Espaço de meditação no Tejo: o dinamismo da sombra, a tensão da luz, a metamorfose da ruína
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11144/311 |
Resumo: | De forma a expôr a relação entre meditação, contemplação e espaço/tempo, a presente dissertação constitui um ensaio acerca da simbiose entre estes três elementos e a cenografia romântica produzida pela ruína, linguagens e processos comuns: luz, sombra e penumbra enquanto arquétipos nostálgicos. O fascínio pela teorização da sombra de Jun’ichiro Tanizaki pode ser entendida como uma arte temporal e espacial, uma viagem de descoberta, uma imagem poética da alma que apura a sensibilidade e afirma a sua presença. A sombra torna-se assim o efeito primordial do espaço arquitectónico e cenográfico. Já o enquadramento romântico de Georg Simmel proposto para a ruína, enquanto valor histórico, memória e enquanto encenação do confronto entre o natural e o artificial, remete-nos para um ambiente incerto e indefinido: um lugar estagnado entre o espaço e o tempo. Enquanto a luz revela a forma e ajuda a construir uma percepção subjectiva individual, tornando o espaço visível e efémero, a sombra torna o espaço misterioso, sóbrio e profundo. No entanto, ambos determinam limites visuais e proclamam diversas percepções atmosféricas. A ruína é um produto da decadência mas também a materialização da reminiscência, onde a questão do seu abandono e a estagnação no espaço e no tempo são factores complementares. Esta imagem de declínio e desamparo observada, tanto em templos como em fortificações, constitui uma relação intrínseca entre espiritualidade, meditação e contemplação, em que as atmosferas aí criadas exploram e demonstram estas noções de sagrado e profano, espaço cénico e memória na arquitectura. A ruína pode ser interpretada como documentação física de um processo transformador, devido à sua forte conexão com o passado. Mas a ruína não resiste eternamente ao tempo, se não for de algum modo preservada... É uma arquitectura corrompida e transformadora onde a dicotomia espaço/tempo está presente: espaço enquanto factor identitário e tempo enquanto decadência linear inevitável. |
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