linguísticos ganham relevo e importância, se atendermos ao contexto sócio-cultural, dialectal e individual, constatamos que o falante poderá encontrar-se exposto ao contacto de diversas línguas, diversas variedades e diversos estilos (Coseriu, E.: 1973). Para além destas condicionantes da comunicação, sobretudo na interacção face a face, interferem e ganham relevo outros factores designados por elementos paralinguísticos (Baktin: 1999) aspectos prosódicos ou pausas preenchidas presentes em qualquer situação de fala. Estabelece-se, então uma relação ou contacto entre elementos linguísticos e paralinguísticos que podem interferir na comunicação, segundo estudos recentes, entre 50 a 60% (Campos & Cruz.: 2008). O uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico foi designado, numa perspectiva antropológica, por proxémica (Edward T. Hall: 1963, 1966) definindo quatro tipos de distâncias, em sintonia com os investigadores da retórica que definiram quatro distâncias do discurso (Alfonso Ortega: 1994). Começa a ganhar relevo a relação do estudo da comunicação verbal e os aspectos cinésicos da semiótica (Birdwistell, R.L.:1950, 1970) ou a comunicação não verbal, o corpo e o seu entorno (Knapp, Mark. L: 1980). Deste modo, concorrem factores linguísticos, extra-linguísticos, paralinguísticos, cinésicos da semiótica e proxémicos da antropologia na relação da linguagem e comunicação. ABSTRACT The importance given to communication by language experts is great. We can begin by referring to «Linguistique et théorie de la communication» in Essais de Linguistique Générale (Roman Jakobson:1963), Jakobson himself being the author of a model of communication, and more recently to the importance given to the «Competência Comunicativa» em Nuevos Caminos en la Linguística (Guttiérrez Ordoñez, S. :2008). In fact, in the era of the EMEREC (Cloutier, J.:1975) or the sender/receiver, the audio-scripto-visual communication at the time of the self-media, linguistic studies which open their perspectives to dialogue with other approaches of the communicative phenomenon. Guttiérrez Ordoñez goes as far as distinguishing three paradigms of linguistics, from the traditional, through the structural-generative to the linguistics of communication which encompasses various aspects, from pragmatics, sociolinguistics, psycholinguistics, analysis of conversation, semiotics, linguistics of the text, applied linguistics (lexicography, theory of translation, experimental phonetics, language pathologies, to linguistic planning and computer linguistics). In the linguistic perspective, extra-linguistic factors acquire prominence and importance and, in dealing with the socio-cultural, dialectal and individual contexts, we notice that the speaker can become exposed to contact with different languages, different varieties and different styles (Coseriu, E.: 1973). 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