Avaliação in vivo dos efeitos biológicos e comportamentais do bisfenol A (BPA) em Drosophila melanogaster

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Rita António dos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/7987
Resumo: O bisfenol A (BPA) atua como disruptor endócrino e é capaz de causar vários efeitos negativos no organismo, mesmo em doses reduzidas (Rosenmai et al., 2014). É de elevada produção industrial e é utilizado em todo o mundo na síntese de variados produtos poliméricos, como embalagens de alimentos, tampas de garrafas e tubos de aquecimento de água (Chapin et al., 2008; Rosenmai et al., 2014). A exposição ao BPA tem sido documentada em várias regiões do mundo e pensa-se que ocorre principalmente devido à sua presença em embalagens de alimentos e bebidas (Nachman et al., 2014). Devido à sua estrutura, este composto tem a capacidade de interagir com os recetores de estrogénio e assim desempenhar um papel importante na patogénese de várias doenças endócrinas como a infertilidade, tumores dependentes de hormonas e diversos distúrbios metabólicos (Konieczna et al., 2015; Morgan et al., 2016). A exposição, principalmente no início de vida, apresenta uma preocupação acrescida devido ao facto de poder ter um grande impacto nas principais fases de desenvolvimento e crescimento do indivíduo (Nachman et al., 2014). Durante a sua última reavaliação aos efeitos da exposição ao BPA, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) concluíu que não existem riscos para a saúde humana nos níveis de exposição atuais. No entanto, a dose diária tolerável (TDI) foi reduzida para os 4 μg/kg de peso corporal/dia (Dursun et al., 2016). O objetivo deste estudo foi avaliar in vivo o efeito do BPA na longevidade, prolificidade, comportamento e toxicidade em indivíduos da linhagem Oregon K de D. melanogaster. De forma a avaliar os efeitos biológicos e comportamentais, as moscas foram cruzadas e submetidas a diferentes concentrações de BPA (0,05 mM, 1 mM, 2 mM, 5 mM e 10 mM) em meio instantâneo para drosófila durante 3 dias e, em seguida, transferidas para um meio normal, onde continuaram a pôr ovos. Este processo foi repetido até à geração F2. Para analisar a genotoxicidade, utilizaram-se concentrações superiores de BPA (1 mM, 10 mM, 20 mM e 50 mM) e foram utilizados os ensaios SMART w/w+ e Cometa. Os resultados demonstraram que este composto causa de facto alterações, mesmo em dose baixa, na longevidade, prolificidade e no tempo de desenvolvimento larvar e que essas alterações afetam também as gerações seguintes. Mostrou-se ainda que o BPA afeta o comportamento e a interação social das drosófilas e que apresenta um potencial genotóxico real.
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Devido à sua estrutura, este composto tem a capacidade de interagir com os recetores de estrogénio e assim desempenhar um papel importante na patogénese de várias doenças endócrinas como a infertilidade, tumores dependentes de hormonas e diversos distúrbios metabólicos (Konieczna et al., 2015; Morgan et al., 2016). A exposição, principalmente no início de vida, apresenta uma preocupação acrescida devido ao facto de poder ter um grande impacto nas principais fases de desenvolvimento e crescimento do indivíduo (Nachman et al., 2014). Durante a sua última reavaliação aos efeitos da exposição ao BPA, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) concluíu que não existem riscos para a saúde humana nos níveis de exposição atuais. No entanto, a dose diária tolerável (TDI) foi reduzida para os 4 μg/kg de peso corporal/dia (Dursun et al., 2016). O objetivo deste estudo foi avaliar in vivo o efeito do BPA na longevidade, prolificidade, comportamento e toxicidade em indivíduos da linhagem Oregon K de D. melanogaster. De forma a avaliar os efeitos biológicos e comportamentais, as moscas foram cruzadas e submetidas a diferentes concentrações de BPA (0,05 mM, 1 mM, 2 mM, 5 mM e 10 mM) em meio instantâneo para drosófila durante 3 dias e, em seguida, transferidas para um meio normal, onde continuaram a pôr ovos. Este processo foi repetido até à geração F2. Para analisar a genotoxicidade, utilizaram-se concentrações superiores de BPA (1 mM, 10 mM, 20 mM e 50 mM) e foram utilizados os ensaios SMART w/w+ e Cometa. Os resultados demonstraram que este composto causa de facto alterações, mesmo em dose baixa, na longevidade, prolificidade e no tempo de desenvolvimento larvar e que essas alterações afetam também as gerações seguintes. Mostrou-se ainda que o BPA afeta o comportamento e a interação social das drosófilas e que apresenta um potencial genotóxico real.Bisphenol A (BPA) acts as an endocrine disruptor and can cause various adverse effects in the body, even at low dose exposures. This compound is produced industrially in large quantities and is used all over the world in the synthesis of various polymeric products, some of them available in food packaging, bottle caps and water heating pipes (Chapin et al., 2008; Rosenmai et al., 2014). BPA’s widespread exposure has been documented in various regions and countries around the world and it is thought that the exposure occurs mainly due to it’s presence in food and beverage packaging (Chapin et al,. 2008; Nachman et al., 2014). Due to its structure, this compound has the ability to interact with estrogen receptors and thus play an important role in the pathogenesis of various endocrine diseases such as infertility, hormone-dependent tumors and various metabolic disorders (Konieczna et al., 2015; Morgan et al., 2016). Exposure in humans, especially early in life, is of particular concern due to the fact that it can have a big impact on the individual development and growth (Nachman et al., 2014). During its last reassessment for exposure to BPA, the European Food Safety Authority (EFSA) concluded that there is no risk to human health at current exposure levels. However, the tolerable daily dose (TDI) was reduced to 4 μg/kg of body weight/day (Dursun et al., 2016). The objective of this study was to evaluate in vivo the effect of BPA on longevity, prolificacy, behavior and toxicity in D. melanogaster, strain Oregon K. In order to evaluate the biological and behavioral effects, the flies were crossed and subjected to different concentrations of BPA (0.05 mM, 1 mM, 2 mM, 5 mM and 10 mM) in drosophila instant medium for 3 days, and then transferred to a standard medium, where they continued to lay eggs. This process was repeated until the F2 generation was obtained. To analyze the genotoxicity, higher concentrations of BPA were chosen (1 mM, 10 mM, 20 mM and 50 mM) and the SMART w/w+ and the comet assays were used. The results showed that this compound does cause changes, even at low doses, on longevity, prolificacy and larval development time and that these changes also affect subsequent generations. It also showed that BPA affects behavior and social interaction of fruit flies and present a real genotoxic potential.2017-08-28T15:14:16Z2017-08-28T00:00:00Z2017-08-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7987TID:202034550porSantos, Rita António dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:55:04Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7987Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:04.970246Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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