Impact of slash-and-burn agriculture on key-species regeneration, Cusseque, Angola
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/10299 |
Resumo: | Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2013 |
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Impact of slash-and-burn agriculture on key-species regeneration, Cusseque, AngolaAgriculturaPlantas lenhosasCusseque - AngolaTeses de mestrado - 2013Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2013Thousands of people depend on the Okavango basin to support their livelihoods. Different authors have researched about slash-and-burn agriculture, but little is known about its impacts on the natural vegetation of Angola. This study aimed to assess how much traditional communities impact the regeneration of certain woody species - relevant to their own livelihoods - through slash-and-burn agriculture. The study area was at Cusseque, Angola. Free-listing sessions were conducted to understand how wild woody plants were prioritized by the community and 55 people participated in the exercise. Thirty people answered to semi-structured enquiries about their agricultural practises. Slash-and-burn fields were mapped and categorized according to their age. Twenty-one key-species were selected from the free-listing results and their presence-absence, coverage, height and regeneration type were assessed in 21field plots. Data from non-disturbed forest was added as a control group. Locals identified 61 different woody species used for five purposes. Erythrophleum africanum was the most mentioned and used tree. Forest patches for agriculture are usually burned twice, fields are used for about 1 to 3 years, resting years do not usually exceed 3 years, the main source of manure is ash and the most important crop is maize. Key-species regenerated in the plots across the aged field categories. However, differences in cover values were noted. Brachystegia spiciformis and Cryptosepalum exfoliatum ssp. pseudotaxus were the most abundant species in all field categories. Vegetative regeneration was predominant and only nine out of the 21 key-species managed to reach at least 1 m height, while only six reached at least 50 cm of perimeter. This study suggests that slash-and-burn agriculture impacts to some extent the regeneration of key-species. However, the lack of information regarding the key-species limited the understanding of regeneration dynamics. Therefore, further research in the area is critical for an eficient conservation of these species.Milhares de pessoas dependem directamente dos recursos naturais oferecidos pela Bacia do Rio Okavango para a sua subsistência. Uma grande parte da população de Angola, Botswana e Namíbia ainda vive em condições de extrema pobreza, em especial Angola devido à passada guerra civil. Como consequência deste confito armado, a agricultura de subsistência foi extremamente afectada, forçando a maioria das pessoas a viver um estilo de vida nómada. Em 1985, cerca de 300 a 500 milhões de pessoas dependiam da agricultura de corte-e-queima, a grande maioria vivendo em regiões tropicais. Diversos autores investigaram os impactos da agricultura de corte-e-queima em diferentes países africanos, mas pouco ainda se sabe sobre os efeitos deste tipo de agricultura de subsistência na vegetação natural de Angola. Assim, o presente estudo tem com objectivo descobrir se as comunidades tradicionais da região do Cusseque estão a afectar a regeneração de certas espécies de plantas lenhosas - as quais são relevantes para a sua própria subsistência - através do uso de práticas de agricultura de corta-e-queima. Assim, três questões foram propostas: (1) Quais são as espécies de plantas lenhosas mais importantes para as comunidades locais, bem como os seus usos?; (2) Como é que a agricultura de corta-e-queima é praticada na região do Cusseque?; (3) Em que medida as espécies-chave são afectadas pela agricultura de corte-e-queima? A área de estudo localiza-se no núcleo de investigação do projecto TFO, em Cusseque, Angola, o qual situa-se na parte superior da Bacia de Okavango. O tipo de vegetação predominante é a floresta de miombo, a qual é essencialmente ocupada por espécies do género Brachystegia. O clima é tropical com estação seca, com uma precipitação anual que varia entre os 900 e os 1100 mm por ano. As chuvas ocorrem durante os meses de Verão (Setembro e Março) e as temperaturas médias variam entre os 17 e os 30°C. De forma a se obter uma visão mais detalhada e holística sobre o real impacto das práticas de corta-e-queima na vegetação local, foram usadas tanto uma abordagem etnobotânica como ecológica. Sessões de free-listing foram conduzidas para a compreensão de como é que as plantas lenhosas eram priorizadas pela comunidade, e um total de 55 pessoas (24M:31F) foram envolvidas nas sessões. As categorias de uso pré-seleccionadas foram construção, alimentação, medicina, tintas e superstição. As espécies de árvores obtidas foram registadas de acordo com a ordem em que foram mencionadas, i.e. espécies mencionadas em primeiro lugar foram associadas a um maior nível de importância. Inquéritos semi-estruturados foram também preparados de forma a aprofundar o conhecimento sobre as práticas de agricultura de corta-e-queima naquela área de estudo específica. Trinta pessoas foram entrevistadas individualmente, com um sex ratio de 17M:13F. Campos