O referente esteve lá. O referente como carne
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.21/14755 |
Resumo: | Parte-se da constatação de que, apesar da mediação que implica e define os modos de relacionamento entre indivíduos e real, a realidade é incontornável. No entanto, e tendo em conta a diluição da importância do referente enquanto forma de legitimação da produção de imagens na passagem do século XIX para o século XX, e apesar da emergência da fotografia enquanto meio que implica a presença do referente, defende-se que a relação entre indivíduos e imagens se funda, em grande medida, numa relação entre estas duas entidades, que prescinde do referente, e que é esta relação, quando específica, que pode justificar aproximações como a do punctum, de Roland Barthes. Nesta aceção, existe um espaço, proposto pela imagem, que permite que, para lá dela, o sujeito se possa projetar, e que existe como definição da imagem enquanto superfície e profundidade. Como contraponto, aproximase a situação das imagens à situação do corpo e, através desta comparação, defende-se que a importância e realidade do referente, como “coisa em si”, existe quando a imagem não consegue controlar o excesso que o referente é, tal como o corpo, quando não consegue controlar a carne, a torna visível. A imagem está para o corpo como o referente para a carne. As imagens de entes queridos, ou de atrocidades de guerra, são tidas como exemplo desta emergência do referente, como sintoma. |
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O referente esteve lá. O referente como carneImagemReferenteGuerraCarnePunctumImageReferentWarFleshParte-se da constatação de que, apesar da mediação que implica e define os modos de relacionamento entre indivíduos e real, a realidade é incontornável. No entanto, e tendo em conta a diluição da importância do referente enquanto forma de legitimação da produção de imagens na passagem do século XIX para o século XX, e apesar da emergência da fotografia enquanto meio que implica a presença do referente, defende-se que a relação entre indivíduos e imagens se funda, em grande medida, numa relação entre estas duas entidades, que prescinde do referente, e que é esta relação, quando específica, que pode justificar aproximações como a do punctum, de Roland Barthes. Nesta aceção, existe um espaço, proposto pela imagem, que permite que, para lá dela, o sujeito se possa projetar, e que existe como definição da imagem enquanto superfície e profundidade. Como contraponto, aproximase a situação das imagens à situação do corpo e, através desta comparação, defende-se que a importância e realidade do referente, como “coisa em si”, existe quando a imagem não consegue controlar o excesso que o referente é, tal como o corpo, quando não consegue controlar a carne, a torna visível. A imagem está para o corpo como o referente para a carne. As imagens de entes queridos, ou de atrocidades de guerra, são tidas como exemplo desta emergência do referente, como sintoma.ABSTRACT - We set out from the observation that, even though mediation involves and defines the modes of relationship between individuals and the real, reality is unavoidable. However, considering the diluting importance of the referent to legitimizing image production between the 19th and the 20th century, and despite the emergence of photography as a medium involving the referent's presence, the relationship between individuals and images is argued to be largely grounded on a connection between these two entities. These do not need the referent, and this relationship, when specific, may justify approximations such as Roland Barthes' punctum. Thus, the image provides a space that allows the subject to project itself beyond it. That space stands as a definition of the image as surface and depth. In contrast, the situation of the images is brought closer to the body's condition. Through this comparison, the importance and reality of the referent, as a "thing in itself", is argued to exist when the image cannot control the excess the referent is, just as the body, when it cannot control the flesh, makes it visible. The image is to the body as the referent is to the flesh. The images of loved ones or war atrocities exemplify this emergence of the referent as a symptom.Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do MinhoRCIPLCordeiro, Marta2022-06-28T11:46:25Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.21/14755porhttps://doi.org/10.21814/vista.40452184-1284info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T10:11:21Zoai:repositorio.ipl.pt:10400.21/14755Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:22:30.420197Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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