Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Joana Rita Ferreira de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/61584
Resumo: O ácido hialurónico é um glicosaminoglicano com capacidade de absorção de água, cuja utilização tem sido cada vez mais frequente em fillers injetáveis, de modo a melhorar as características estéticas da face. Com o crescente aumento da popularidade e utilização de fillers de ácido hialurónico na medicina estética, surgiu a necessidade de encontrar um antídoto eficaz para tratar possíveis complicações relacionadas com estes procedimentos, como por exemplo oclusões vasculares ou reações alérgicas. Neste contexto, a hialuronidase, uma enzima com capacidade de degradar o ácido hialurónico em ácido glucorónico e N-acetilglucosamina (NAG), tem sido amplamente utilizada. Esta enzima tem sido objeto de estudo crescente desde a primeira metade do século XX. Para além do seu uso na medicina estética, embora ainda off- label, é utilizado em diversas outras áreas da medicina. Em 1971, esta enzima foi bem documentada e classificada por Karl Meyer em três origens distintas: animal, microbiana e de moluscos, com base não só na sua estrutura como também na sua atividade enzimática. Após vários estudos, foi desenvolvida uma enzima com maior atividade, criada por engenharia recombinante, com recurso ao DNA de hamsters. Atualmente, as formulações mais frequentemente utilizadas na prática clínica são de origem animal e de origem recombinante. Apesar da importância da hialuronidase no contexto dos fillers de ácido hialurónico, existe uma escassez de estudos na literatura relativamente a este tema, nomeadamente na comparação da efetividade de hialuronidases de diferentes origens na degradação de ácido hialurónico. Além disso, a influência que as propriedades físicas dos fillers podem ter nesta degradação também necessita de maior investigação, apesar de ser um tema já mais desenvolvido. Não existe consenso no que diz respeito às concentrações de enzima a utilizar, sendo premente uma padronização para facilitar a aplicabilidade clínica destas enzimas. Com base nestas limitações, foi identificada a necessidade de realizar um estudo que comparasse a efetividade de duas hialuronidases de diferentes origens na degradação de fillers injetáveis de ácido hialurónico, tendo sido esse o objetivo do estudo experimental apresentado. Para a realização do estudo experimental, foram utilizados dois fillers de ácido hialurónico da marca Fillmed® (França) e duas hialuronidases distintas, uma animal da marca InstitutoBcn® (Espanha) e outra recombinante da pbserum® (Espanha), formando assim quatro grupos de estudo: ART FILLER® Universal com hialuronidase animal, ART FILLER® Universal com hialuronidase recombinante, ART FILLER® Volume com hialuronidase animal e ART FILLER® Volume com hialuronidase recombinante. A seleção de fillers e hialuronidases para este estudo baseou-se no que é frequentemente utilizado em Portugal e nas opções às quais tínhamos acesso mais facilmente. A marca Fillmed® é apresentada em poucos estudos na literatura, daí haver uma necessidade acrescida do seu estudo. A nível de hialuronidases, optou- se por utilizar uma hialuronidase de origem animal devido ao extenso histórico de estudos a que esta já foi submetida ao longo dos anos, e uma hialuronidase de origem recombinante, por ser uma formulação mais recente e com boas propriedades já documentadas na literatura. A concentração utilizada de cada hialuronidase foi de 75 UI (Unidades Internacionais) para cada 0,1ml de cada filler (25mg/ml), o que vai de encontro à literatura previamente estudada, dentro das limitações que esta apresenta. Para chegar a esta concentração, ambas as hialuronidases foram diluídas em solução salina. A cada grupo foi adicionado um reagente, p- dimetilaminobenzaldeído, também conhecido como reagente de Ehrlich, que tem a capacidade de reagir com as cadeias de NAG, libertadas pelo ácido hialurónico aquando da sua degradação por hialuronidase, fornecendo uma cor violeta à amostra. Utilizando uma técnica colorimétrica, a quantidade de NAG libertada foi posteriormente medida através da absorbância (A) com recurso a um medidor de placas (Perkin