Determinação de Ácidos Gordos Produzidos por Actinobactérias de Origem Marinha

• Autor(a) principal: Cunha, Marlene Brito
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/151253
• topic: Actinobactérias marinhas; ácidos gordos; aplicação biotecnológica; extração de óleo; GC-MS; biotecnologia azul; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias

Atualmente a investigação está voltada para o ambiente marinho, visto que as condições distintas das terrestres oferecem maior diversidade estrutural e capacidade de produção de metabolitos com atividade biológica única, de grande interesse biotecnológico. As actinobactérias de origem marinha são potentes fontes de metabolitos, incluindo ácidos gordos. Os ácidos gordos são principais constituintes das membranas celulares e são classificados em saturados (SFAs), monoinsaturados (MUFAs) e polinsaturados (PUFAs), e podem ser ramificados (BCFAs). Normalmente para a extração de lípidos são aplicados métodos tradicionais que, por sua vez, usam solventes orgânicos que além de tóxicos, podem contaminar o produto extraído. Nesta perspetiva, o SC-CO2 tem sido utilizado como uma alternativa promissora. Na presente dissertação, foi estudado o perfil de ácidos gordos de 55 estirpes de actinobactérias isoladas de sedimentos marinhos colhidos do Spur da Estremadura, ao largo da costa portuguesa, utilizando GC-MS. Os BCFAs (47.54%), MUFAs (28.49%) e SFAs (22.16%) foram predominantes, enquanto o PUFA e o ácido gordo de cadeia cíclica foram identificados como menores componentes. A maior percentagem de BCFAs (83.10%) e MUFAs (49.24%) foi observada nas respetivas amostras, 83PTE e 51PTE, pertencentes à espécie Micromonospora saelicesensis e Streptomyces sampsonii, respetivamente. A estirpe 51PTE foi selecionada para o crescimento em 10 L de cultura, posteriormente, para extração de lípidos utilizando SC-CO2 e hexano. O maior rendimento de extração foi obtido do sobrenadante usando hexano (1.2%). Ao contrário do resultado anterior, o SFA foi predominante, enquanto o conteúdo de MUFA foi reduzido, correspondendo a 7.06% (extrato da biomassa com hexano), 3.14% (extrato da biomassa com SC-CO2) e 1.33% (extrato de sobrenadante com hexano). A extração com hexano mostrou ser mais eficiente, pois a maioria de ácidos gordos foram extraídos das células. Os resultados indicam que actinobactérias do Spur da Estremadura da costa portuguesa podem ser excelentes fontes de ácidos gordos com potencial aplicação biotecnológica.