Dos “abismos do inconsciente” às razões da diferença: criação estética e descolonização da desrazão na Reforma Psiquiátrica Brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, João Arriscado
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Silva, Raquel Siqueira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/33001
https://doi.org/10.1590/15174522-018004308
Resumo: O conceito de linha abissal, de Boaventura de Sousa Santos, assinala a divisão do mundo em zonas “civilizadas” e “selvagens”. A desumanização associada à atribuição de desrazão, loucura ou alienação e, mais recentemente, de distúrbio ou transtorno mental aparece como expressão dessa linha abissal. Uma das respostas mais radicais e criativas a essa desumanização assumiu formas inovadoras de ação coletiva e de redefinição do espaço dos saberes e modos de expressão no quadro da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Este processo – aqui discutido a partir das produções e práticas de grupos musicais - tornou possível, em particular, o reconhecimento da dimensão estética como elemento central da descolonização dos saberes e práticas da saúde mental, e da invenção de ecologias de saberes que descentram radicalmente a autoridade dos saberes hegemônicos.
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