Elmer® Inc., USA). Quanto maior a degradação do ácido hialurónico, mais cadeias de NAG livres, e assim, maior será o valor de absorbância, uma vez que haverá uma cor mais intensa do reagente. Esta medição da absorbância foi realizada em quatro momentos distintos ao longo do tempo: após 1, 6, 24 e 48 horas de incubação a 37ºC, de modo mimetizar as condições de temperatura no corpo humano, com N=5. Os resultados de absorbância foram apresentados sobre a forma de média ± desvio padrão (DP) e posteriormente analisados recorrendo a um teste não-paramétrico, após se mostrar a ausência de normalidade da amostra, através de um software específico de análise estatística. H0: não existem diferenças na degradação dos dois fillers pelas duas hialuronidases. A utilização rigorosa deste protocolo experimental permitiu chegar a resultados significativos, onde se demonstrou que ambos os fillers sofreram degradação enzimática por ambas as hialuronidases (animal e recombinante). Após a análise estatística dos resultados, com recurso a um teste não-paramétrico, a hipótese nula foi rejeitada, provando que existem diferenças estatisticamente significativas na degradação dos fillers pelas duas hialuronidases. No entanto, ao realizar uma comparação das duas hialuronidases individualmente na degradação de cada filler, compreendeu-se que só se verificaram diferenças estatisticamente significativas na degradação de ART FILLER® Universal pelas hialuronidases às 24 horas (p=0,007), tempo no qual a hialuronidase recombinante se mostrou mais efetiva em comparação com a animal. No entanto, ao analisar o comportamento de ART FILLER® Volume ao longo do tempo, constatamos uma degradação estatisticamente significativa maior pela hialuronidase recombinante às 6 horas (p<0,001), 24 horas (p=0,007) e 48 horas (p<0,001) quando comparado com a hialuronidase animal. Estes dados mostram que a hialuronidase recombinante apresenta maior degradação de ART FILLER® Volume logo depois das 6h. Ao realizar a comparação individual dos dois fillers, quando submetidos à mesma hialuronidase, apenas se observaram diferenças estatisticamente significativas à 1h, na degradação destes por hialuronidase animal (p<0,001), onde se observou uma maior degradação de ART FILLER® Universal. A nível de degradação pela hialuronidase recombinante, não foram demonstradas diferenças entre os fillers. Assim, observou-se que não existem diferenças significativas no filler em si que possam influenciar a sua degradação, quando comparado com o outro filler em análise, após 6h de incubação. Com base nos resultados obtidos, o nosso estudo permitiu concluir que, entre todos os grupos analisados, a hialuronidase que apresenta melhores resultados ao longo do tempo é a recombinante, principalmente na degradação de ART FILLER® Volume, enquanto ART FILLER® Universal não mostrou diferenças significativas na sua degradação pelas duas enzimas na maioria dos tempos medidos. Também se observou que não há diferenças na degradação dos dois fillers diferentes quando submetidos à mesma hialuronidase, nem quando submetidos à de origem animal nem à de origem recombinante, a partir das 6h de incubação. O estudo realizado contribui para a evolução do conhecimento e da literatura existente, porém, é importante destacar que existiram diversas limitações que podem ser superadas com a formulação de estudos futuros na área. Entre essas limitações encontram-se a falta de recursos, o que impossibilitou a realização de medições mais frequentes ao longo do tempo, para uma melhor compreensão do comportamento da enzima e da sua interação com o ácido hialurónico. Para além disso, tratando-se de um estudo in vitro há sempre condições que são difíceis de mimetizar e deve-se ter isso em consideração ao extrapolar os resultados deste estudo para a prática clínica. Muitos dos estudos presentes na literatura utilizam concentrações de hialuronidase muito elevadas, que dificilmente são extrapoladas para a prática clínica sem nenhum risco acrescido. Sugerimos que futuras pesquisas avaliem não só as duas hialuronidases mencionadas neste estudo como também analisem o seu comportamento ao longo de um maior período de tempo e com diferentes concentrações.
