Serviços Feeder: um contributo para um logística sustentável

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Inês Francisca Soares
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/13244
Resumo: As várias definições presentes na literatura, e a complexidade do mercado geram obstáculos na obtenção de uma definição clara de Short Sea Shipping. Este é, geralmente definido, como o transporte marítimo de bens, em rotas que não implicam o cruzamento de oceanos. A produção industrial europeia, localizada maioritariamente no litoral, a capacidade ilimitada de utilização do mar e a escassa necessidade de investimentos em infraestruturas, são algumas das vantagens do Short Sea Shipping sobre os outros modos de transporte. No entanto, ainda estão presentes fragilidades estruturantes quer na necessidade de mais investimento ao nível operacional, como nas políticas delineadas pela União Europeia: as condições que o transporte rodoviário dispõem, contrastam com a crescente burocracia que limita a progressão da indústria do shipping (Europeia, 2014). Dados estatísticos do Eurostat, referentes aos anos compreendidos entre 2011 e 2016, apontam o Reino Unido, a Holanda e a Itália como os estados nos quais as mercadorias movimentadas, através do Short Sea Shipping, têm vindo a evoluir significativamente. Paralelamente, os portos de Espanha têm também registado franco crescimento nesta matéria. Do lado oposto, países da Europa de Leste, como é o caso de Malta, Letónia e Chipre, demonstram os resultados mais baixos dos 20 países europeus. Portugal, conforme foi possível constatar nestes dados, não está entre os principais países, no entanto, revela que as suas relações comerciais com a restante europa tem vindo a aumentar e neste sentido, estão criadas condições para a promoção do Short Sea Shipping (Pordata, 2019). Neste sentido, com o objetivo de analisar o atual panorama do transporte de mercadorias em Portugal, foi realizado um inquérito, a um vasto leque de empresas, no qual se pretendeu identificar, segundo a sua perspetiva:  As vantagens e as desvantagens do Short Sea Shipping, comparativamente aos restantes modos de transporte;  De que forma é que as crescentes preocupações, ao nível da sustentabilidade ambiental, influenciam ou não as empresas na seleção do modo de transporte; Através dos resultados obtidos neste inquérito, para os quais foi fundamental a participação construtiva das empresas, foi possível responder a estas questões de partida. Por um lado, no que respeita às potencialidades e fragilidades do Short Sea Shipping, foi concluído que, para as empresas respondentes, o Short Sea Shipping é o mais vantajoso do ponto de vista financeiro e ambiental, persistindo no entanto fragilidades ao nível da assiduidade, entrega porta-a-porta e tempo em trânsito. No entanto, segundo as empresas participantes, esta situação pode ser revertida caso sejam efetuadas melhorias ao nível da redução de tarifas e de burocracias, na introdução novos serviços (entrega porta – a – porta, por exemplo) e na frequência de serviço (saídas mais regulares de navios). Ao nível ambiental foi concluído que, muitas destas empresas consideram que não há um incentivo claro, a práticas ambientalmente sustentáveis. A legislação, a burocracia, e os custos, associados a estas práticas constituem, na sua perspetiva, constrangimentos para o negócio e, por conseguinte, o Short Sea Shipping e o Serviço Feeder só conseguirão contribuir para uma Logística Sustentável, se estas barreiras forem ultrapassadas. Existe um longo caminho a percorrer, para que as empresas possam usufruir de uma cadeia logística intermodal mais eficiente, e mais amiga do ambiente.
