O sindicalismo europeu no centro do vulcão: desafios e ameaças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Estanque, Elísio
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Costa, Hermes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/43948
Resumo: Do mesmo modo que a Europa não constitui um espaço monolítico, mas sim uma realidade multicultural e plural – não obstante o projeto de construção europeia –, também o sindicalismo europeu está longe de ser considerado um movimento a uma só voz. assim, falar de sindicalismo na Europa é falar de diferentes tradições ideológicas, momentos de afirmação, formas de luta e experiências discursivas e identitárias marcadas pela variedade, mesmo tendo em conta as múltiplas iniciativas unificadoras que ao longo dos tempos foram levadas a cabo, de que são exemplos as Internacionais operárias de finais do século XIX e, mais recentemente, o papel “unificador” desempenhado pela Confederação europeia de sindicatos (Ces), criada em 1973. O presente texto tem como objetivo proceder a uma breve reflexão sobre o sindicalismo europeu, em particular no período da segunda metade do século XX até à atualidade. procurando apontar alguns dos desafios internos com que os sindicatos estão hoje confrontados, pretende-se questionar o atual quadro de políticas de austeridade e os seus efeitos destrutivos sobre os direitos laborais alcançados ao longo dos tempos. o trabalho assalariado ocupou e ocupa nas sociedades industriais do ocidente um papel central, não apenas no plano económico mas sobretudo enquanto instância vital na sustentação da coesão social e do estado de direito. mas, se dele decorreram os principais progressos dos últimos duzentos anos, que culminaram com a edificação do Welfare State e as suas importantes conquistas no campo dos direitos humanos (trabalho digno, direitos sociais, remuneração justa, segurança no emprego, progressão salarial, etc.), foi devido ao longo e doloroso trabalho organizativo e mobilizador do movimento sindical, desde a era do capitalismo selvagem, do século XIX até aos nossos dias. o grande problema é, todavia, o iminente retrocesso civilizacional em que nos encontramos hoje, quando estamos à beira de um novo ciclo de barbárie mercantilista, semelhante ao dos tempos de Marx.
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