id RCAP_a2a8a84a80dadd8ce556fb2f265013b0
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/61584
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acidexperimental studyTeses de mestrado - 2023Saúde OralMedicina DentáriaO ácido hialurónico é um glicosaminoglicano com capacidade de absorção de água, cuja utilização tem sido cada vez mais frequente em fillers injetáveis, de modo a melhorar as características estéticas da face. Com o crescente aumento da popularidade e utilização de fillers de ácido hialurónico na medicina estética, surgiu a necessidade de encontrar um antídoto eficaz para tratar possíveis complicações relacionadas com estes procedimentos, como por exemplo oclusões vasculares ou reações alérgicas. Neste contexto, a hialuronidase, uma enzima com capacidade de degradar o ácido hialurónico em ácido glucorónico e N-acetilglucosamina (NAG), tem sido amplamente utilizada. Esta enzima tem sido objeto de estudo crescente desde a primeira metade do século XX. Para além do seu uso na medicina estética, embora ainda off- label, é utilizado em diversas outras áreas da medicina. Em 1971, esta enzima foi bem documentada e classificada por Karl Meyer em três origens distintas: animal, microbiana e de moluscos, com base não só na sua estrutura como também na sua atividade enzimática. Após vários estudos, foi desenvolvida uma enzima com maior atividade, criada por engenharia recombinante, com recurso ao DNA de hamsters. Atualmente, as formulações mais frequentemente utilizadas na prática clínica são de origem animal e de origem recombinante. Apesar da importância da hialuronidase no contexto dos fillers de ácido hialurónico, existe uma escassez de estudos na literatura relativamente a este tema, nomeadamente na comparação da efetividade de hialuronidases de diferentes origens na degradação de ácido hialurónico. Além disso, a influência que as propriedades físicas dos fillers podem ter nesta degradação também necessita de maior investigação, apesar de ser um tema já mais desenvolvido. Não existe consenso no que diz respeito às concentrações de enzima a utilizar, sendo premente uma padronização para facilitar a aplicabilidade clínica destas enzimas. Com base nestas limitações, foi identificada a necessidade de realizar um estudo que comparasse a efetividade de duas hialuronidases de diferentes origens na degradação de fillers injetáveis de ácido hialurónico, tendo sido esse o objetivo do estudo experimental apresentado. Para a realização do estudo experimental, foram utilizados dois fillers de ácido hialurónico da marca Fillmed® (França) e duas hialuronidases distintas, uma animal da marca InstitutoBcn® (Espanha) e outra recombinante da pbserum® (Espanha), formando assim quatro grupos de estudo: ART FILLER® Universal com hialuronidase animal, ART FILLER® Universal com hialuronidase recombinante, ART FILLER® Volume com hialuronidase animal e ART FILLER® Volume com hialuronidase recombinante. A seleção de fillers e hialuronidases para este estudo baseou-se no que é frequentemente utilizado em Portugal e nas opções às quais tínhamos acesso mais facilmente. A marca Fillmed® é apresentada em poucos estudos na literatura, daí haver uma necessidade acrescida do seu estudo. A nível de hialuronidases, optou- se por utilizar uma hialuronidase de origem animal devido ao extenso histórico de estudos a que esta já foi submetida ao longo dos anos, e uma hialuronidase de origem recombinante, por ser uma formulação mais recente e com boas propriedades já documentadas na literatura. A concentração utilizada de cada hialuronidase foi de 75 UI (Unidades Internacionais) para cada 0,1ml de cada filler (25mg/ml), o que vai de encontro à literatura previamente estudada, dentro das limitações que esta apresenta. Para chegar a esta concentração, ambas as hialuronidases foram diluídas em solução salina. A cada grupo foi adicionado um reagente, p- dimetilaminobenzaldeído, também conhecido como reagente de Ehrlich, que tem a capacidade de reagir com as cadeias de NAG, libertadas pelo ácido hialurónico aquando da sua degradação por hialuronidase, fornecendo uma cor violeta à amostra. Utilizando