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No entanto, ainda estão presentes fragilidades estruturantes quer na necessidade de mais investimento ao nível operacional, como nas políticas delineadas pela União Europeia: as condições que o transporte rodoviário dispõem, contrastam com a crescente burocracia que limita a progressão da indústria do shipping (Europeia, 2014). Dados estatísticos do Eurostat, referentes aos anos compreendidos entre 2011 e 2016, apontam o Reino Unido, a Holanda e a Itália como os estados nos quais as mercadorias movimentadas, através do Short Sea Shipping, têm vindo a evoluir significativamente. Paralelamente, os portos de Espanha têm também registado franco crescimento nesta matéria. Do lado oposto, países da Europa de Leste, como é o caso de Malta, Letónia e Chipre, demonstram os resultados mais baixos dos 20 países europeus. Portugal, conforme foi possível constatar nestes dados, não está entre os principais países, no entanto, revela que as suas relações comerciais com a restante europa tem vindo a aumentar e neste sentido, estão criadas condições para a promoção do Short Sea Shipping (Pordata, 2019). Neste sentido, com o objetivo de analisar o atual panorama do transporte de mercadorias em Portugal, foi realizado um inquérito, a um vasto leque de empresas, no qual se pretendeu identificar, segundo a sua perspetiva:  As vantagens e as desvantagens do Short Sea Shipping, comparativamente aos restantes modos de transporte;  De que forma é que as crescentes preocupações, ao nível da sustentabilidade ambiental, influenciam ou não as empresas na seleção do modo de transporte; Através dos resultados obtidos neste inquérito, para os quais foi fundamental a participação construtiva das empresas, foi possível responder a estas questões de partida. Por um lado, no que respeita às potencialidades e fragilidades do Short Sea Shipping, foi concluído que, para as empresas respondentes, o Short Sea Shipping é o mais vantajoso do ponto de vista financeiro e ambiental, persistindo no entanto fragilidades ao nível da assiduidade, entrega porta-a-porta e tempo em trânsito. No entanto, segundo as empresas participantes, esta situação pode ser revertida caso sejam efetuadas melhorias ao nível da redução de tarifas e de burocracias, na introdução novos serviços (entrega porta – a – porta, por exemplo) e na frequência de serviço (saídas mais regulares de navios). Ao nível ambiental foi concluído que, muitas destas empresas consideram que não há um incentivo claro, a práticas ambientalmente sustentáveis. A legislação, a burocracia, e os custos, associados a estas práticas constituem, na sua perspetiva, constrangimentos para o negócio e, por conseguinte, o Short Sea Shipping e o Serviço Feeder só conseguirão contribuir para uma Logística Sustentável, se estas barreiras forem ultrapassadas. Existe um longo caminho a percorrer, para que as empresas possam usufruir de uma cadeia logística intermodal mais eficiente, e mais amiga do ambiente.The various definitions present in the literature and the complexity of the market, create obstacles in obtaining a clear definition of Short Sea Shipping. This is generally defined as the shipping of goods, on routes that do not involve the crossing of oceans. European industrial production, mostly located on the coast, unlimited sea capacity and the scarce need for investment in infrastructure, are some of the advantages of Short Sea Shipping over other modes of transport. However structural weaknesses are still present, both in the need for more operational investments, and in the policies outlined by the European Union: the conditions that road transport has, contrast with the growing bureaucracy that limits the shipping industry (Europeia, 2014). Eurostat statistical data, for the years 2011 to 2016, point to United Kingdom, the Netherlands and Italy as the states in which the goods handled through Short Sea Shipping has been developing significantly. At the same time, the ports of Spain have been growing rapidly in this field. On the other hand, countries in the Eastern Europe such as Malta, Latvia and Cyprus, show the lowest scores in the 20 European countries. Portugal, as we can see in this data, is not among the main countries, however, it reveals that its commercial relations with the rest of Europe has been increasing and in this sense, conditions are created for the promotion of Short Sea Shipping (Pordata, 2019). In this sense, in order to analyze the current panorama of freight transport in Portugal, a survey was carried out, to a wide range of companies, in which it was intend to identify, according to their perspective:  The advantages and disadvantages of Short Sea Shipping compared, to the other modes of transport  How do the increasing environmental sustainability concerns, influence companies in the selection of modes of transportation. Through the results obtain in this survey, for which the constructive participation of the companies were essential, it was possible to answer these starting points. On one hand, with regard to the potentialities and weaknesses of Short Sea Shipping, is the most economically and environmentally advantageous, but there are weaknesses in attendance: door delivery and time in transit. However, according to the participating companies, this situation can be reversed if improvements are made in the reduction of tariffs and bureaucracies, in the introductions of new services (door-to-door delivery, for example) and service frequency (more regular departures from vessels). At the environmental level it is concluded that, many of these companies consider that there is no clear incentive for some environmentally sustainable practices. The legislation, bureaucracy, and costs, associated with these practices constitute, in the view of these companies, limitations to the businesses and, therefore, Short Sea Shipping will only contribute to a Sustainable Logistics if these legislative, financial, and bureaucratic barriers are overcome. There is a long way to go, so that companies can benefit from a more efficient, and environmentally friendly, intermodal logistics chain.Pereira, Maria Teresa RibeiroRepositório Científico do Instituto Politécnico do PortoMarques, Inês Francisca Soares2019-03-29T14:39:44Z2019-01-172019-01-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.22/13244TID:202207897porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-13T12:55:11Zoai:recipp.ipp.pt:10400.22/13244Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:33:23.101294Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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