de agricultura de corta-e-queima foram mapeados e categorizados de acordo com as suas idades, resultando em três grupos diferentes: recente, médio e antigo. Recente diz respeito a todos os campos que foram cortados e queimados recentemente, i.e., entre 2011 e 2010, e que ainda estão em uso. Médio inclui todos os campos que foram cortados e queimados em 2009 e 2008 e que ainda estão em uso pelas populações locais. Finalmente, antigo inclui campos que já foram cortados, queimados e usados no passado, mas que estão actualmente abandonados pelas comunidades locais. Sete dos inicialmente mapeados campos de agricultura foram escolhidos para cada uma das categorias, resultando em um total de 21 campos independentes. A informação referente à idades dos campos foi obtida através da ajuda do assistente de campo local. Vinte e uma espécies-chave (i.e. as espécies lenhosas mais relevantes para as comunidades, baseadas nas categorias de uso pré-estabelecidas) foram seleccionadas a partir dos resultados da free-listing. Em cada campo de agricultura de corta-e-queima, um plot de 50 x 20 m foi colocado sobre a vegetação, no qual se incluiu um outro plot de 10 x 10 m. No quadrado de 10 x 10 m, a presença-ausência (i.e. número de espécies-chave encontradas no plot) e a cobertura das espécies-chave foram anotadas. Adicionalmente, para indivíduos pertencentes à lista de espécies-chave com mais de um metro de altura, a altura total e o tipo de regeneração que apresentavam (vegetativa ou por semente) foram anotados. No plot de 50 x 20 m, árvores inteiras, com pelo menos 50 cm de perímetro, e pertencentes à lista de espécies-chave, tiveram a sua altura total medida. Mais tarde, dados obtidos em floresta não perturbada por práticas de agricultura foram adicionados como grupo de controlo, cortesia de Rasmus Revermann. As comunidades locais identificaram 61 plantas usadas em pelo menos um dos cinco usos pré-estabelecidos. Erythrophleum africanum foi a espécies mais mencionada e usada pelos locais. De acordo com as descobertas deste estudo para a região em questão, as áreas florestais escolhidas para agricultura são queimadas duas vezes, os campos são usados durante cerca de um a três anos e o repouso das terras não costuma ultrapassar os três anos, sugerindo alguma intensidade de fogo e um período de repouso curto, o último tendo já sido diversas vezes citado por outros autores como uma das principais razões para a não sustentabilidade destas práticas agrícolas. As espécies-chave foram encontradas a regenerar nos plots ao longo das categorias de campo, no entanto, os valores de cobertura variaram. Os plots mais antigos tiveram valores baixos em relação ao que era expectável. Quatro dos sete campos antigos foram encontrados cobertos de fetos, Pteridium aquilinum, espécie esta que já foi diversas vezes relacionada com o atraso na regeneração de florestas, afectando a riqueza específica e a abundância de árvores e arbustos. Brachystegia spiciformis e Cryptosepalum exfoliatum ssp. pseudotaxus foram as duas espécies-chave mais abundantes nas quatro categorias de campo (incluindo no grupo de controlo). A regeneração vegetativa foi encontrada como sendo predominante em relação à regeneração por semente, em especial nos plots da categoria recente. O fogo já foi anteriormente conectado à morte de sementes na superfície de solos, podendo ser esta a razão para a baixa regeneração por sementes nesta categoria de campo. Mais espécies-chave atingiram maiores alturas nos campos mais antigos, em comparação com os campos médios e recentes. Esta diferença foi mais acentuada nos plots de 10 x 10 m, pois a grande maioria das árvores tinha sido cortada e, por isso, a regeneração vegetativa era predominante. Somente nove indivíduos das iniciais 21 espécies-chave conseguiram atingir um metro de altura. De forma semelhante, somente indivíduos de seis espécies-chave foram identificadas como tendo um perímetro de pelo menos 50 cm. Os resultados deste estudo sugerem que a agricultura de corte-e-queima afecta a regenera ção das espécies-chave. No entanto, a falta de informação sobre estas espécies limitou a compreensão mais profunda sobre a dinâmica de regeneração. Desta forma, mais estudos botânicos sobre as espécies em questão são essenciais, de forma a se colmatar esta falta de conhecimento. Este estudo contribuiu igualmente para uma melhor compreensão sobre as práticas de agricultura de corta e queima na área, bem como as particularidades associadas à mesma. A informação obtida será certamente relevante para suportar futuros estudos na área relacionados com este tipo de agricultura e os seus impactos na vegetação natural. Adicionalmente, os resultados obtidos relacionados com o conhecimento local sobre as plantas nativas destacam a importância de documentar o quanto antes o conhecimento das comunidades tradicionais da área do Cusseque, antes que o mesmo seja perdido para sempre.Máguas, Cristina, 1962-Finckh, ManfredRepositório da Universidade de LisboaPiedade, Ana Filipa, 1988-2014-01-27T15:51:04Z20132013-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/10299TID:201337614enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:55:40Zoai:repositorio.ul.pt:10451/10299Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:34:21.929407Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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