uma técnica colorimétrica, a quantidade de NAG libertada foi posteriormente medida através da absorbância (A) com recurso a um medidor de placas (Perkin Elmer® Inc., USA). Quanto maior a degradação do ácido hialurónico, mais cadeias de NAG livres, e assim, maior será o valor de absorbância, uma vez que haverá uma cor mais intensa do reagente. Esta medição da absorbância foi realizada em quatro momentos distintos ao longo do tempo: após 1, 6, 24 e 48 horas de incubação a 37ºC, de modo mimetizar as condições de temperatura no corpo humano, com N=5. Os resultados de absorbância foram apresentados sobre a forma de média ± desvio padrão (DP) e posteriormente analisados recorrendo a um teste não-paramétrico, após se mostrar a ausência de normalidade da amostra, através de um software específico de análise estatística. H0: não existem diferenças na degradação dos dois fillers pelas duas hialuronidases. A utilização rigorosa deste protocolo experimental permitiu chegar a resultados significativos, onde se demonstrou que ambos os fillers sofreram degradação enzimática por ambas as hialuronidases (animal e recombinante). Após a análise estatística dos resultados, com recurso a um teste não-paramétrico, a hipótese nula foi rejeitada, provando que existem diferenças estatisticamente significativas na degradação dos fillers pelas duas hialuronidases. No entanto, ao realizar uma comparação das duas hialuronidases individualmente na degradação de cada filler, compreendeu-se que só se verificaram diferenças estatisticamente significativas na degradação de ART FILLER® Universal pelas hialuronidases às 24 horas (p=0,007), tempo no qual a hialuronidase recombinante se mostrou mais efetiva em comparação com a animal. No entanto, ao analisar o comportamento de ART FILLER® Volume ao longo do tempo, constatamos uma degradação estatisticamente significativa maior pela hialuronidase recombinante às 6 horas (p<0,001), 24 horas (p=0,007) e 48 horas (p<0,001) quando comparado com a hialuronidase animal. Estes dados mostram que a hialuronidase recombinante apresenta maior degradação de ART FILLER® Volume logo depois das 6h. Ao realizar a comparação individual dos dois fillers, quando submetidos à mesma hialuronidase, apenas se observaram diferenças estatisticamente significativas à 1h, na degradação destes por hialuronidase animal (p<0,001), onde se observou uma maior degradação de ART FILLER® Universal. A nível de degradação pela hialuronidase recombinante, não foram demonstradas diferenças entre os fillers. Assim, observou-se que não existem diferenças significativas no filler em si que possam influenciar a sua degradação, quando comparado com o outro filler em análise, após 6h de incubação. Com base nos resultados obtidos, o nosso estudo permitiu concluir que, entre todos os grupos analisados, a hialuronidase que apresenta melhores resultados ao longo do tempo é a recombinante, principalmente na degradação de ART FILLER® Volume, enquanto ART FILLER® Universal não mostrou diferenças significativas na sua degradação pelas duas enzimas na maioria dos tempos medidos. Também se observou que não há diferenças na degradação dos dois fillers diferentes quando submetidos à mesma hialuronidase, nem quando submetidos à de origem animal nem à de origem recombinante, a partir das 6h de incubação. O estudo realizado contribui para a evolução do conhecimento e da literatura existente, porém, é importante destacar que existiram diversas limitações que podem ser superadas com a formulação de estudos futuros na área. Entre essas limitações encontram-se a falta de recursos, o que impossibilitou a realização de medições mais frequentes ao longo do tempo, para uma melhor compreensão do comportamento da enzima e da sua interação com o ácido hialurónico. Para além disso, tratando-se de um estudo in vitro há sempre condições que são difíceis de mimetizar e deve-se ter isso em consideração ao extrapolar os resultados deste estudo para a prática clínica. Muitos dos estudos presentes na literatura utilizam concentrações de hialuronidase muito elevadas, que dificilmente são extrapoladas para a prática clínica sem