Comunicação no tango - alguns efeitos terapêuticos: um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Alexandre Frey Pinto de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/2955
Resumo: O tango conjuga poemas, música e dança na expressão de sentimentos e afectos segundo uma técnica rica e complexa mas que oferece margens de grande criatividade na expressão das emoções. O seu aproveitamento terapêutico na forma de “tango terapia” (F. Trossero, 2006) tem vindo a desenvolver-se nos últimos anos, pelos seus efeitos a nível físico e motor (e.g. em certas formas de hipertensão, na doença de Parkinson), a nível cognitivo (por exemplo na doença de Alzheimer ou em certas oligofrenias) e a nível afectivo (nomeadamente na depressão neurótica e psicótica). O abraço dos corpos que se movem em estreita complementaridade tem sido especialmente valorizado pelos seus efeitos benéficos a estes três níveis. Apresenta-se o caso clínico duma paciente em crise conjugal que já tentara o suicídio e em quem a frequência semanal de aulas de tango e milongas com o marido, associada a consultas regulares de saúde mental, deu lugar a melhorias acentuadas apesar dos ciúmes do cônjuge, conforme se observa em uma checklist que lhe foi dada a preencher e na qual ela confirma um grande número de efeitos subjectivos positivos que aparentemente a tornaram mais estável emocionalmente e terão mudado também para melhor a relação do próprio casal. Trata-se de efeitos mediados, na sua maior parte, por uma expressiva comunicação não verbal. Será previsível então que o tango possa exercer igualmente efeitos terapêuticos em algumas perturbações da comunicação – e.g. certas afasias e dislexias, certas formas leves de autismo e de gaguês, assim como, claro está, determinados problemas de comunicação em famílias e casais. Tango combines poems, music and dance in the expression of feelings and moods by means of a rich and complex technique, even if this one offers marges of a great creativity in the expression of emotions. Its therapeutic exploitation as “tango therapy” (F. Trossero, 2006) has been developed in recent years, because of its effects at a physical and motor level (e.g. in certain forms of hypertension, in Parkinson disease), at a cognitive level (for instance, in Alzheimer disease or in some kinds of retardation) and at an affective level (namely in neurotic and psychotic forms of depression). The embrace of two bodies moving in straight complementarity has been quite appreciated because of its benefits in the three levels. One patient in marital crisis who as attempted suicide is presented as a case study; tango classes attended once a week and regular frequentation of milongas with her husband, combined with regular consultations of mental health, led to marked improvements in spite of the jealousy of her partner, as we can observe at a checklist given to be fulfilled by her, where she confirms a lot of positive subjective effects through wish she seems to have become emotionally more stable, and as a result of this, the relation within the couple apparently is also going better. For the most part, these effects are mediated by an expressive nonverbal communication. It could then be expected that tango can exert therapeutic effects in certain disorders of communication as well – e.g. certain aphasias and dyslexias, some mild forms of autism or stuttering and, of course, certain problems of communication in families and couples.
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