Contemporaneidade, real, hipóteses e interseções

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, João Jerónimo Machadinha
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/7717
Resumo: A ideia de contemporaneidade formou-se num contexto socio-histórico muito concreto. A crença que a razão e a ciência trariam a resolução infinita dos problemas da humanidade adveio de toda uma série de transformações políticas, sociais e tecnológicas que ocorreram em finais do séc. XVIII e durante o séc. XIX e que instauraram um ambiente positivista e cientista nas sociedades ocidentais (Nogueira, 2013; Catroga, 2003). É certo que novas teorias científicas, que começaram a ser desenvolvidas no início do século XX, trouxeram a ideia de que um novo paradigma epistemológico está a emergir (Santos, 1988). Um paradigma que nos alerta para a interdependência, complexidade e inter-relação dos fenómenos trazendo um conhecimento mais no âmbito das probabilidades do que das certezas. No entanto, até pelo seu caráter transacional (Martins, 2013), o paradigma emergente, até aos dias de hoje, de modo algum substituiu inteiramente o paradigma anterior. Em muitas áreas do saber, a experiência empírico-científica e, consequentemente, a razão continuam a ser as melhores ferramentas ao dispor do investigador. O próprio conceito de contemporaneidade, embora, atualmente, também seja alvo de polémica, continua a ser usado para denominar a nossa época. É claro que a questão epistemológica aqui colocada pode encerrar em si contradições óbvias. No entanto, os desenvolvimentos científicos ocorridos no último século, levados até às últimas consequências, do ponto vista racional, implicam alterações na nossa noção de realidade que não podem escapar a um olhar e a uma análise mais cuidadosas. É neste âmbito que este artigo é desenvolvido. Partimos, desde logo, de novas teorias científicas, do campo da física e da astrofísica, que surgiram no século XX e que implicam não só mudanças de ordem epistemológica como também alterações na perceção da natureza do real. São estabelecidas, posteriormente, relações com a arte, com a psicologia, de diferentes escolas, e com eventos marcantes do nosso tempo, captados pelos média, para teorizar e projetar hipóteses sobre a natureza do real que intersetam elementos das correntes expostas.
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