Intervenção farmacêutica nos cuidados continuados: o caso da desprescrição

• Autor(a) principal: Magalhães, Neuza Antónia Esteves Pereira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/19027
• topic: Cuidados continuados; Intervenção farmacêutica; Desprescrição; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Outras Ciências Médicas

O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios sociais e económicos em todo o mundo. A multimorbilidade e a polimedicação associadas à população idosa (i.e., 65 ou mais anos de idade), acarretam consequências sociais, económicas e clínicas de várias ordens. De forma a colmatar esta alteração, os países adotaram modelos de Cuidados Continuados, definidos como um conjunto de cuidados de saúde e sociais, que têm por objetivo prestar assistência a pessoas com limitação de funcionalidade e em situação de dependência. Em Portugal, esta tipologia de cuidados está representada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Ao envelhecimento estão associadas alterações à resposta farmacológica, logo, o risco de reações adversas a medicamentos e de problemas relacionados com medicamentos está aumentando. Em média, aos idosos admitidos em cuidados continuados, são prescritos entre nove e onze medicamentos. A desprescrição, é um processo sistemático de identificação e descontinuação de medicamentos, quando os danos potenciais ou existentes superam os benefícios. Os Farmacêuticos, pela sua formação, competências e atos próprios da profissão, podem contribuir para a promoção racional do uso dos medicamentos. Em Portugal a atividade do farmacêutico, neste tipo de unidades, é vestigial e pouco caraterizada. Assim, esta investigação teve como principal objetivo a sistematização do contributo farmacêutico na desprescrição, bem como identificar os grupos farmacoterapêuticos mais intervencionados. Por forma a dar resposta aos objetivos propostos realizou-se uma revisão da literatura, utilizando as bases de dados PubMed, Scopus, Wef of Science e Cochrane. Os descritores selecionados, constituídos por 19 palavras-chave, foram definidos em três subconjuntos de palavras-chave, em três diferentes domínios. Foram encontrados 240 artigos dos quais 15 foram incluídos nesta revisão, após terem sido eliminados os duplicados e aplicados os critérios de exclusão. Os resultados sugerem que, de uma forma geral, a intervenção farmacêutica é segura e tolerada, contribuindo para uma diminuição do número de medicamentos, de medicamentos potencialmente inapropriados e para uma redução de custos. Todavia, os resultados do seu impacto divergem na mortalidade, qualidade de vida, quedas e hospitalizações. De entre as classes de medicamentos mais intervencionados, encontram-se: “Sistema Nervoso”; “Trato Gastrointestinal e Metabolismo”, “Sistema Musculo-Esquelético”; “Sistema Cardiovascular” e “Aparelho Respiratório”.