A terceira corrente
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.22/9627 |
Resumo: | O tema da minha investigação é a ligação entre a música erudita ou clássica do séc. XX, e o jazz. Conhecem-se inúmeras situações em que são visíveis e assumidas as influências do jazz nos grandes compositores do séc. XX. São também facilmente identificáveis as ligações de alguns músicos de jazz com toda a tradição da escrita clássica. O que pretendi fazer foi uma investigação mais específica; a influência que a música erudita do último século tem sobre algumas correntes do jazz. Esta ligação é por vezes tão intensa, bidireccional e irregular, que se torna impossível caracterizar o género a que pertence. É nestes casos que está o principal objecto deste meu trabalho. A razão desta escolha, está ligada a aspectos pessoais e profissionais. Por um lado, porque sou apreciador de muita da música que se fez no séc. passado (e se continua a fazer no séc. XXI), seja ela duma área mais ou menos erudita. Por outro lado, porque como autor e intérprete, esta área de fusão erudita/jazz, me tem atraído de uma forma crescente nos últimos anos. Sendo dois campos musicais tão vastos, foi imprescindível adoptar alguns critérios de selecção: 1 - O primeiro, e mais importante, foi o de reduzir a escolha dentro da música clássica, praticamente à primeira metade do séc. XX. Isto porque, a influência desta sobre o jazz, é incomparavelmente maior do que a da música que se seguiu até ao fim desse século. 2 - O segundo, menos objectivo, foi escolher composições/interpretações representativas das várias correntes do jazz. Aqui também há uma escolha cronológica. No jazz mais antigo (que é comum ser considerado como pre-bop, ou seja, até aos anos 40), é muito mais nítida a influência da música clássica do séc. XIX (especialmente os Românticos e Pós-românticos). Por este motivo, a escolha recaiu no repertório do jazz das épocas que se seguiram. 3 - O terceiro, de carácter pessoal, teve a ver com o gostar mais ou menos deste ou daquele autor e respectivas obras. Esta selecção foi apoiada na audição e análise de obras que achei importantes para o objecto deste trabalho, bem como na leitura de variados livros e artigos sobre ambos os universos musicais que me propus conectar. Nos meus recitais, explorei precisamente esta área, em duas perspectivas opostas: 1 – No primeiro recital (Julho 2010), optei pelo repertório clássico de compositores como Dmitri Schostakovich, Serge Prokofiev, e o catalão Federico Mompou. Após o estudo pianístico das obras, e da sua análise, reescrevia-as com um arranjo para uma das mais típicas formações no jazz: trio de piano, contrabaixo e bateria. 2 – No segundo recital (Julho 2011), parti de “standards” de compositores como George Gershwin, Cole Porter, John Coltrane, Dizzy Gillespie, Harry Warren, e Don Raye. Depois de os reescrever, foram também interpretados por um trio de piano, contrabaixo e bateria. O objectivo das duas apresentações, foi o de conseguir uma coerência de sonoridades independentemente das obras utilizadas. Isto é, quer o repertório clássico com introdução de elementos típicos do jazz, quer o repertório de jazz com a introdução de elementos típicos da música clássica, podem criar uma linguagem confluente que se identifica muito com a sonoridade de algumas correntes do jazz que se vem fazendo nas últimas décadas. |
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