A satisfação sexual do doente com diabetes mellitus tipo 2
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/11349 |
Resumo: | Introdução e Objetivos: A diabetes mellitus tipo 2 é altamente prevalente e acarreta variadas complicações clínicas, entre elas a disfunção sexual. Esta tem repercussões negativas na satisfação sexual, um importante indicador de qualidade de vida e bem-estar, de modo que se torna relevante avaliar este parâmetro nos doentes diabéticos, visto que é um assunto comumente negligenciado na prática clínica. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de insatisfação sexual e fatores que a influenciam, bem como estabelecer estratégias de promoção da satisfação sexual que possam ser aplicadas nos doentes diabéticos, em contexto de cuidados de saúde primários. Materiais e Métodos: A recolha de dados decorreu em cinco centros de saúde nas cidades de Coimbra e Covilhã, entre 2018 e 2020. A escala Medida Global de Satisfação Sexual (GMSEX) e um questionário de saúde foram aplicados a mulheres e homens diabéticos com idades compreendidas entre os 34 e os 90 anos (média de idades de 67 ± 11 anos). As análises descritiva e inferencial foram realizadas recorrendo ao SPSS® 25.0; foi considerado um nível de significância de 0,05 para o efeito. Resultados: No total, 110 diabéticos (55,5% homens) foram inquiridos. A prevalência de insatisfação sexual foi de 31,8%. A insatisfação sexual foi associada de forma significativa à idade avançada e ao sexo feminino. Ter uma baixa escolaridade, um mau controlo da diabetes, uma baixa aderência à metformina e tomar outro fármaco associaram-se a menor satisfação sexual. A presença de doença prostática, neoplásica e outra patologia, a perceção subjetiva de disfunções sexuais e o menor número de parceiros sexuais também aumentaram significativamente a probabilidade de ser sexualmente insatisfeito. As disfunções sexuais mais reportadas pelos homens foram a disfunção erétil (49,2%) e o desejo sexual hipoativo (14,8%); as mulheres reportaram mais frequentemente o desejo sexual hipoativo (55,1%) e a dispareunia (18,4%) – no geral, a prevalência da perceção de disfunções sexuais foi de 55,5%. Conclusões: A satisfação sexual é uma boa medida de avaliação da saúde geral dos doentes diabéticos e os profissionais de saúde devem discuti-la na consulta. São necessários mais estudos futuros para melhor compreender as correlações verificadas. |
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A satisfação sexual do doente com diabetes mellitus tipo 2Cuidados de Saúde PrimáriosDiabetes Mellitus Tipo 2Disfunção SexualGmsexSatisfação SexualDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução e Objetivos: A diabetes mellitus tipo 2 é altamente prevalente e acarreta variadas complicações clínicas, entre elas a disfunção sexual. Esta tem repercussões negativas na satisfação sexual, um importante indicador de qualidade de vida e bem-estar, de modo que se torna relevante avaliar este parâmetro nos doentes diabéticos, visto que é um assunto comumente negligenciado na prática clínica. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de insatisfação sexual e fatores que a influenciam, bem como estabelecer estratégias de promoção da satisfação sexual que possam ser aplicadas nos doentes diabéticos, em contexto de cuidados de saúde primários. Materiais e Métodos: A recolha de dados decorreu em cinco centros de saúde nas cidades de Coimbra e Covilhã, entre 2018 e 2020. A escala Medida Global de Satisfação Sexual (GMSEX) e um questionário de saúde foram aplicados a mulheres e homens diabéticos com idades compreendidas entre os 34 e os 90 anos (média de idades de 67 ± 11 anos). As análises descritiva e inferencial foram realizadas recorrendo ao SPSS® 25.0; foi considerado um nível de significância de 0,05 para o efeito. Resultados: No total, 110 diabéticos (55,5% homens) foram inquiridos. A prevalência de insatisfação sexual foi de 31,8%. A insatisfação sexual foi associada de forma significativa à idade avançada e ao sexo feminino. Ter uma baixa escolaridade, um mau controlo da diabetes, uma baixa aderência à metformina e tomar outro fármaco associaram-se a menor satisfação sexual. A presença de doença prostática, neoplásica e outra patologia, a perceção subjetiva de disfunções sexuais e o menor número de parceiros sexuais também aumentaram significativamente a probabilidade de ser sexualmente insatisfeito. As disfunções sexuais mais reportadas pelos homens foram a disfunção erétil (49,2%) e o desejo sexual hipoativo (14,8%); as mulheres reportaram mais frequentemente o desejo sexual hipoativo (55,1%) e a dispareunia (18,4%) – no geral, a prevalência da perceção de disfunções sexuais foi de 55,5%. Conclusões: A satisfação sexual é uma boa medida de avaliação da saúde geral dos doentes diabéticos e os profissionais de saúde devem discuti-la na consulta. São necessários mais estudos futuros para melhor compreender as correlações verificadas.Aims/Background: Type 2 diabetes mellitus is highly prevalent and causes several clinical complications, including sexual dysfunction. This one has negative repercussions on sexual satisfaction, an important indicator of quality of life and well-being, so it becomes relevant to evaluate this parameter in diabetic patients, since it is a subject that is commonly neglected in clinical practice. The aim of this study was to determine the prevalence of sexual dissatisfaction and factors that influence it, as well as to establish strategies to promote sexual satisfaction which can be applied on diabetic patients, in the context of primary health care. Materials and Methods: Data collection took place in five health care centers in the cities of Coimbra and Covilhã, between 2018 and 2020. The Global Measure of Sexual Satisfaction (GMSEX) scale and a health questionnaire were applied to diabetic women and men with ages between 34 and 90 years (mean age 67 ± 11 years). Descriptive and inferential analyzes were performed using SPSS® 25.0; a significance level of 0.05 was considered. Results: A total of 110 diabetics (55.5% men) were screened. The prevalence of sexual dissatisfaction was 31.8%. Sexual dissatisfaction was significantly associated with old age and female gender. Low schooling, poor diabetes control, low adherence to metformin and taking another drug were associated with less sexual satisfaction. The presence of prostatic disease, neoplastic and other pathology, the subjective perception of sexual dysfunction and a smaller number of sexual partners also significantly increased the likelihood of being sexually dissatisfied. The sexual dysfunctions most reported by men were erectile dysfunction (49.2%) and hypoactive sexual desire (14.8%); women more frequently reported hypoactive sexual desire (55.1%) and dyspareunia (18.4%) - in general, the prevalence of self-perceived sexual dysfunction was 55.5%. Conclusions: Sexual satisfaction is a good measure for assessing the general health of diabetic patients and health professionals should discuss it at the consultation. Further studies are needed to better understand the correlations found.Simões, José Augusto RodriguesSimões, Pedro Augusto Gomes Rodrigues MarquesuBibliorumFialho, Beatriz Pereira2021-11-23T16:06:16Z2021-03-242021-01-272021-03-24T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11349TID:202788881porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:48Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11349Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:09.883131Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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