“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/2977 |
Resumo: | Na Maré, bairro do Rio de Janeiro formado por dezasseis favelas, localiza-se um dos mais fortes núcleos de dançarinos de break dance (dança característica do hip hop) da cidade. Num meio onde os confrontos armados entre as diferentes facções do tráfico de droga, agravados pela acção truculenta da polícia, impõem fronteiras que constrangem as sociabilidades e o direito de ir e vir, eles têm conseguido romper as lógicas da segregação. A adesão à dança forneceu-lhes elementos simbólicos para interpretar e actuar no seu quotidiano, permitindo-lhes alargar as suas redes de amizade para fora dos limites territoriais impostos pelo tráfico, alterando o modo de se apropriarem do bairro. Nesse processo, criam identidades positivas que subvertem o rótulo de “favelado” e desafiam os estigmas e dispositivos de confinamento que os querem manter isolados e anónimos nos territórios de pobreza. |
id |
RCAP_ae0c795e229e963254865f472f6a30eb |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/2977 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da MaréJovemHip HopSociabilidadeSegregaçãoFavelaYoung peopleSociabilitySegregationShantytownNa Maré, bairro do Rio de Janeiro formado por dezasseis favelas, localiza-se um dos mais fortes núcleos de dançarinos de break dance (dança característica do hip hop) da cidade. Num meio onde os confrontos armados entre as diferentes facções do tráfico de droga, agravados pela acção truculenta da polícia, impõem fronteiras que constrangem as sociabilidades e o direito de ir e vir, eles têm conseguido romper as lógicas da segregação. A adesão à dança forneceu-lhes elementos simbólicos para interpretar e actuar no seu quotidiano, permitindo-lhes alargar as suas redes de amizade para fora dos limites territoriais impostos pelo tráfico, alterando o modo de se apropriarem do bairro. Nesse processo, criam identidades positivas que subvertem o rótulo de “favelado” e desafiam os estigmas e dispositivos de confinamento que os querem manter isolados e anónimos nos territórios de pobreza.Maré, a Rio de Janeiro neighbourhood made up of seventeen favelas (shantytowns), possesses one of the city’s strongest groups of breakers – performers of a characteristic hip-hop dance (also known as breakdancers). In an environment where armed confrontation between different drug-trafficking factions, aggravated by harsh police action, creates boundaries that restrict sociabilities and the right to come and go, they have managed to break with the systems of segregation. Taking up the dance has given them symbolic elements to interpret and act out in their daily lives, allowing them to broaden their network of friends beyond the territorial limits imposed by the trafficking, which changes the manner of their appropriation of the neighbourhood. In this process, they create positive identities that work against the label of “slum-dweller” and challenge the stigmas and devices that seek to confine them to the poverty-stricken districts in isolation and anonymity.CIES-IUL2011-10-26T13:04:41Z2011-01-01T00:00:00Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/2977por1647-0893Raposo, Otávio Ribeiroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:52:11Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/2977Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:25:58.591284Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
title |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
spellingShingle |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré Raposo, Otávio Ribeiro Jovem Hip Hop Sociabilidade Segregação Favela Young people Sociability Segregation Shantytown |
title_short |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
title_full |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
title_fullStr |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
title_full_unstemmed |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
title_sort |
“Até a bandidagem sabe”: segregação e sociabilidades entre os jovens do breaking da Maré |
author |
Raposo, Otávio Ribeiro |
author_facet |
Raposo, Otávio Ribeiro |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Raposo, Otávio Ribeiro |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Jovem Hip Hop Sociabilidade Segregação Favela Young people Sociability Segregation Shantytown |
topic |
Jovem Hip Hop Sociabilidade Segregação Favela Young people Sociability Segregation Shantytown |
description |
Na Maré, bairro do Rio de Janeiro formado por dezasseis favelas, localiza-se um dos mais fortes núcleos de dançarinos de break dance (dança característica do hip hop) da cidade. Num meio onde os confrontos armados entre as diferentes facções do tráfico de droga, agravados pela acção truculenta da polícia, impõem fronteiras que constrangem as sociabilidades e o direito de ir e vir, eles têm conseguido romper as lógicas da segregação. A adesão à dança forneceu-lhes elementos simbólicos para interpretar e actuar no seu quotidiano, permitindo-lhes alargar as suas redes de amizade para fora dos limites territoriais impostos pelo tráfico, alterando o modo de se apropriarem do bairro. Nesse processo, criam identidades positivas que subvertem o rótulo de “favelado” e desafiam os estigmas e dispositivos de confinamento que os querem manter isolados e anónimos nos territórios de pobreza. |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-10-26T13:04:41Z 2011-01-01T00:00:00Z 2011 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10071/2977 |
url |
http://hdl.handle.net/10071/2977 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
1647-0893 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
CIES-IUL |
publisher.none.fl_str_mv |
CIES-IUL |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134822675775488 |