nenhum risco acrescido. Sugerimos que futuras pesquisas avaliem não só as duas hialuronidases mencionadas neste estudo como também analisem o seu comportamento ao longo de um maior período de tempo e com diferentes concentrações.Objectives: This study aimed to evaluate and compare the effectiveness of two hyaluronidases in degrading two different hyaluronic acid fillers. Materials and methods: Four groups were tested: ART FILLER® Universal and animal hyaluronidase, ART FILLER® Universal and recombinant hyaluronidase, ART FILLER® Volume and animal hyaluronidase and ART FILLER® Volume and recombinant hyaluronidase (N=5). A reagent that reacts with N-acetylglucosamine (NAG) was added. Absorbance was measured at 585 nm after 1, 6, 24 and 48 hours of incubation at 37ºC. Results were expressed as mean and standard deviation (±SD) of absorbance and analyzed using a non-parametric test. Results: All tested HA fillers were susceptible to degradation by hyaluronidase. Comparing the degradation of ART FILLER® Universal by the two hyaluronidases, statistically significant differences were observed at 24 hours, with recombinant hyaluronidase showing higher degradation than animal (p=0,007). For ART FILLER® Volume, recombinant hyaluronidase resulted in higher absorbance values than animal, throughout the entire time of degradation, except at 1h (6h p<0,001; 24h p=0,007; 48h p<0,001). Differences were also observed when comparing the effect of the same hyaluronidase on degrading both HA fillers. Animal hyaluronidase demonstrated greater effectiveness in degrading ART FILLER® Universal, compared to ART FILLER® Volume, particularly significant at 1h (p<0,001). However, no statistically differences in the degradation of the two HA fillers were found with recombinant hyaluronidase. Conclusion: Recombinant hyaluronidase appeared to be the most effective overall. However, the significantly higher degradation values compared to animal hyaluronidase were only observed when paired with ART FILLER® Volume, at 6, 24 and 48 hours. Therefore, in clinical practice, recombinant hyaluronidase should be preferred when treating complications associated with prior injection of ART FILLER® Volume. When comparing the two HA fillers, no significant differences were observed, except at 1h, when animal hyaluronidase exhibited greater effectiveness in degrading ART FILLER® Universal.Santos, Virgínia CarvalhoCruz, Mariana Freitas Brito daRepositório da Universidade de LisboaOliveira, Joana Rita Ferreira de2024-01-03T14:52:06Z2023-07-262023-07-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/61584TID:203352769enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-08T01:16:58Zoai:repositorio.ul.pt:10451/61584Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:43.834472Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
experimental study
title Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
spellingShingle Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
Oliveira, Joana Rita Ferreira de
Teses de mestrado - 2023
Saúde Oral
Medicina Dentária
title_short Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
title_full Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
title_fullStr Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
title_full_unstemmed Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
title_sort Effectiveness of hyaluronidase on degrading hyaluronic acid
author Oliveira, Joana Rita Ferreira de
author_facet Oliveira, Joana Rita Ferreira de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Santos, Virgínia Carvalho
Cruz, Mariana Freitas Brito da
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Joana Rita Ferreira de
dc.subject.por.fl_str_mv Teses de mestrado - 2023
Saúde Oral
Medicina Dentária
topic Teses de mestrado - 2023
Saúde Oral
Medicina Dentária
