Readmissões em 72 horas no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Cova da Beira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5197 |
Resumo: | Introdução: As readmissões no Serviço de Urgência (SU) em menos de 72 horas depois de uma primeira visita são um importante indicador de qualidade dos serviços prestados. A análise desta população é objeto para muitas publicações internacionais; porém em Portugal estas investigações são raras. Pretende-se assim com este estudo perceber se há fatores que aumentam a probabilidade de vir a ter uma readmissão assim como deficiências potencialmente corrigíveis, apontando possíveis soluções. Materiais e Métodos: Analisaram-se todos os episódios de urgência nos primeiros 6 meses de 2014 em relação a diversos indicadores. Usando os testes de t-student, de Odds Ratio e de Mann-Whitney foram testadas variáveis associadas a maior probabilidade de um indivíduo que utiliza o SU vir a ter uma readmissão em 72h. Compararam-se ainda os grupos numa perspetiva de perceber se houve agravamento do estado do doente na readmissão. Resultados: 5,3% de todos os episódios de urgência foram readmissões (1522 num total de 28590). Estar na faixa etária dos 25 aos 35 anos (p=0,0235), vir ao SU ao Domingo (p=0,011), no período noturno (das 00h às 8h; p=0,0008), ter um nível de triagem “amarelo” (p<0,001) e apresentar fluxograma de “dor abdominal” (p<0,0001) apresentam-se como fatores que aumentam a probabilidade de vir a ter uma readmissão. Outros fatores reduzem essa mesma probabilidade: vir ao SU das 8h às 16h (p=0,0108), ter um nível de triagem azul ou verde (p<0,001) ou laranja (p=0,0335), apresentar fluxograma de “problemas nos membros” (p<0,0001) ou “dor torácica” (p=0,0037) ou ter discriminador de “dor” (p<0,0001). Da primeira admissão para a readmissão verifica-se aumento na gravidade da cor na triagem (p=0,001) e aumento no tempo de permanência no SU (p<0,0001). Quanto ao destino do doente verifica-se nas readmissões 19,64% de internamentos face aos 9,74% na população geral que veio ao SU. Conclusões: No SU do CHCB verificaram-se 5,3% de readmissões, um valor ligeiramente elevado em comparação com outros estudos e superior ao limite comumente aceite no nosso país (5%). Vir ao Domingo das 00h às 8h, com triagem de cor “amarelo” e com fluxograma de “dor abdominal” são fatores associados a maior probabilidade de um doente vir a ter uma readmissão. Com um aumento na gravidade da cor da triagem, no tempo de permanência no SU e com maior taxa de internamento, os utentes readmitidos encontram-se em pior estado de saúde. É assim essencial intervir neste indicador e nas características associadas a maior taxa de readmissão, de forma e conseguir desenvolver um cada vez melhor sistema de saúde. |
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Readmissões em 72 horas no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Cova da BeiraUma análise retrospetivaReadmissão Não CalendarizadaServiço de UrgênciaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: As readmissões no Serviço de Urgência (SU) em menos de 72 horas depois de uma primeira visita são um importante indicador de qualidade dos serviços prestados. A análise desta população é objeto para muitas publicações internacionais; porém em Portugal estas investigações são raras. Pretende-se assim com este estudo perceber se há fatores que aumentam a probabilidade de vir a ter uma readmissão assim como deficiências potencialmente corrigíveis, apontando possíveis soluções. Materiais e Métodos: Analisaram-se todos os episódios de urgência nos primeiros 6 meses de 2014 em relação a diversos indicadores. Usando os testes de t-student, de Odds Ratio e de Mann-Whitney foram testadas variáveis associadas a maior probabilidade de um indivíduo que utiliza o SU vir a ter uma readmissão em 72h. Compararam-se ainda os grupos numa perspetiva de perceber se houve agravamento do estado do doente na readmissão. Resultados: 5,3% de todos os episódios de urgência foram readmissões (1522 num total de 28590). Estar na faixa etária dos 25 aos 35 anos (p=0,0235), vir ao SU ao Domingo (p=0,011), no período noturno (das 00h às 8h; p=0,0008), ter um nível de triagem “amarelo” (p<0,001) e apresentar fluxograma de “dor abdominal” (p<0,0001) apresentam-se como fatores que aumentam a probabilidade de vir a ter uma readmissão. Outros fatores reduzem essa mesma probabilidade: vir ao SU das 8h às 16h (p=0,0108), ter um nível de triagem azul ou verde (p<0,001) ou laranja (p=0,0335), apresentar fluxograma de “problemas nos membros” (p<0,0001) ou “dor torácica” (p=0,0037) ou ter discriminador de “dor” (p<0,0001). Da primeira admissão para a readmissão verifica-se aumento na gravidade da cor na triagem (p=0,001) e aumento no tempo de permanência no SU (p<0,0001). Quanto ao destino do doente verifica-se nas readmissões 19,64% de internamentos face aos 9,74% na população geral que veio ao SU. Conclusões: No SU do CHCB verificaram-se 5,3% de readmissões, um valor ligeiramente elevado em comparação com outros estudos e superior ao limite comumente aceite no nosso país (5%). Vir ao Domingo das 00h às 8h, com triagem de cor “amarelo” e com fluxograma de “dor abdominal” são fatores associados a maior probabilidade de um doente vir a ter uma readmissão. Com um aumento na gravidade da cor da triagem, no tempo de permanência no SU e com maior taxa de internamento, os utentes readmitidos encontram-se em pior estado de saúde. É assim essencial intervir neste indicador e nas características associadas a maior taxa de readmissão, de forma e conseguir desenvolver um cada vez melhor sistema de saúde.Introduction: The unscheduled readmissions to the emergency room (ER) in less than 72 hours after the first visit are an important quality assurance indicator. Many international publications have studied this problem. However in Portugal this type of investigations are rare. With this study we intend to discover if there are any factors that enhance the probability of having an unscheduled readmission in the near future. We also pretend to find out if there are any potential remediable problems, pointing possible solutions. Materials and Methods: We analyzed many different indicators in every ER’s episodes in the first 6 months of 2014. We used the t-students’ test, the Odds Ratio’s test and the Mann-Whitney’s test to find out if there are any indicators associated with a higher probability of having an unscheduled readmission in less than 72h. We also compared the different groups trying to understand if the patient’s health worsened in the readmission. Results: 5,3% of every emergency episodes were readmissions (1522 in 28590). Being between 25 and 35 years (p=0,0235), coming to the ER on a Sunday (p=0,011), coming to the ER during the night shift (between 00h and 8h; p=0,0008), having a “yellow” triage level (p<0,001) and complaining of “abdominal pain” (p<0,0001) are factors associated with increased probability of having an ER readmission. There are also some factors that decrease this probability: coming to the ER between 8h and 16h (p=0,0108), having a “blue” or “green” (p<0,001) or “orange” (p=0,0335) triage code, complaining of “problems in the limbs” (p<0,0001) or “chest pain” (p=0,0037) or having “pain” (p<0,0001). From the first coming until the readmission to the ER we found that the triage code worsened (p=0,001) and the time that the patient stood in the ER increased (p<0,0001). In the readmission we also found that 19,64% of the patients were admitted to the hospital whereas that percentage was only 9,74% in the general population that came to the ER. Conclusion: We found that 5,3% of the patients revisited the ER which is a lightly elevated number if we compare it with other publications. It is also more than the maximum limit in our country (5%). Coming on a Sunday, from 00h to 8h, with a “yellow” triage code and complaining of “abdominal pain” are indicators associated with a higher probability of returning to the ER in 72h. Revisiting patients have a worse triage level, spend more time in the ER and have increased admission rates which means that their health has deteriorated in comparison with their first visit. It is essential to intervene focused on these indicators, for a better healthcare system.Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deuBibliorumOliveira, Pedro Manuel Vieira Alves de2018-07-18T16:03:47Z2015-5-122015-06-082015-06-08T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5197TID:201641941porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:49Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5197Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:09.735207Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: As readmissões no Serviço de Urgência (SU) em menos de 72 horas depois de uma primeira visita são um importante indicador de qualidade dos serviços prestados. A análise desta população é objeto para muitas publicações internacionais; porém em Portugal estas investigações são raras. Pretende-se assim com este estudo perceber se há fatores que aumentam a probabilidade de vir a ter uma readmissão assim como deficiências potencialmente corrigíveis, apontando possíveis soluções. Materiais e Métodos: Analisaram-se todos os episódios de urgência nos primeiros 6 meses de 2014 em relação a diversos indicadores. Usando os testes de t-student, de Odds Ratio e de Mann-Whitney foram testadas variáveis associadas a maior probabilidade de um indivíduo que utiliza o SU vir a ter uma readmissão em 72h. Compararam-se ainda os grupos numa perspetiva de perceber se houve agravamento do estado do doente na readmissão. Resultados: 5,3% de todos os episódios de urgência foram readmissões (1522 num total de 28590). Estar na faixa etária dos 25 aos 35 anos (p=0,0235), vir ao SU ao Domingo (p=0,011), no período noturno (das 00h às 8h; p=0,0008), ter um nível de triagem “amarelo” (p<0,001) e apresentar fluxograma de “dor abdominal” (p<0,0001) apresentam-se como fatores que aumentam a probabilidade de vir a ter uma readmissão. Outros fatores reduzem essa mesma probabilidade: vir ao SU das 8h às 16h (p=0,0108), ter um nível de triagem azul ou verde (p<0,001) ou laranja (p=0,0335), apresentar fluxograma de “problemas nos membros” (p<0,0001) ou “dor torácica” (p=0,0037) ou ter discriminador de “dor” (p<0,0001). Da primeira admissão para a readmissão verifica-se aumento na gravidade da cor na triagem (p=0,001) e aumento no tempo de permanência no SU (p<0,0001). Quanto ao destino do doente verifica-se nas readmissões 19,64% de internamentos face aos 9,74% na população geral que veio ao SU. Conclusões: No SU do CHCB verificaram-se 5,3% de readmissões, um valor ligeiramente elevado em comparação com outros estudos e superior ao limite comumente aceite no nosso país (5%). Vir ao Domingo das 00h às 8h, com triagem de cor “amarelo” e com fluxograma de “dor abdominal” são fatores associados a maior probabilidade de um doente vir a ter uma readmissão. Com um aumento na gravidade da cor da triagem, no tempo de permanência no SU e com maior taxa de internamento, os utentes readmitidos encontram-se em pior estado de saúde. É assim essencial intervir neste indicador e nas características associadas a maior taxa de readmissão, de forma e conseguir desenvolver um cada vez melhor sistema de saúde. |
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