O problema da identidade pessoal: uma defesa do animalismo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/55823 |
Resumo: | Na presente dissertação, pretendo responder ao seguinte problema filosófico: quais são os factos (se é que há alguns factos) em virtude dos quais cada pessoa é a mesma ao longo do tempo? Este é o problema da identidade pessoal ao longo do tempo. Para responder a este problema, esta dissertação divide-se em três capítulos. No primeiro capítulo, de natureza essencialmente introdutória, apresento o problema da identidade pessoal ao longo do tempo, clarifico os seus principais conceitos (em particular, os conceitos de pessoa e de identidade diacrónica) e discuto qual é a melhor forma de o compreender, distinguindo as principais perspetivas sobre a natureza da identidade pessoal que os filósofos têm vindo a defender. No segundo capítulo, apresento as principais perspetivas psicológicas sobre a natureza da identidade pessoal, a saber, a perspetiva da memória, a perspetiva da continuidade psicológica e a perspetiva da mente incorporada, clarifico os principais conceitos que envolvem e discuto os seus méritos e defeitos. Por diferentes razões, defendo que nenhuma destas perspetivas é capaz de responder de uma forma adequada aos problemas que os filósofos lhes têm vindo a apontar. Os seus méritos não suplantam os seus defeitos. Como tal, defendo que a identidade pessoal ao longo do tempo não é uma relação de continuidade psicológica de qualquer tipo. No terceiro capítulo, apresento a principal perspetiva fisiológica sobre a natureza da identidade pessoal, a perspetiva biológica (ou o animalismo), clarifico os principais conceitos que envolve (em particular, o conceito de organismo humano e de persistência biológica) e discuto qual é a melhor forma de a compreender. Discuto depois os méritos e os defeitos desta perspetiva. Embora considere que alguns dos principais argumentos em defesa desta perspetiva se revelam insuficientes, defendo que esta é capaz de responder de uma forma adequada aos problemas que os filósofos lhe têm vindo a apontar. Como tal, procuro responder às suas principais objeções e defendo que, em última análise, esta é a melhor resposta para o problema da identidade pessoal ao longo do tempo: a identidade pessoal ao longo do tempo é uma relação de continuidade biológica. |
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O problema da identidade pessoal: uma defesa do animalismoLocke, John, 1632-1704Identidade (Filosofia)Pessoa (Filosofia)Permanência (Filosofia)Homem - AnimalidadeTeses de mestrado - 2022Domínio/Área Científica::Humanidades::Filosofia, Ética e ReligiãoNa presente dissertação, pretendo responder ao seguinte problema filosófico: quais são os factos (se é que há alguns factos) em virtude dos quais cada pessoa é a mesma ao longo do tempo? Este é o problema da identidade pessoal ao longo do tempo. Para responder a este problema, esta dissertação divide-se em três capítulos. No primeiro capítulo, de natureza essencialmente introdutória, apresento o problema da identidade pessoal ao longo do tempo, clarifico os seus principais conceitos (em particular, os conceitos de pessoa e de identidade diacrónica) e discuto qual é a melhor forma de o compreender, distinguindo as principais perspetivas sobre a natureza da identidade pessoal que os filósofos têm vindo a defender. No segundo capítulo, apresento as principais perspetivas psicológicas sobre a natureza da identidade pessoal, a saber, a perspetiva da memória, a perspetiva da continuidade psicológica e a perspetiva da mente incorporada, clarifico os principais conceitos que envolvem e discuto os seus méritos e defeitos. Por diferentes razões, defendo que nenhuma destas perspetivas é capaz de responder de uma forma adequada aos problemas que os filósofos lhes têm vindo a apontar. Os seus méritos não suplantam os seus defeitos. Como tal, defendo que a identidade pessoal ao longo do tempo não é uma relação de continuidade psicológica de qualquer tipo. No terceiro capítulo, apresento a principal perspetiva fisiológica sobre a natureza da identidade pessoal, a perspetiva biológica (ou o animalismo), clarifico os principais conceitos que envolve (em particular, o conceito de organismo humano e de persistência biológica) e discuto qual é a melhor forma de a compreender. Discuto depois os méritos e os defeitos desta perspetiva. Embora considere que alguns dos principais argumentos em defesa desta perspetiva se revelam insuficientes, defendo que esta é capaz de responder de uma forma adequada aos problemas que os filósofos lhe têm vindo a apontar. Como tal, procuro responder às suas principais objeções e defendo que, em última análise, esta é a melhor resposta para o problema da identidade pessoal ao longo do tempo: a identidade pessoal ao