description O ácido hialurónico é um glicosaminoglicano com capacidade de absorção de água, cuja utilização tem sido cada vez mais frequente em fillers injetáveis, de modo a melhorar as características estéticas da face. Com o crescente aumento da popularidade e utilização de fillers de ácido hialurónico na medicina estética, surgiu a necessidade de encontrar um antídoto eficaz para tratar possíveis complicações relacionadas com estes procedimentos, como por exemplo oclusões vasculares ou reações alérgicas. Neste contexto, a hialuronidase, uma enzima com capacidade de degradar o ácido hialurónico em ácido glucorónico e N-acetilglucosamina (NAG), tem sido amplamente utilizada. Esta enzima tem sido objeto de estudo crescente desde a primeira metade do século XX. Para além do seu uso na medicina estética, embora ainda off- label, é utilizado em diversas outras áreas da medicina. Em 1971, esta enzima foi bem documentada e classificada por Karl Meyer em três origens distintas: animal, microbiana e de moluscos, com base não só na sua estrutura como também na sua atividade enzimática. Após vários estudos, foi desenvolvida uma enzima com maior atividade, criada por engenharia recombinante, com recurso ao DNA de hamsters. Atualmente, as formulações mais frequentemente utilizadas na prática clínica são de origem animal e de origem recombinante. Apesar da importância da hialuronidase no contexto dos fillers de ácido hialurónico, existe uma escassez de estudos na literatura relativamente a este tema, nomeadamente na comparação da efetividade de hialuronidases de diferentes origens na degradação de ácido hialurónico. Além disso, a influência que as propriedades físicas dos fillers podem ter nesta degradação também necessita de maior investigação, apesar de ser um tema já mais desenvolvido. Não existe consenso no que diz respeito às concentrações de enzima a utilizar, sendo premente uma padronização para facilitar a aplicabilidade clínica destas enzimas. Com base nestas limitações, foi identificada a necessidade de realizar um estudo que comparasse a efetividade de duas hialuronidases de diferentes origens na degradação de fillers injetáveis de ácido hialurónico, tendo sido esse o objetivo do estudo experimental apresentado. Para a realização do estudo experimental, foram utilizados dois fillers de ácido hialurónico da marca Fillmed® (França) e duas hialuronidases distintas, uma animal da marca InstitutoBcn® (Espanha) e outra recombinante da pbserum® (Espanha), formando assim quatro grupos de estudo: ART FILLER® Universal com hialuronidase animal, ART FILLER® Universal com hialuronidase recombinante, ART FILLER® Volume com hialuronidase animal e ART FILLER® Volume com hialuronidase recombinante. A seleção de fillers e hialuronidases para este estudo baseou-se no que é frequentemente utilizado em Portugal e nas opções às quais tínhamos acesso mais facilmente. A marca Fillmed® é apresentada em poucos estudos na literatura, daí haver uma necessidade acrescida do seu estudo. A nível de hialuronidases, optou- se por utilizar uma hialuronidase de origem animal devido ao extenso histórico de estudos a que esta já foi submetida ao longo dos anos, e uma hialuronidase de origem recombinante, por ser uma formulação mais recente e com boas propriedades já documentadas na literatura. A concentração utilizada de cada hialuronidase foi de 75 UI (Unidades Internacionais) para cada 0,1ml de cada filler (25mg/ml), o que vai de encontro à literatura previamente estudada, dentro das limitações que esta apresenta. Para chegar a esta concentração, ambas as hialuronidases foram diluídas em solução salina. A cada grupo foi adicionado um reagente, p- dimetilaminobenzaldeído, também conhecido como reagente de Ehrlich, que tem a capacidade de reagir com as cadeias de NAG, libertadas pelo ácido hialurónico aquando da sua degradação por hialuronidase, fornecendo uma cor violeta à amostra. Utilizando uma técnica colorimétrica, a quantidade de NAG libertada foi posteriormente medida através da absorbância (A) com recurso a um medidor de placas (Perkin Elmer® Inc., USA). Quanto maior a degradação do ácido hialurónico, mais cadeias de NAG livres, e assim, maior será o valor de absorbância, uma vez que haverá uma cor mais intensa do reagente. Esta medição da absorbância foi realizada em quatro momentos distintos ao longo do tempo: após 1, 6, 24 e 48 horas de incubação a 37ºC, de modo mimetizar as condições de temperatura no corpo