Flexão nominal e nominalizações agentivas e instrumentais em crianças com perturbações específicas do desenvolvimento da linguagem: estudo de caso comparativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Cristina Fernandes
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/4176
Resumo: Mestrado em Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança, área de especialização em Terapia da Fala e Perturbações da Linguagem
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spelling Flexão nominal e nominalizações agentivas e instrumentais em crianças com perturbações específicas do desenvolvimento da linguagem: estudo de caso comparativoPerturbações específicas do desenvolvimento da linguagemFlexão nominalDerivaçãoNomes agentivos deverbaisNomes instrumentais deverbaisLéxico mentalSpecific language impairmentNominal inflectionDerivationDeverbal agent nounsDeverbal instrument nounsMental lexiconMestrado em Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança, área de especialização em Terapia da Fala e Perturbações da LinguagemNo âmbito da língua portuguesa, a existência de dificuldades morfológicas nas crianças com Perturbações Específicas do Desenvolvimento da Linguagem (PEDL) constitui um objeto de estudo que tem merecido escassa atenção. Todavia, é consensual a literatura realizada para outras línguas, demonstrando a existência de dificuldades ao nível da morfologia flexional. Apesar de ser unânime a existência de dificuldades de flexão verbal, a flexão nominal tem sido alvo de controvérsias: alguns autores defendem a existência de dificuldades na realização do plural por parte desta população, enquanto outros afirmam que não existem evidências de dificuldades neste domínio. Comparativamente com a morfologia flexional, a morfologia derivacional apresenta-se como a grande lacuna na descrição dos défices morfológicos nas crianças com PEDL. Por serem escassos os estudos referentes a esta temática, são poucos os dados relativos a crianças com PEDL que permitam corroborar, convincentemente, a hipótese da organização modular da morfologia no léxico mental. Esta hipótese defende que os processos de derivação e flexão são representados independentemente no léxico, apresentando-se como subcomponentes autónomos (Miceli & Caramazza, 1988). Este estudo tem como objetivo verificar se as crianças com PEDL apresentam dificuldades na flexão nominal e na derivação, em português, e retirar conclusões, a partir dos resultados, sobre a representação da derivação e da flexão no léxico mental. Para este efeito, foi construído um teste que pretende investigar a flexão nominal em número e, no âmbito da morfologia derivacional, a produção de nomes agentivos (AG) e instrumentais (INST) deverbais, através de uma tarefa de produção elicitada que inclui itens relativos a palavras e a pseudo palavras. A amostra consiste em seis crianças monolingues com PEDL, com idades compreendidas entre os 4;8 e os 7;5. Realizou o teste, também, um grupo de controlo, constituído por nove crianças com desenvolvimento típico, com idades entre os 4;6 e os 7;10. O cruzamento dos resultados do desempenho dos dois grupos demonstrou assimetrias nos itens de morfologia derivacional, favorecendo o grupo de controlo: este grupo evidenciou uma percentagem de 81.5% de respostas corretas nos itens relativos a palavras e pseudopalavras, enquanto as crianças com PEDL apresentaram, apenas, 41.6% de respostas corretas nos itens relativos a palavras e 23.6% nos itens de pseudopalavras. Contrariamente, nos itens de morfologia flexional, os resultados foram simétricos: ambos os grupos apresentaram percentagens totais de respostas corretas nos itens relativos a palavras; nos relativos a pseudopalavras, o grupo de controlo obteve, igualmente, uma percentagem total de respostas corretas, enquanto as crianças com PEDL apresentaram 94.4% de respostas corretas. Pode concluir-se que, no momento da aplicação do teste, as crianças com PEDL estudadas não apresentavam dificuldades na flexão nominal em número; contudo, evidenciavam dificuldades no âmbito da morfologia derivacional. Os resultados indiciam, vi portanto, a existência de um défice seletivo da componente derivacional, o que enfatiza asua autonomia funcional e permite inferir que flexão e derivação constituem subcomponentes autónomos do léxico mental.Abstract: The existence of morphological difficulties in Portuguese-speaking children with Specific Language Impairment (SLI) is an object of study that has received scarce attention. However, the literature for other languages is consensual in demonstrating the existence of difficulties in the domain of inflectional morphology, particularly regarding verbal inflection. As for nominal inflection, its status is subject to controversy: while some authors have argued for the existence of difficulties with the plural of nouns among this population, other authors have claimed that there is no evidence of difficulties in this domain. Compared with inflectional morphology, derivational morphology has been largely ignored in the description of morphological deficits in SLI children. For this reason, little is known regarding SLI children to confirm the modular hypothesis of morphology in the mental lexicon convincingly. This hypothesis holds that inflection and derivation are represented independently in the lexicon, corresponding to autonomous subcomponents (Miceli & Caramazza, 1988). The aims of this study are to investigate whether Portuguese-speaking SLI children have difficulties in the domains of nominal inflection and derivation and, on the basis of the results obtained, to contribute to a better understanding of the representation of derivation and inflection in the mental lexicon. The task used in our study focuses on the production of nominal plural inflection and, as far as derivational morphology is concerned, of deverbal agent (AG) and instrument (INST) nouns; it is an elicited production task that includes items corresponding to words and pseudowords. The participants are six monolingual SLI children, aged between 4;8 and 7;5. The task was also administered to a control group, which is composed of nine typically developing children, aged between 4;6 and 7;10. The comparison of the performance results of the two groups indicates an asymmetry in the domain of derivational morphology between the two groups: the control group showed an accuracy rate of 81.5% in all items, whereas SLI children presented only 41.6% of target answers in the items corresponding to words and 23.6% in pseudowords. In contrast, the results in the domain of inflectional morphology were symmetrical: both groups showed total percentages of target answers in the items corresponding to words; as for pseudowords, the control group also obtained a full accuracy rates, whereas the SLI children obtained 94.4% of target answers. We may conclude, therefore, that, at the time of the study, the SLI children which are the object of the study, do not show evidence of difficulties in the domain of nominal number inflection, although they exhibit difficulties in the domain of derivational morphology. Hence our results may be taken to support the existence of a selective deficit in the derivational component, providing evidence for its functional autonomy and for the Viii hypothesis that inflection and derivation constitute autonomous subcomponents of the mental lexicon.Escola Superior de SaúdeMadeira, AnaRepositório ComumOliveira, Ana Cristina Fernandes2013-05-17T09:34:20Z2013-072013-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/4176porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T09:49:24Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/4176Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:05:31.776946Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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