Tutela, direção e comando superior das Forças Armadas na Europa do século XXI: análise histórica e comparativa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/36679 |
Resumo: | Este texto procura analisar de forma breve a evolução das estruturas de tutela civil, direção e comando superior das Forças Armadas no espaço euro-atlântico. Divulga-se assim, num formato adaptado, o trabalho de comparação das reformas realizadas neste campo no pós-Guerra Fria. Procurou-se situar estas mudanças mais recentes na longa duração. Recua-se brevemente ao século XIX e início do século XX, para as reformas que levaram ao gradual desenvolvimento de EstadosMaiores ao nível dos Ramos. Notar-se-á também o esforço crescente de coordenação e o surgimento de uma tendência para a valorização da dimensão conjunta, a partir da Segunda Guerra Mundial e do surgimento da NATO de forma gradual. A principal conclusão é que se verificam efetivamente nas décadas que se seguiram ao final da Guerra Fria, em 1991, no nosso espaço geoestratégico de referência euro-atlântico, uma vaga de mudanças importantes nas estruturas de direção e comando superior das Forças Armadas. Estas reformas têm vindo a ser desenvolvidas pelos nossos principais parceiros e aliados, com sucessivas afinações e adaptações, até ao presente. Só desde 2019, cinco países – França, Hungria, Grécia, na República Checa e Suécia – realizaram ou têm em curso novas reformas, mais ou menos significativas, neste campo. Desta análise destacamse claramente importantes tendências convergentes: em todos os países europeus onde se verificaram reformas da estrutura de comando superior das Forças Armadas houve um reforço do poder do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou seu equivalente no topo da hierarquia das Forças Armadas, nomeadamente, com a subordinação ao seu comando operacional dos Ramos e, por vezes, com o fim dos respetivos Estados-Maiores e a sua transformação em comandos de componente. Naqueles países em que os Estados-Maiores dos Ramos ou seu equivalente foram mantidos, verifica-se uma forte concentração destes nas tarefas de recrutamento, treino, aprontamento e sustentação. Em todos os países europeus onde houve reformas verificou-se também um reforço da dimensão de Comando Conjunto, coordenando ou integrando componentes navais, terrestres e aéreas, mas também cada vez mais espaciais, cibernéticas ou ligadas a outras novas tecnologias disruptivas em linha com o peso crescente dado a uma resposta multidomínio a ameaças muitas vezes multidimensionais, híbridas e irregulares. Não existe, portanto, uma resposta definitiva à questão da estrutura de comando superior das Forças Armadas, que se deve ir adaptando às necessidades do seu tempo. |
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Tutela, direção e comando superior das Forças Armadas na Europa do século XXI: análise histórica e comparativaNATO (EUA, 1949)União Europeia (a partir de 1993)Defesa nacionalForças ArmadasComandoReformaEvoluçãoPós-guerra friaHistóriaEslovéniaPortugalAlemanhaBélgicaBulgáriaCroáciaDinamarcaEspanhaFilândiaFrançaPaíses BaixosHungriaReino UnidoRepública Checa, a partir de 1993SuéciaEste texto procura analisar de forma breve a evolução das estruturas de tutela civil, direção e comando superior das Forças Armadas no espaço euro-atlântico. Divulga-se assim, num formato adaptado, o trabalho de comparação das reformas realizadas neste campo no pós-Guerra Fria. Procurou-se situar estas mudanças mais recentes na longa duração. Recua-se brevemente ao século XIX e início do século XX, para as reformas que levaram ao gradual desenvolvimento de EstadosMaiores ao nível dos Ramos. Notar-se-á também o esforço crescente de coordenação e o surgimento de uma tendência para a valorização da dimensão conjunta, a partir da Segunda Guerra Mundial e do surgimento da NATO de forma gradual. A principal conclusão é que se verificam efetivamente nas décadas que se seguiram ao final da Guerra Fria, em 1991, no nosso espaço geoestratégico de referência euro-atlântico, uma vaga de mudanças importantes nas estruturas de direção e comando superior das Forças Armadas. Estas reformas têm vindo a ser desenvolvidas pelos nossos principais parceiros e aliados, com sucessivas afinações e adaptações, até ao presente. Só desde 2019, cinco países – França, Hungria, Grécia, na República Checa e Suécia – realizaram ou têm em curso novas reformas, mais ou menos significativas, neste campo. Desta análise destacamse claramente importantes tendências convergentes: em todos os países europeus onde se verificaram reformas da estrutura de comando superior das Forças Armadas houve um reforço do poder do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou seu equivalente no topo da hierarquia das Forças Armadas, nomeadamente, com a subordinação ao seu comando operacional dos Ramos e, por vezes, com o fim dos respetivos Estados-Maiores e a sua transformação em comandos de componente. Naqueles países em que os Estados-Maiores dos Ramos ou seu equivalente foram mantidos, verifica-se uma forte concentração destes nas tarefas de recrutamento, treino, aprontamento e sustentação. Em todos os países europeus onde houve reformas verificou-se também um reforço da dimensão de Comando Conjunto, coordenando ou integrando componentes navais, terrestres e aéreas, mas também cada vez mais espaciais, cibernéticas ou ligadas a outras novas tecnologias disruptivas em linha com o peso crescente dado a uma resposta multidomínio a ameaças muitas vezes multidimensionais, híbridas e irregulares. Não existe, portanto, uma resposta definitiva à questão da estrutura de comando superior das Forças Armadas, que se deve ir adaptando às necessidades do seu tempo.Instituto da Defesa NacionalRepositório ComumReis, Bruno Cardoso2021-06-04T13:38:45Z2021-052021-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/36679por2184-8246info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-10T11:57:24Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/36679Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:37:45.125138Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Este texto procura analisar de forma breve a evolução das estruturas de tutela civil, direção e comando superior das Forças Armadas no espaço euro-atlântico. Divulga-se assim, num formato adaptado, o trabalho de comparação das reformas realizadas neste campo no pós-Guerra Fria. Procurou-se situar estas mudanças mais recentes na longa duração. Recua-se brevemente ao século XIX e início do século XX, para as reformas que levaram ao gradual desenvolvimento de EstadosMaiores ao nível dos Ramos. Notar-se-á também o esforço crescente de coordenação e o surgimento de uma tendência para a valorização da dimensão conjunta, a partir da Segunda Guerra Mundial e do surgimento da NATO de forma gradual. A principal conclusão é que se verificam efetivamente nas décadas que se seguiram ao final da Guerra Fria, em 1991, no nosso espaço geoestratégico de referência euro-atlântico, uma vaga de mudanças importantes nas estruturas de direção e comando superior das Forças Armadas. Estas reformas têm vindo a ser desenvolvidas pelos nossos principais parceiros e aliados, com sucessivas afinações e adaptações, até ao presente. Só desde 2019, cinco países – França, Hungria, Grécia, na República Checa e Suécia – realizaram ou têm em curso novas reformas, mais ou menos significativas, neste campo. Desta análise destacamse claramente importantes tendências convergentes: em todos os países europeus onde se verificaram reformas da estrutura de comando superior das Forças Armadas houve um reforço do poder do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou seu equivalente no topo da hierarquia das Forças Armadas, nomeadamente, com a subordinação ao seu comando operacional dos Ramos e, por vezes, com o fim dos respetivos Estados-Maiores e a sua transformação em comandos de componente. Naqueles países em que os Estados-Maiores dos Ramos ou seu equivalente foram mantidos, verifica-se uma forte concentração destes nas tarefas de recrutamento, treino, aprontamento e sustentação. Em todos os países europeus onde houve reformas verificou-se também um reforço da dimensão de Comando Conjunto, coordenando ou integrando componentes navais, terrestres e aéreas, mas também cada vez mais espaciais, cibernéticas ou ligadas a outras novas tecnologias disruptivas em linha com o peso crescente dado a uma resposta multidomínio a ameaças muitas vezes multidimensionais, híbridas e irregulares. Não existe, portanto, uma resposta definitiva à questão da estrutura de comando superior das Forças Armadas, que se deve ir adaptando às necessidades do seu tempo. |
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