humano, com N=5. Os resultados de absorbância foram apresentados sobre a forma de média ± desvio padrão (DP) e posteriormente analisados recorrendo a um teste não-paramétrico, após se mostrar a ausência de normalidade da amostra, através de um software específico de análise estatística. H0: não existem diferenças na degradação dos dois fillers pelas duas hialuronidases. A utilização rigorosa deste protocolo experimental permitiu chegar a resultados significativos, onde se demonstrou que ambos os fillers sofreram degradação enzimática por ambas as hialuronidases (animal e recombinante). Após a análise estatística dos resultados, com recurso a um teste não-paramétrico, a hipótese nula foi rejeitada, provando que existem diferenças estatisticamente significativas na degradação dos fillers pelas duas hialuronidases. No entanto, ao realizar uma comparação das duas hialuronidases individualmente na degradação de cada filler, compreendeu-se que só se verificaram diferenças estatisticamente significativas na degradação de ART FILLER® Universal pelas hialuronidases às 24 horas (p=0,007), tempo no qual a hialuronidase recombinante se mostrou mais efetiva em comparação com a animal. No entanto, ao analisar o comportamento de ART FILLER® Volume ao longo do tempo, constatamos uma degradação estatisticamente significativa maior pela hialuronidase recombinante às 6 horas (p<0,001), 24 horas (p=0,007) e 48 horas (p<0,001) quando comparado com a hialuronidase animal. Estes dados mostram que a hialuronidase recombinante apresenta maior degradação de ART FILLER® Volume logo depois das 6h. Ao realizar a comparação individual dos dois fillers, quando submetidos à mesma hialuronidase, apenas se observaram diferenças estatisticamente significativas à 1h, na degradação destes por hialuronidase animal (p<0,001), onde se observou uma maior degradação de ART FILLER® Universal. A nível de degradação pela hialuronidase recombinante, não foram demonstradas diferenças entre os fillers. Assim, observou-se que não existem diferenças significativas no filler em si que possam influenciar a sua degradação, quando comparado com o outro filler em análise, após 6h de incubação. Com base nos resultados obtidos, o nosso estudo permitiu concluir que, entre todos os grupos analisados, a hialuronidase que apresenta melhores resultados ao longo do tempo é a recombinante, principalmente na degradação de ART FILLER® Volume, enquanto ART FILLER® Universal não mostrou diferenças significativas na sua degradação pelas duas enzimas na maioria dos tempos medidos. Também se observou que não há diferenças na degradação dos dois fillers diferentes quando submetidos à mesma hialuronidase, nem quando submetidos à de origem animal nem à de origem recombinante, a partir das 6h de incubação. O estudo realizado contribui para a evolução do conhecimento e da literatura existente, porém, é importante destacar que existiram diversas limitações que podem ser superadas com a formulação de estudos futuros na área. Entre essas limitações encontram-se a falta de recursos, o que impossibilitou a realização de medições mais frequentes ao longo do tempo, para uma melhor compreensão do comportamento da enzima e da sua interação com o ácido hialurónico. Para além disso, tratando-se de um estudo in vitro há sempre condições que são difíceis de mimetizar e deve-se ter isso em consideração ao extrapolar os resultados deste estudo para a prática clínica. Muitos dos estudos presentes na literatura utilizam concentrações de hialuronidase muito elevadas, que dificilmente são extrapoladas para a prática clínica sem nenhum risco acrescido. Sugerimos que futuras pesquisas avaliem não só as duas hialuronidases mencionadas neste estudo como também analisem o seu comportamento ao longo de um maior período de tempo e com diferentes concentrações.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-07-26
2023-07-26T00:00:00Z
2024-01-03T14:52:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/61584
TID:203352769
url http://hdl.handle.net/10451/61584
identifier_str_mv TID:203352769
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136789440495616