Irresistível violência : a representação da violência na dramaturgia do pós-Segunda Guerra Mundial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Rui Pina
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/48633
Resumo: A violência na sociedade e a sua representação artística têm sido desde sempre objecto de vibrantes debates. Na criação contemporânea, a violência continua a ser um dos mais insistentes refrãos temáticos motivando trabalhos que fazem confundir a realidade e a ficção, a violência e a sua representação. Este texto coloca em análise um corpus seleccionado de dramaturgia britânica de matriz realista do pós-Segunda Guerra Mundial, um período compreendido entre 1951, data de estreia da peça Saints’s Day, de John Whiting, e 1967, ano de estreia de Dingo, de Charles Wood. São textos reportados a uma geração de dramaturgos que ficaram conhecidos como Angry Young Men e por uma Segunda Vaga de dramaturgos dos anos sessenta que a, seu modo, respondem às profundas alterações na geometria política e social, motivadas, em grande medida, pela Segunda Guerra Mundial. Na análise a que procederei, estudo a maneira como cada obra configura as representações de violência, de acordo com a seguinte tipologia: violência sistémica; violência sobre o corpo; violência verbal; e violência de guerra. Considera-se assim, a representação da violência como um meio para resgatar o teatro da banalização a que muitas vezes é sujeito e, por outro lado, demonstra-se que o teatro se revela particularmente apto a mostrá-la e a conceder-lhe a gravidade necessária ao seu pleno entendimento. Do mesmo modo, revela-se a violência como um traço aglutinador e estruturante para a dramaturgia desse período e propõe-se uma aproximação a um paradigma realista que mostre ser operativo para uma interpelação a algum do teatro contemporâneo.
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