longo do tempo é uma relação de continuidade biológica.In this dissertation, I intend to answer the following philosophical problem: which are the facts (if there are any facts) in virtue of which each person is the same over time? This is the problem of personal identity over time. To answer this problem, this dissertation is divided into three chapters. In the first chapter, which is essentially introductory in nature, I present the problem of personal identity over time, clarify the main concepts involved (in particular, the concepts of person and diachronic identity) and discuss how best to understand it, distinguishing between the main perspectives on the nature of personal identity that philosophers have been defending. In the second chapter, I present the main psychological views on the nature of personal identity, namely, the memory view, the psychological continuity view and the embodied mind view, I clarify the main concepts that each of these involves and discuss their merits and shortcomings. For different reasons, I argue that none of these views is capable of responding adequately to the problems that philosophers have been pointing out to them. Their merits do not outweigh their faults. As such, I argue that personal identity over time is not a relation of psychological continuity of any kind. In the third chapter, I present the main physiological view on the nature of personal identity, the biological view (or animalism), I clarify the main concepts it involves (in particular, the concepts of human organism and biological persistence) and I discuss how best to understand it. Then, I discuss the merits and shortcomings of this view. Although I consider that some of the main arguments for this view turn out to be insufficient, I argue that this perspective is able to respond adequately to the problems with which philosophers have been confronting it. As such, I seek to answer their main objections and argue that, ultimately, this is the best answer to the problem of personal identity over time: personal identity over time is a relation of biological continuity.Santos, Ricardo Jorge Rodrigues dosRepositório da Universidade de LisboaLuzio, Hugo Ferreira2023-01-11T15:19:50Z2022-06-232022-03-252022-06-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/55823TID:203031105porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T01:18:42Zoai:repositorio.ul.pt:10451/55823Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:06:24.882726Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Na presente dissertação, pretendo responder ao seguinte problema filosófico: quais são os factos (se é que há alguns factos) em virtude dos quais cada pessoa é a mesma ao longo do tempo? Este é o problema da identidade pessoal ao longo do tempo. Para responder a este problema, esta dissertação divide-se em três capítulos. No primeiro capítulo, de natureza essencialmente introdutória, apresento o problema da identidade pessoal ao longo do tempo, clarifico os seus principais conceitos (em particular, os conceitos de pessoa e de identidade diacrónica) e discuto qual é a melhor forma de o compreender, distinguindo as principais perspetivas sobre a natureza da identidade pessoal que os filósofos têm vindo a defender. No segundo capítulo, apresento as principais perspetivas psicológicas sobre a natureza da identidade pessoal, a saber, a perspetiva da memória, a perspetiva da continuidade psicológica e a perspetiva da mente incorporada, clarifico os principais conceitos que envolvem e discuto os seus méritos e defeitos. Por diferentes razões, defendo que nenhuma destas perspetivas é capaz de responder de uma forma adequada aos problemas que os filósofos lhes têm vindo a apontar. Os seus méritos não suplantam os seus defeitos. Como tal, defendo que a identidade pessoal ao longo do tempo não é uma relação de continuidade psicológica de qualquer tipo. No terceiro capítulo, apresento a principal perspetiva fisiológica sobre a natureza da identidade pessoal, a perspetiva biológica (ou o animalismo), clarifico os principais conceitos que envolve (em particular, o conceito de organismo humano e de persistência biológica) e discuto qual é a melhor forma de a compreender. Discuto depois os méritos e os defeitos desta perspetiva. Embora considere que alguns dos principais argumentos em defesa desta perspetiva se revelam insuficientes, defendo que esta é capaz de responder de uma forma adequada aos problemas que os filósofos lhe têm vindo a apontar. Como tal, procuro responder às suas principais objeções e defendo que, em última análise, esta é a melhor resposta para o problema da identidade pessoal ao longo do tempo: a identidade pessoal ao longo do tempo é uma relação de continuidade biológica. |
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