Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Graça, André M.
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Fernandes, Sónia, Sampaio, Isabel, Moniz, Carlos, Machado, Maria do Céu
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2016.9728
Resumo: Introdução: O fenobarbital é um fármaco anticonvulsivante de primeira linha nas convulsões neonatais. No entanto, durante o tratamento com hipotermia induzida, têm vindo a ser levantadas preocupações com os níveis séricos obtidos devido a alterações na farmacocinética. O objetivo do presente estudo foi a avaliação dos níveis de fenobarbital em recém-nascidos tratados com hipotermia após terem sido tratados com doses diferentes de fenobarbital na sequência das necessidades individuais e de protocolos de atuação diversos conforme o hospital de origem. Métodos: Foram estudados recém-nascidos tratados com hipotermia induzida e que receberam fenobarbital no primeiro dia de vida. Os doentes foram divididos em dois grupos de acordo com a dose total recebida (≤ 20 mg/kg ou >20 mg/kg) e foram analisados os níveis séricos em intervalos consecutivos após a última administração (12-24 horas, 24-48 horas, 48-72 horas e mais de 72 horas). Resultados: Foram estudados 31 doentes, sendo a mediana da dose de fenobarbital de 20 mg/kg. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em todos os intervalos de tempo estudados. Os doentes que receberam doses ≤20 mg/kg apresentaram níveis terapêuticos em todos os períodos e nunca atingiram níveis tóxicos. Por outro lado, foram encontrados níveis tóxicos numa proporção significativa de doentes que receberam doses totais > 20 mg/kg. Discussão: Existe um risco significativo de níveis tóxicos de fenobarbital após administração de doses > 20 mg/kg em doentes tratados com hipotermia induzida. Nestes doentes, os níveis séricos de fenobarbital devem sempre ser avaliados após uma dose total de 20 mg/kg e o uso de anticonvulsivantes alternativos deve ser considerado se o controlo das crises não for alcançado, a menos que os níveis de fenobarbital sejam subterapêuticos.
id RCAP_afd90d69f875bdddb5e44ad0a94bc317
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/9728
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?Original articlesIntrodução: O fenobarbital é um fármaco anticonvulsivante de primeira linha nas convulsões neonatais. No entanto, durante o tratamento com hipotermia induzida, têm vindo a ser levantadas preocupações com os níveis séricos obtidos devido a alterações na farmacocinética. O objetivo do presente estudo foi a avaliação dos níveis de fenobarbital em recém-nascidos tratados com hipotermia após terem sido tratados com doses diferentes de fenobarbital na sequência das necessidades individuais e de protocolos de atuação diversos conforme o hospital de origem. Métodos: Foram estudados recém-nascidos tratados com hipotermia induzida e que receberam fenobarbital no primeiro dia de vida. Os doentes foram divididos em dois grupos de acordo com a dose total recebida (≤ 20 mg/kg ou >20 mg/kg) e foram analisados os níveis séricos em intervalos consecutivos após a última administração (12-24 horas, 24-48 horas, 48-72 horas e mais de 72 horas). Resultados: Foram estudados 31 doentes, sendo a mediana da dose de fenobarbital de 20 mg/kg. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em todos os intervalos de tempo estudados. Os doentes que receberam doses ≤20 mg/kg apresentaram níveis terapêuticos em todos os períodos e nunca atingiram níveis tóxicos. Por outro lado, foram encontrados níveis tóxicos numa proporção significativa de doentes que receberam doses totais > 20 mg/kg. Discussão: Existe um risco significativo de níveis tóxicos de fenobarbital após administração de doses > 20 mg/kg em doentes tratados com hipotermia induzida. Nestes doentes, os níveis séricos de fenobarbital devem sempre ser avaliados após uma dose total de 20 mg/kg e o uso de anticonvulsivantes alternativos deve ser considerado se o controlo das crises não for alcançado, a menos que os níveis de fenobarbital sejam subterapêuticos.Sociedade Portuguesa de Pediatria2016-07-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25754/pjp.2016.9728por2184-44532184-3333Graça, André M.Fernandes, SóniaSampaio, IsabelMoniz, CarlosMachado, Maria do Céuinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T02:57:34Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/9728Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:25:22.760704Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
title Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
spellingShingle Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
Graça, André M.
Original articles
title_short Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
title_full Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
title_fullStr Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
title_full_unstemmed Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
title_sort Dose de Fenobarbital Durante a Hipotermia Induzida - Deveremos Mudar a Nossa Prática?
author Graça, André M.
author_facet Graça, André M.
Fernandes, Sónia
Sampaio, Isabel
Moniz, Carlos
Machado, Maria do Céu
author_role author
author2 Fernandes, Sónia
Sampaio, Isabel
Moniz, Carlos
Machado, Maria do Céu
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Graça, André M.
Fernandes, Sónia
Sampaio, Isabel
Moniz, Carlos
Machado, Maria do Céu
dc.subject.por.fl_str_mv Original articles
topic Original articles
description Introdução: O fenobarbital é um fármaco anticonvulsivante de primeira linha nas convulsões neonatais. No entanto, durante o tratamento com hipotermia induzida, têm vindo a ser levantadas preocupações com os níveis séricos obtidos devido a alterações na farmacocinética. O objetivo do presente estudo foi a avaliação dos níveis de fenobarbital em recém-nascidos tratados com hipotermia após terem sido tratados com doses diferentes de fenobarbital na sequência das necessidades individuais e de protocolos de atuação diversos conforme o hospital de origem. Métodos: Foram estudados recém-nascidos tratados com hipotermia induzida e que receberam fenobarbital no primeiro dia de vida. Os doentes foram divididos em dois grupos de acordo com a dose total recebida (≤ 20 mg/kg ou >20 mg/kg) e foram analisados os níveis séricos em intervalos consecutivos após a última administração (12-24 horas, 24-48 horas, 48-72 horas e mais de 72 horas). Resultados: Foram estudados 31 doentes, sendo a mediana da dose de fenobarbital de 20 mg/kg. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em todos os intervalos de tempo estudados. Os doentes que receberam doses ≤20 mg/kg apresentaram níveis terapêuticos em todos os períodos e nunca atingiram níveis tóxicos. Por outro lado, foram encontrados níveis tóxicos numa proporção significativa de doentes que receberam doses totais > 20 mg/kg. Discussão: Existe um risco significativo de níveis tóxicos de fenobarbital após administração de doses > 20 mg/kg em doentes tratados com hipotermia induzida. Nestes doentes, os níveis séricos de fenobarbital devem sempre ser avaliados após uma dose total de 20 mg/kg e o uso de anticonvulsivantes alternativos deve ser considerado se o controlo das crises não for alcançado, a menos que os níveis de fenobarbital sejam subterapêuticos.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-07-29
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25754/pjp.2016.9728
url https://doi.org/10.25754/pjp.2016.9728
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2184-4453
2184-3333
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133523125207040