Turismo como factor de desenvolvimento: triângulo turístico Beja/Mértola/Serpa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lança, Domingas R. salgueiro
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13546
Resumo: “Sem resumo feito pelo autor” - A Região Alentejo é um território com forte identidade, onde se manifestam múltiplas marcas culturais, resultado dos cruzamentos de povos e culturas, onde a sua beleza e sua tranquilidade é encontrada na cálida planície, rica de quietude marcada pelas cores do casario e das paisagens, mas condenada ao insucesso intemporal. Uma Região muito diferente, mas igual a muitas que o desenvolvimento nas sociedades marginalizou, resultado de um paradigma de desenvolvimento (Paradigma Funcionalista), que emergiu com a Revolução Industrial e que se arrasta até aos nossos dias, que contribuiu para uma nova forma de pensar, não podendo deixar de ser referenciada. Com este paradigma surge a ideia de que a base económica é a pedra basilar da actividade humana, levando a reduzir o desenvolvimento ao conceito de crescimento económico, o que resulta na utilização excessiva de indicadores económicos como indices de desenvolvimento. O desejo desse crescimento económico vem provocar uma valorização pela quantidade, em relação á qualidade. Esta ideia direccionada pela quantidade conjuntamente com a valorização do crescimento económico, veio trazer à mente de todos que, para fazer desenvolvimento é necessário passar pelo sector industrial e todo um conjunto de novas tecnologias, desvalorizando-se outros sectores de actividade, como o da agricultura e pecuária. Inicia-se a valorização tecnológica, passando a reger os nossos ritmos e gestos e a substituir o ser humano na lista dos factores fundamentais do desenvolvimento. Dá-se então início ao mito do racionalismo, pois a valorização pelo tecnológico, vai marginalizar outras formas de conhecimento e de vida, como a afectividade, que de certa forma acaba por levar ao individualismo, este como suporte de sucesso, eixo de competitividade e palco de afirmação. Com este novo tipo de produção (produção em série e valorização do quantitativo) é necessário criar novas necessidades e vícios de consumo para dar resposta à quantidade produzida, criando-se nas sociedades o consumismo. Apesar deste consumismo permitir a diversificação de produtos, jogava também com a aspiração à massificação e à homogeneização, dado todos quererem atingir o tal nível de vida. Ao estar-se por detrás da ideia de olhar para os outros à luz dos seus valores e maneiras de estar, exigindo aos outros que sigam e percorram os mesmos passos e formas de desenvolvimento, caminhando-se para a intolerância e etnocentrismo. (Amaro 1993) Todo este conjunto de forma de estar e pensar veio permitir a deslocação das pessoas do mundo rural para a cidade, encarando a vida no campo ou em meio rural como sinal de subdesenvolvimento. Foi o ponto de partida para o Alentejo e outras regiões serem atiradas para as trevas, preteridas em prol de outras, mais litorâneas, mais cosmopolitas, mais politizadas, proporcionando grandes assimetrias regionais. De facto, o conhecido modelo de desenvolvimento beneficiou somente algumas regiões, os chamados pólos urbanos, perspectivados como local privilegiado do desenvolvimento, inverso do meio rural, encarado como um espaço de ineficiência na utilização dos recursos económicos. Este modelo definiu um desenvolvimento encarado como sinónimo de crescimento económico, resultado de políticas de crescimento a nível de produtividade, do trabalho, entre outros, em que assentava no gerar de riquezas fomentadas no sector industrial. É perceptível que o paradigma evidenciado não favorece os dinamismos dos Homens e as potencialidades endógenas em todas as regiões, mas sim de algumas. Assim, levanta-se uma dúvida - Não será este, apenas um modelo de crescimento económico, ao invés de desenvolvimento e ó para algumas regiões?
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